Um condomínio fechado, cercando três prédios altos, sem paparazzi na frente. Tranquilidade, paz e privacidade são palavras adequadas para definir a sensação de atravessar a portaria dentro do carro de Zac.
Portões automáticos se fecham atrás de nós, dobrando a sensação de segurança.
Observo os jardins impecáveis e a iluminação elegante enquanto Zac dirige pela rua de ladrilhos em direção ao prédio do meio.
Mesmo na chuva, dá para ver como o lugar parece perfeito e surreal, como se eu tivesse entrado em um universo paralelo.
O carro adentra o estacionamento e não faço questão de reparar nos outros carros luxuosos ali dentro.
Quando ele por fim para o veículo e desliga o motor, olha para mim.
— Vamos subir — diz, mas parece mais uma busca por confirmação minha.
Está claro que ele não quer que eu me sinta desconfortável. Afinal, sou uma mulher indo para a casa de um homem que mal conheço.
Assinto em confirmação e ele pega nossos celulares.
Em seguida ele me guia por um corredor iluminado que dá no saguão, a caminho do elevador.
Tudo é sofisticado, desde o piso de mármore até a decoração minimalista e elegante com grandes vasos e quadros maiores ainda.
O elevador já está no térreo, então Zac abre a porta e me dá passagem.
Subimos em silêncio até, adivinha?, a cobertura.
Quando a porta do elevador se abre, sou recebida por um corredor com uma iluminação suave e obras de arte verticais nas paredes.
Na porta do apartamento, aguardo meio sem jeito enquanto Zac digita a senha na fechadura inteligente. Um "click" silencioso informa que a porta está destranca. Zac abre e me deixa entrar primeiro.
Tento não pensar em como estou molhando o piso polido e me concentro em não fazer cara de embasbacada ao olhar ao redor.
Móveis modernos e de bom gosto. Lustre luxuoso no teto. Estofado sofisticado de cor creme. Quadros de pinturas abstratas nas paredes. Há uma enorme janela que ocupa uma parede inteira, oferecendo uma vista panorâmica da cidade, mesmo através da chuva.
É deslumbrante.
Sem aviso prévio, um espirro me faz levar as mãos depressa até o rosto.
— Acho melhor você trocar essas roupas molhadas logo. Vem comigo — Zac diz e vai andando na frente.
Vou atrás dele, ambos deixando nossos rastros de água pelo caminho.
Tarde demais, percebo que a porta que atravessamos é a de seu quarto.
É impossível não me sentir tensa com a consciência de que estou no quarto de um jogador de futebol famoso. Paro perto da porta e Zac segue na direção dos armários embutidos. Enquanto ele pega coisas de lá, tento não reparar demais no ambiente para não ser intrusiva, mas acabo absorvendo alguns detalhes, como a cama king size coberta pelo cobre-leito em um tom de cinza cromado, que combina com a luminária minimalista sobre a mesa de cabeceira. As cortinas que se estendem do teto ao chão são do mesmo tom claro do tapete. Uma televisão de tela plana está posicionada na parede da frente da cama.
Não sei o que eu esperava de um quarto de jogador de futebol, talvez minhas expectativas estivessem preconcebidas por já ter visto o quarto de um torcedor fanático. No entanto, exceto por um nicho de vidro acima da escrivaninha que exibe troféus e medalhas, que imagino serem de conquistas esportivas dele, nada nesse quarto me remete a futebol.
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Jogada de Craque
RomanceAs probabilidades não poderiam estar mais enganadas ao afirmar que as chances de Zac Dilan - o grande camisa dez do Cruzeiro - chutar a bola na direção da arquibancada e acertar em cheio a cabeça de Rebeca - a odiadora número um do esporte - eram ze...