50° Passe

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Beijos suaves pousam como pétalas de rosa em todo o meu rosto ou estou apenas sonhando?

Ainda envolta pela névoa de sono, abro os olhos com dificuldade e descubro que a sensação de pétalas em minha pele vem dos lábios de Zac, que me beijam com toda a calma do mundo.

Essa é a forma dele de me acordar? Pois agora é que quero continuar aqui no meu mundinho sonolento recebendo seu carinho.

— Oi, bela adormecida — ele diz, a voz suave como uma brisa leve.

— Que horas são? Quanto tempo eu dormi? — minha voz sai rouca e preguiçosa.

— São oito da noite. Está descansada ou quer dormir um pouco mais? — ele pergunta, passeando os dedos delicadamente pelo meu cabelo, como se estivesse desenhando algo em cada fio.

Arregalo os olhos.

— Oito?! Eu dormi demais! — tento me levantar num impulso, mas Zac, com a mesma suavidade, coloca as mãos de cada lado do colchão, me prendendo.

Quando menos espero, sua boca encontra a minha. A surpresa não me impede de corresponder no mesmo instante.

Ao sabor dessa boca macia, meu corpo fica leve.

O beijo é lento e profundo, carregado de carinho e calma.

Enfio os dedos entre os cabelos dele e puxo-o mais para mim. Zac gosta do aperto, pois suspira profundamente em um inconfundível som de prazer.

Ele desliza uma mão até a minha cintura e aperta. Arqueio as costas em antecipação, pois sei que toda vez que ele pega em minha cintura desse jeito, a intenção é subir até chegar em meus seios.

Minhas expectativas são frustradas, no entanto, quando Zac encerra o beijo com um selinho e sai da cama.

Olho para ele com as sobrancelhas franzidas, confusa com o distanciamento repentino. Ele estende a mão para mim.

— Quero que se arrume, vou te levar para jantar — ele diz, enquanto pego sua mão para me levantar.

Meu primeiro instinto é discordar. Tudo o que eu quero é ficar aqui, no nosso refúgio, só nós dois. Mas como vou dizer não para ele? Ele parece tão empolgado...

Então apenas concordo e vou para o meu quarto. A ideia de sair torna-se ainda mais desafiadora depois do banho, pois percebo que não tenho uma roupa adequada.

Na bolsa de ombro que foi comigo para a Espanha não cabia nada além do básico.

Ainda enrolada na toalha, vou até o armário na esperança de ter abandonado algo útil quando fui embora. Assim que abro as portas, me deparo com o pacote de Samira.

Abro a embalagem imediatamente e encontro uma caixa preta. Ao retirar a tampa, um bilhete sobre o papel celofane diz:

"Bex, este look completo faz parte de uma coleção secreta, um projeto que ainda não posso revelar. Mas você foi a musa que inspirou o primeiro design, então é justo que seja a primeira a recebê-lo. Use em uma ocasião especial, de preferência com 'você sabe quem'. Te quiero, chica."

Chica?! Não sou chica nenhuma.

Deixo o cartão de lado para explorar a caixa e o que encontro me faz abrir um sorriso imenso de gratidão por ter uma amiga tão perspicaz. Como ela poderia saber exatamente o que eu preciso?

O vestido rosa claríssimo de seda desliza pelos meus dedos como água corrente. No comprimento um pouco acima dos joelhos, o tecido fluído abraça a minha cintura suavemente. O decote discreto em gola boba na frente é compensado pela ausência de tecido nas costas, que ficam nuas, me obrigando a não usar sutiã.

Jogada de CraqueOnde histórias criam vida. Descubra agora