33° Passe

994 78 124
                                    

Acordo com a cabeça latejando.

A luz do sol atravessa a brecha na cortina e ilumina o quarto, trazendo uma sensação de desconforto com a ressaca.

Meus pensamentos estão fragmentados, não consigo lembrar direito da noite passada.

A última coisa de que me lembro é de beijar Zac no elevador. Depois disso, só há um borrão de beijos e tropeços até cairmos na cama.

Olho ao redor procurando por pistas e vejo roupas espalhadas pelo chão. A camisa de Zac, a calça, meu vestido...

Arregalo os olhos.

Zac e eu fizemos sexo.

Tivemos a nossa primeira vez e eu não me lembro de nada.

Agarro o cobertor em desespero e espio para conferir se estou nua.

Um suspiro de alívio me escapa ao ver que estou de sutiã e calcinha.

Ufa. Não fizemos sexo.

Quero dizer, se tivéssemos feito, eu estaria sem nada, certo?

Ou será que eu vesti depois? Ou talvez... não foi necessário retirar completamente.

Mas não havia camisinha em casa. Ou Zac comprou? Mas quando ele teria comprado? Desde sua alta médica, só desgrudamos quando ele foi treinar ontem pela manhã.

Oh, não, ele não chegou em casa com coisa alguma.

Cubro a boca com a mão ao constatar o óbvio:

Não usamos camisinha.

Será que preciso tomar pílula do dia seguinte? Não acredito em como fomos irresponsáveis.

Olho para o lado e vejo Zac dormindo tranquilamente. Seu rosto, voltado para mim, não revela nada. Decido esperar que ele acorde e, talvez, me conte o que aconteceu.

Mas não posso perguntar, senão ele vai saber que não me lembro da nossa primeira vez.

Melhor ver como ele vai reagir. A depender de sua interação comigo, saberei se fizemos sexo ou não.

O som do despertador do celular de Zac soa abafado no meio da cama, perto da minha costela. Pego depressa e desligo.

Zac dá uma respiração profunda e se mexe, despertando aos poucos. Suas pálpebras se movimentam devagar.

Algumas piscadas lentas e os olhos focam em meu rosto. Ao me ver, ele abre um sorriso lindo e preguiçoso.

— Bom dia, bela adormecida — murmura com a voz ligeiramente rouca.

Bela adormecida? Quer dizer que peguei no sono antes de acontecer qualquer coisa?

Com certeza é isso. Ufa. Me preocupei à toa.

— E você é quem? O príncipe encantado? — devolvo com a voz arrastada.

Zac se debruça parcialmente sobre mim, abraçando minha cintura, e esconde o rosto em meu pescoço.

— Posso ser quem você quiser — ele respira profundamente em meu pescoço, inalando meu cheiro.

Um arrepio sobe pela minha espinha, e desejo mandar esse excesso de cobertor entre nós para o espaço sideral.

Fecho os olhos e envolvo o pescoço dele com os braços.

— No momento, gostaria que você fosse uma aspirina para curar minha dor de cabeça.

— É a ressaca. Um banho quente e um café forte vão ajudar — ele beija minha cabeça e acaricia meus cabelos.

Esse carinho também serve como remédio, e quero ficar aqui a manhã toda, mas não podemos.

Jogada de CraqueOnde histórias criam vida. Descubra agora