Aconchegada nos braços de Zac, nossas pernas estão enroscadas enquanto trocamos beijos e carinhos no sofá.
O mundo está em pausa lá fora, silencioso. O silêncio é interrompido apenas pelo som de nossas respirações sincronizadas e os sussurros que trocamos entre um beijo e outro.
O tempo parece suspenso, mas eu diria que faz cerca de trinta minutos desde o nosso primeiro beijo desesperado.
Agora nossos beijos são mais suaves, mais ternos. Afinal, preciso me recuperar da intensidade daquele momento.
Nenhum dos assuntos banais que começamos dura muito, porque nossos lábios insistem em ficar grudados.
Sou pega de surpresa quando Zac separa nossos lábios e diz:
— Volta pra cá, Becky — ele pede, me olhando nos olhos.
Meu coração acelera. Zac quer que eu volte a morar em sua casa.
— Zac... — hesito, buscando as palavras certas. — Não posso morar aqui.
— Por que não?
— As pessoas não se beijam pela primeira vez e decidem morar juntas em seguida.
— Deixa eu te contar um segredo — ele encosta os lábios no meu ouvido e sussurra: — Nós dois moramos juntos antes de nos beijarmos.
Os pelos da minha nuca se eriçam.
Zac volta a olhar em meus olhos e eu desvio os meus, tentando encontrar argumentos melhores.
— As circunstâncias eram outras...
— Vou ter que te beijar na frente dos paparazzi para fazer você voltar a morar comigo? — ele provoca em tom brincalhão e se aproxima para me beijar.
— Não se atreva — cubro a boca dele com a mão.
Os olhos dele riem, divertidos e desafiadores.
Péssima ideia bloquear parte de seu rosto e deixar apenas esses olhos cor de café ralinho à vista.
Zac gentilmente segura o meu pulso e tira minha mão de sua boca, apenas para virá-la e beijar meus dedos.
— Você se sente em casa aqui — ele argumenta entre um beijo e outro em meus dedos. — Faz todo sentido ficar.
— Não acha que estamos pulando muitas etapas? — pergunto olhando para a boca dele, que agora beija o dorso da minha mão e vai subindo pelo meu antebraço.
— Quem criou essas etapas? — ele questiona, os beijos quase chegando na altura da dobra do meu braço.
— É meio que uma convenção social — respondo sem muita convicção, mexida demais com a sensação dos lábios macios em minha pele.
Zac interrompe os beijos para me olhar nos olhos.
— Então está preocupada com o que as pessoas vão dizer.
— Não é isso...
— Becky — ele usa um tom mais sério, olhando diretamente em meus olhos. — Você quer? Se disser que não quer, vou entender e não insisto mais.
É claro que eu quero. Não é isso que está em questão.
Afinal, o que está em questão?
Eu já morei com Zac. Nossa convivência se mostrou boa, até então. Nos habituamos à presença do outro. Na verdade, eu me apeguei à nossa rotina nessa casa. Sinto saudades de morar aqui. Com ele.
E pela declaração dele a pouco, sobre o incômodo de chegar em casa e não me encontrar, jantar encarando o meu lugar vazio na mesa, ele também se apegou à nossa rotina e sente falta dela.
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Jogada de Craque
RomanceAs probabilidades não poderiam estar mais enganadas ao afirmar que as chances de Zac Dilan - o grande camisa dez do Cruzeiro - chutar a bola na direção da arquibancada e acertar em cheio a cabeça de Rebeca - a odiadora número um do esporte - eram ze...