32° Passe

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Fabinho aparece na frente do prédio em uma limusine preta brilhante, algo tão fora de contexto que não consigo conter o riso.

— Preparados para a melhor noite de suas vidas? — ele pergunta, abrindo a porta da limusine com um sorriso satisfeito.

Zac e eu nos entreolhamos.

— Ele sempre tem que fazer um show, né? — pergunto, rindo.

— É Fabinho, o que você esperava?

Assim que nos acomodamos nos bancos ultra macios, Fabinho estoura uma garrafa de champanhe com um sorriso travesso.

— Essa é só a prévia — diz Fabinho, distribuindo as taças. — A noite é uma criança.

Levanto uma sobrancelha para ele. Ele sopra o ar inflando as bochechas.

— Tá bom, é uma criança que vira abóbora meia-noite. Então vamos aproveitar cada segundo! — dito isso, ele completa nossas taças até quase transbordar.

Quando chegamos à festa, já estou sentindo os efeitos do álcool.

O lugar está lotado e a energia é contagiante. Sinto a excitação no ar, quase palpável, como se todos ao nosso redor estivessem sintonizados na mesma frequência vibrante.

Fabinho nos arrasta direto ao balcão de bebidas, onde nos faz acompanhá-lo em uma virada de dose de tequila.

Ele ri da minha careta, mas Zac faz careta também, o que me leva a supor que, assim como eu, Zac não tem costume de beber algo tão forte.

Resistimos à insistência de Fabinho em virar uma segunda rodada por tempo o suficiente para o álcool em nosso organismo começar a fazer efeito.

Fabinho se aproveita do nosso início de embriaguez e tenta nos convencer a lançar os passinhos de dança dele. Fico morrendo de vontade que Zac ceda, pois adoraria assisti-lo dando esses rebolados para lá de sugestivos.

De repente, na transição da troca de DJ, a música animada acaba e começa uma romântica.

Zac olha para mim.

Engraçado, porque olhar para ele foi a minha primeira reação também.

— Dança comigo? — ele estende a mão para mim, seus olhos fixos nos meus com uma intensidade que faz meu coração se atropelar em seu próprio ritmo acelerado.

Me desmancho em um sorriso bobo.

— Claro — aceito sua mão e ele me conduz até a pista de dança.

Na pista, Zac segura minha cintura e gentilmente me puxa para si. Envolvo o pescoço dele com os braços. Nos movemos lentamente ao som da música.

Duvido que ele saiba, mas a canção que está tocando é muito marcante na história de Clark Kent e Lana Lang, em Smallville.

'Time after time', na voz tranquila de Eva Cassidy, nos braços desse homem, me faz flutuar.

A melodia é linda, calma, reconfortante. Traz paz e segurança; Tudo o que Zac tem sido para mim.

A respiração dele roça minha pele, e o mundo ao redor desaparece. Somos os únicos na Terra, dançando pertinho, imersos na melodia suave que nos envolve.

Zac aproxima os lábios no meu ouvido.

— Acho que nunca te vi tão linda — seu sussurro é como uma carícia em minha orelha, provocando um arrepio que desce pela minha espinha.

Fecho os olhos e repouso a cabeça no peito dele, reconfortada pelo seu calor, seu cheiro, e as batidas de seu coração.

O que eu sinto por esse homem não é uma simples paixão. E o amo. Profundamente.

Jogada de CraqueOnde histórias criam vida. Descubra agora