Samira foi muito perspicaz ao colocar meu biquíni na mala.
Durante a semana, quando ela perguntou se eu já tinha "dado tibum na piscina maravilhosa", entendi bem as intenções dela. Mas eu não podia convidá-la, já que sou uma convidada aqui.
Meu biquíni azul-ciano é quase da mesma cor da água dessa piscina que reluz sob o sol.
Apesar de eu não ter grandes problemas de autoestima em relação ao meu corpo, me sinto acanhada quando chegamos no deck e colocamos nossos pertences na mesinha entre duas espreguiçadeiras, pois é a hora de tirar o short jeans.
Perco a coerência de raciocínio quando vejo Zac tirar a camisa, revelando o abdômen definido.
Desvio os olhos rapidamente, sentindo o calor subir pelo rosto. O que deu em mim? Não sou uma adolescente bobinha para ficar constrangida vendo o tronco monumental de um homem.
O breve vislumbre do abdômen desenhado de Zac persiste em minha mente enquanto desabotoo meu short e o desço pelas pernas.
Termino de tirar a peça e caminhamos até a beirada da piscina. Zac olha para mim com um brilho competitivo nos olhos.
— Que tal uma aposta para ver quem chega primeiro do outro lado? — ele sugere.
— Você não aguenta ver uma competição, né?
— Me pegou — Zac dá um sorrisinho culpado, coçando a nuca.
— Olha, eu não gosto de competições. Além disso, eu nem sei na... QUEM CHEGAR POR ÚLTIMO É A MULHER DO PADRE!
Mergulho na água, cortando a superfície com um tibum.
Embaixo da água, escuto Zac pulando atrasado atrás de mim. Mergulho com minha máxima velocidade até o que imagino ser a metade da piscina e retorno à superfície para continuar em braçadas. Escuto Zac emergir também, mas continua para trás.
Nado como se minha vida dependesse disso. Meus braços e pernas reclamam pelo esforço, mas pouco importa, chego primeiro.
Três segundos depois, Zac alcança a borda, passando a mão no rosto para tirar a água dessa cara de perdedor.
— RÁ! Eu venci! Você não é de nada! — jogo água na cara dele, sentindo uma onda de triunfo.
— Você é uma tremenda trapaceira — ele joga água de volta, exibindo um sorriso contagiante que reluz mais que o sol sobre a água.
Passo as mãos no rosto e deslizo meus cabelos para trás.
— Manchete: Zac Dilan é derrotado em competição por garota de menos de cinquenta quilos — lanço em uma clara referência ao dia em que eu falei que jogo melhor que Zac Dilan e ele disse que eu tenho menos de cinquenta quilos. Atrevido.
— Não me esqueci que você me deve uma partida de futebol — ele diz passando uma mão nos cabelos molhados, os fios indo para trás em um visual incrivelmente sexy.
Tudo nesse homem já é sexy normalmente, não precisava de um cenário desse com ele sem camisa e gotas de água escorrendo do seu peitoral para complicar ainda mais a minha situação.
— Desde quando? — desvio os olhos para o outro lado fingindo estar interessada em um acontecimento importante por lá, mas a área da piscina está vazia.
— Desde que você disse que joga melhor que eu — ele provoca em tom debochado.
— E eu jogo mesmo — sustento, olhando para ele de queixo erguido.
— Vai ter que provar — ele me dirige um olhar cheio de desafio, tentando me intimidar.
Como se eu fosse mulher de me intimidar.
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Jogada de Craque
RomanceAs probabilidades não poderiam estar mais enganadas ao afirmar que as chances de Zac Dilan - o grande camisa dez do Cruzeiro - chutar a bola na direção da arquibancada e acertar em cheio a cabeça de Rebeca - a odiadora número um do esporte - eram ze...