51° Passe

1.1K 87 68
                                    

Com a sensação de estar flutuando em nuvens, abro os olhos lentamente.

O conforto que sinto é tão profundo que me dá certeza de que eu nunca dormi tão bem em toda a minha vida. E nunca acordei tão bem também. É que a visão desse homem de peito desnudo é espetacular. Principalmente porque eu sei que, embaixo dos lençóis, não há peça de roupa alguma em seu corpo maravilhoso.

Acompanho hipnotizada o movimento de subir e descer do peito dele em uma respiração compassada. Os cabelos adoravelmente bagunçados, o rosto sereno. Ele parece um anjo.

Engraçado, foi exatamente o que pensei na primeira vez que o vi — lá no chão do estádio, atordoada, achando que tinha morrido. Naquele momento, ele era o meu anjo.

Mal posso acreditar nas coisas que aconteceram entre mim e aquele cara do estádio de lá até aqui.

Enquanto o observo dormir, um sorriso tímido se forma em meus lábios ao me lembrar dos nossos momentos no terraço, quando entendi o verdadeiro significado da expressão "fazer amor".

Saímos de lá apenas para nos aconchegar no calor da cama. Mesmo com o meu constrangimento bobo após a nossa primeira vez, um segundo round acabou acontecendo no quarto, quando nosso beijinho de boa noite com sabor refrescante de creme dental se transformou em um beijo molhado e intenso.

Percebo um movimento sutil nas pálpebras de Zac. Ele dá uma respiração mais profunda e se mexe, despertando aos poucos.

O constrangimento retorna e eu ergo o cobertor para cobrir o rosto, deixando só os olhos de fora.

Como se eu fosse o seu primeiro pensamento do dia, Zac vira o rosto para o lado em que sabe que estou. Ao me ver, seus lábios esboçam um sorriso lento e apaixonado.

— Oi — ele murmura com a voz rouca.

— Oi — respondo com a voz também rouca e com o mesmo sorriso apaixonado, embora escondido.

Delicadamente, Zac abaixa o cobertor da frente do meu rosto para me ver melhor.

Ficamos nos olhando por um instante, como se estivéssemos apreciando a vista.

— Dormiu bem? — ele pergunta, tocando meus cabelos suavemente.

— Tão bem que acho que ainda estou sonhando.

— Sinto o mesmo. Ter você assim é um sonho — ele acaricia minha bochecha com o polegar, seu olhar em mim é de admiração, como se mal acreditasse que estou aqui. — Você é meu sonho, Becky.

Dá para acreditar que estou noiva desse homem?

Abro um sorriso tão imenso e derretido que capta a atenção dos olhos dele para a minha boca.

Zac se aproxima e me dá um selinho suave. Devolvo o selinho. Ele não aceita a devolução e me dá outro. Mas era uma armadilha e dessa vez não deixo seus lábios escaparem.

O beijo começa gentil, mas logo se aprofunda.

Zac vem para cima de mim, porém muda de ideia e, com um movimento habilidoso, me puxa para cima dele, envolvendo minha cintura com firmeza. E já sei o motivo: foi nessa posição que, ontem nesta cama, ele acabou comigo.

⚽︎

Eu sempre achei que levantar da cama em dias de aula no inverno era uma missão quase impossível. Mas aí eu descobri um desafio real para sair da cama: incapacidade de desgrudar do corpo de Zac.

Veja bem, Zac é um atleta de alto nível. Ele tem muito fôlego e uma força impressionante nos quadris.

Ele sabe bem como...

Jogada de CraqueOnde histórias criam vida. Descubra agora