Capítulo 157 - II.Medo

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Domingo, 19 de Maio, 2024

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Domingo, 19 de Maio, 2024

Uma das coisas mais difíceis da maternidade que aprendi no último mês, é o fato de às vezes você ter que tomar decisões, mesmo não querendo tomá-las.

Na última semana, eu fui obrigada a tomar uma decisão do que seria melhor para mim e para os meus bebês. Meus peitos estavam rachando, quase que em carne viva. Eu chorava para amamentar e implorava para que os bebês se alimentassem rápido somente para aquele sofrimento acabar.

A maternidade é linda, sim, mas também tem seu lado obscuro. Eu sempre quis amamentar, jamais abriria mão disso, mas fui obrigada a parar por um momento quando a Dra. Alana disse que a situação estava grave. Eu chorei quando dei a primeira mamadeira para eles, me culpando por não estar conseguindo amamentar. Eu me culpei e chorei por dias... Senti sentimentos que eu jamais pensei que poderia sentir.

Mas então, algo inesperado aconteceu. Na segunda semana em que dei a mamadeira, Pedri estava ao meu lado, segurando minha mão. Ele não disse nada, apenas me olhou com aqueles olhos cheios de compreensão e amor. Ele sabia o quanto aquilo estava sendo difícil para mim, e sua presença silenciosa foi um conforto imenso.

Mesmo com os treinos e a correria de jogo e preparação para Eurocopa, Pedri continuou estando ao meu lado sempre. Foi na consulta comigo quando a Dra.Alana disse que eu deveria parar de amamentar para cuidar de mim; me abraçou por longos dez minutos enquanto eu chorava abraçada a ele; tentava me animar quando os bebês pegavam a mamadeira sem reclamarem... Pedri fez com que esse momento fosse menos pior do que poderia ser.

No dia seguinte, Dra. Alana me ligou para saber como eu estava. Contei a ela sobre meus sentimentos de culpa e minha tristeza. Ela me escutou pacientemente e depois disse algo que me marcou profundamente:

"A maternidade não é sobre perfeição, mas sobre amor. E amor você tem de sobra. Seus bebês precisam de uma mãe saudável e feliz, e não importa como você os alimenta, desde que você esteja bem."

Aquelas palavras começaram a mudar minha perspectiva. Eu percebi que estava sendo dura demais comigo mesma. Comecei a aceitar que essa era apenas uma fase e que eu estava fazendo o melhor que podia. Com o passar das semanas, comecei a fazer o tratamento com laser e pomadas, e devido a isso, eu deveria evitar o máximo de amamentar os bebês, e as feridas começaram a cicatrizar e, aos poucos, consegui parar de me culpar um pouco.

Ontem, os bebês completaram o primeiro mês de vida deles. Fizemos uma pequena festinha aqui em casa para o primeiro mêsversário deles, e o tema era mamadeiras. Fui uma surpresa do Pedri, Maya, Pilar e Gavi. Os quatro estavam nos piores momentos comigo, me incentivando e dizendo que toda a dor que eu estava sentindo, tanto fisicamente quanto psicologicamente, ia passar.

Agora, olhando para algumas semanas atrás, vejo que essa experiência me ensinou muito sobre resiliência e aceitação. Entendi que, às vezes, o amor materno exige sacrifícios que nunca prevemos, e que está tudo bem pedir ajuda e se permitir falhar. A maternidade continua a ser um desafio constante, mas também uma jornada cheia de momentos de superação e amor incondicional.

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