Eu juntei a sobrancelha, incrédulo no que eu estava vendo. A minha Kira estava de mãos dadas com o irmão de Leona, Christopher. Aquele infeliz! Eu andei alguns passos em sua direção, deixando o altar e todas as baboseiras que a cerimonialista estava falando. O ódio cegou os meus olhos e a única imagem que refletia em minha mente era presentear o seu sangue escorrido ao chão novamente.
— Tyson!
Como uma loba veloz, Kira se colocou em minha frente, impedindo-me de chegar ao meu objetivo. Eu respirava fundo, sedento por vingança. Christopher assustado, recuou os olhos. Tentei novamente avançar, Kira não permitia, e eu não queria machucá-la.
— Olha para mim, por favor. A sua voz doce me paralisou por completo. Como alguém hipnotizado, eu olhei para o seu rosto. — Não o machuque novamente.
A raiva se apoderou de mim. Eu afastei as suas mãos incrédulo no que havia escutado. A minha companheira está defendendo esse ser imundo? Olho desconfiado para os dois, e me pergunto o porquê de estarem juntos.
— Se você ousou em abusar da minha Kira, eu irei acabar com você. Seu corpo será dilacerado como um animal perigoso, e queimado ao fogo.
— Eu não fiz nada, senhor.
Ele ergueu a cabeça, percebi o seu olhar cínico, e na mesma hora eu avancei, e dessa vez ela não me impediu. Somente um soco foi suficiente para derrubá-lo. Visualizei a minha mão esquerda com sangue predominante.
— Tyson! A voz era de Leona.
Estava prestes a iniciar uma luta, quando Kira segurou o meu braço. A princípio eu não havia percebido que ela estava atrás, por isso acabei empurrando o seu corpo com uma força desmedida. Ela caiu ao chão, soltando um gemido audível.
— Kira!
Eu agachei e rapidamente a peguei em meus braços. Todos estavam olhando para aquela cena. Sem dar atenção para as reclamações, inclusive de Elizabeth, entrei em minha casa e caminhei em direção ao quarto. Kira estava gemendo de dor, pois a queda havia machucado sua coluna. Havia percebido isso, porque estava com uma mão massageando as costas. Mesmo sobre as suas reclamações, eu rasguei o seu vestido e visualizei o hematoma. Uma grande parte estava arroxeada e a outra com marcas do sangue exposto.
— Eu não queria te machucar.
— Tem certeza? Porque a sua especialidade é essa. Eu juntei a sobrancelhas magoado com a sua resposta. — Primeiro machucou meu coração, e depois fisicamente.
— Eu não fiz por mal, você sabe disso!
— Não. Eu não sei mais de nada. O único que quero é sair dessa alcateia com o meu filho no colo e não olhar para trás.
Ela tentou levantar, suas pernas estavam fracas, derivado de sua queda. Eu tentei ajudar. Mesmo sobre seus protestos, segurei a sua cintura e a coloquei na cama. Peguei alguns analgésicos e panos úmidos. Deitei ao seu lado e comecei a limpar as feridas.
— Por que você está fazendo isso? Entre gemidos, ela perguntou. — Não seria mais fácil me deixar morrer sozinha, na mata? Assim você e sua noiva poderão se casar em paz.
— Não diga besteiras.
Eu ainda estava cuidando dela, quando fui chamado para encerrar a cerimônia. Eu tinha que cumprir o acordo e me casar com Leona. A minha pequena havia adormecido e esse era o momento ideal para que ela não presenciasse aquela cena. Eu deixei um beijo em sua testa, e caminhei ao exterior da casa. Respirei fundo, e finalizei o que havia começado. Passado alguns minutos, finalmente aquela tortura terminou. Eu havia selado compromisso com a família de Leona. Ela inclinou o rosto para me beijar, porém, eu desviei.
— Vamos acabar logo com isso.
Então eu fiz o que deveria. Marquei Leona como a minha companheira. Era isso que ela queria, que todos queriam, não é mesmo? A tomei em meus braços, deixando o prazer restrito a mim. Sempre quando eu tentava algo diferente, eu a conduzia ao contrário, mostrando que eu não permitiria que ela gostasse.
Não preciso dizer que ela reclamou quando a deixei ao quarto e fui ter com a minha companheira. Ela ainda estava bastante ferida, gemia de dor, isso era um tormento para mim. Então eu fiquei durante toda a noite com ela. Não me perdoaria se tentasse fugir novamente, isso era uma forma de assegurar que permaneceria ao meu lado.
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O dia ainda não havia chego, quando eu acordei. Os cabelos loiros estavam bagunçados. A sua face estava serena e todo o seu corpo estava repousado sobre o meu. Isso demonstrava o quanto estava confortável ao meu lado. Minha pequena Kira. Eu me sentiria um inútil senão lhe assegurasse ao meu lado.
— Bom dia. Sussurrei assim que ela abriu os olhos. — Como está a sua dor, meu amor?
Seus olhos pálidos, estavam em minha direção. Ainda não sabia o que realmente ela sentia por mim. Raiva? Amor?
— Kira.
— Não encoste em mim! Ela recuou, levantou e se afastou quando tentei segurar os seus braços. — Mentiroso! Falso! Fique longe de mim!
— Kira!
Rapidamente eu levantei e fui em sua direção. Percebendo a minha aproximação ela tentou se esquivar, foi inútil. Eu a segurei, e pressionei o seu corpo contra a parede de madeira. Seu coração batia alto, sua respiração estava desregulada. Olhei para os seus seios que subiam e desciam conforme ela suspirava e a minha única vontade era de abocanhá-lo. Balancei a cabeça, dispersando o pensamento em tê-la nua, de costas para a parede enquanto eu entrava forte e rápido.
— Eu sou inocente nessa história. Tente me escutar.
— Me deixa em paz! Eu não quero saber nada sobre você. Me solte! Quanto mais ela se debatia, mais eu a prendia em meus braços. — Seu desgraçado!
— Preste atenção. Em nenhum momento eu a traí com Leona. Tudo que fiz foi um bem maior da minha alcateia. Eu sou o alfa. Não posso negligenciar quando eles precisam de mim.
— Mas eu não preciso. Me deixe ir embora, somente isso que eu lhe peço.
— Nunca. Dessa vez, coloquei o meu corpo sobre o seu, a fazendo sentir a intensidade de minha excitação. Ela arfou, deixando os lábios minimamente separados. Ela parecia uma donzela indefesa e eu o caçador sedento. — Jamais a deixarei ir embora.
— Por quê?
Olhei para minha pequena, com intensidade.
— Porque você é minha propriedade.
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A companheira cega do alfa
LobisomemKira é uma loba comum, filha de uma alfa, anseia para encontrar seu companheiro. Em um dia fatídico, na batalha épica comandada pelos Lycans, ela é atingida brutalmente, isso a leva a uma cegueira total. Anos depois ela sofre uma desilusão amorosa...