Meu coração estronda em um ritmo frenético e desesperado pela possibilidade que acabo de considerar.
Olho para Zac em pânico.
— Zac... naquela noite que ficamos bêbados... a gente... ah, meu Deus — enfio as mãos nos cabelos sentindo o chão ameaçar me engolir.
— Não. Não aconteceu nada. Fica tranquila — ele afirma com convicção.
— Como você tem tanta certeza? Você também estava bêbado! Pode ter perdido parte da memória também!
— Nada no mundo seria capaz de me fazer esquecer uma memória dessas com você, Becky.
As palavras dele me acertam com a força de um tornado.
Zac percebe o impacto do que acabou de dizer e desvia os olhos, constrangido, culpado, arrependido.
O banheiro é grande, mas a tensão faz ficar pequeno demais para nós dois.
Sentimentos contraditórios se digladiam dentro de mim.
Sem que eu possa evitar, um pensamento irracional atravessa todas as barreiras da moralidade:
Eu queria que tivéssemos essa memória.
Sinto o rosto queimar de vergonha por tal pensamento. A razão me reprime e me condena por pensar isso. Por outro lado, a emoção me lembra que isso faria parte de um momento em que estávamos agindo de forma inocente.
Enquanto tento dissipar a contradição dentro de mim, busco os olhos de Zac desejando encontrar pistas do que se passa em sua mente.
O olhar dele sobre mim é cheio de uma emoção que ele parece tentar conter, mas falha. É um olhar apaixonado.
— Zac, não me olha assim — peço baixinho.
— Eu não consigo, Becky — ele meneia a cabeça bem devagar.
Meu coração erra uma batida. Não, ele erra a sequência toda de batidas.
— Mas se você não conseguir, eu vou ter que ir embora.
O rosto dele se contorce, como se pensar em minha partida fosse doloroso.
— Por favor, não vai. Eu vou me esforçar mais — ele dá um passo atrás, aumentando a distância entre nós.
Me sinto tonta de repente e me encosto na pia. Zac não desvia os olhos nem por um segundo.
— Você ainda está me olhando daquele jeito.
Ele desvia os olhos, constrangido.
— Desculpe. Vamos voltar para a sala — ele diz e sai sem me olhar.
De volta à sala, cada um se senta em um sofá, mantendo uma distância que parece maior do que realmente é. A tensão entre nós é quase tangível, uma corda esticada que pode arrebentar a qualquer momento.
Mas estamos aqui por um motivo: descobrir a verdade. Então retomo o assunto.
— Eu vou conversar com a minha mãe. Vou pessoalmente exigir a verdade. Não será necessário desenterrar a minha tia para fazer um teste de DNA.
Uma carga emocional de dor ameaça me tragar. Fecho os olhos com força, tentando me manter firme à vontade de chorar.
— Você não merecia passar por nada disso, Becky. Não tenho palavras para dizer o quanto eu lamento — Zac diz em tom gentil.
Abro os olhos e encontro o olhar preocupado dele.
— Você também não merece nada disso — respondo baixo, a altura que o nó em minha garganta permite.
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Jogada de Craque
RomanceAs probabilidades não poderiam estar mais enganadas ao afirmar que as chances de Zac Dilan - o grande camisa dez do Cruzeiro - chutar a bola na direção da arquibancada e acertar em cheio a cabeça de Rebeca - a odiadora número um do esporte - eram ze...