CAPÍTULO 6

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Marina Soarez's point of view

Me sentei na cadeira desconfortável da sala de espera, sentindo uma sensação estranha de calma. Um tempo atrás, eu jamais teria imaginado estar nessa situação, mas ali estava eu, prestes a ter o primeiro exame da minha gravidez. Ao meu lado, Gabriel Medina, o surfista tri-campeão mundial, estava sentado, aparentemente um pouco mais nervoso que eu. Ambos havíamos passado pelas turbulências iniciais, e surpreendentemente, estávamos lidando bem com isso.

A sala de espera estava um pouco cheia, mas eu quase nem notava as outras pessoas. Minha mente estava focada no exame preste a acontecer e no futuro que agora parecia tão próximo. Desde o momento em que descobrimos a gravidez, nossas vidas tinham virado de cabeça para baixo, mas de alguma forma, as coisas estão começando a se ajeitar. Tudo que a gente tinha era amigos em comum, mas até aquela noite, éramos apenas conhecidos. No entanto, estamos aqui, juntos, sentados esperando o médico nos chamar.

Depois de ter saído de um péssimo relacionamento, eu tinha decidido que precisava me redescobrir, me reencontrar. E a gravidez inesperada acabou sendo como um catalisador para tudo isso, lógico que provavelmente os hormônios vão me fazer entrar em conflito comigo mesma, mas estou me sentindo incrivelmente bem depois de descobrir que seria mãe. Finalmente estava encontrando uma versão de mim mesma, mais forte e mais segura.

— Pronta pra isso? — Gabriel perguntou com a calma, mas com um leve toque de nervosismo que não conseguiu esconder. Ele claramente tentava manter a postura, mas eu podia ver claramente que ele também estava processando tudo.

— Sim, acho que sim. — respondi com um sorriso. Era estranho como a presença do surfista, que antes era um tanto quanto indiferente, agora era um ponto de apoio. Não tínhamos uma história juntos, mas a experiência compartilhada de nos tornamos pais havia criado uma conexão inesperada entre a gente.

A enfermeira chamou meu nome, e nos dois nos levantamos indo em direção ao consultório. Uma pequena sala com paredes brancas e com uma maca, e um pôster de bebê sorridente padrão.

O médico nos recebeu com um sorriso caloroso, nos indicando para sentarmos nos banquinhos. Começou a consulta, fazendo perguntas sobre como eu estava, se havia tido algum desconforto, entre outras coisas.

Eu respondia com sinceridade, já não havia mais aquele grande medo do início, quando me sentia perdida sem saber o que fazer. Agora eu me sentia mais preparada e confiante. Quando o médico me pediu para deitar na maca para o ultrassom, eu senti uma expectativa diferente, quase uma empolgação. Olhei para o Gabriel, que estava ao meu lado, percebi que compartilhávamos da mesma sensação e sentimento. Ambos estávamos prontos para ouvir o coraçãozinho do bebê pela primeira vez. Gel frio na minha barriga foi seguido pelo som rítmico e rápido que encheu a sala.

O coração do bebê!

Do meu bebê!

Senti uma onda de emoção, mas dessa vez não era medo, era pura alegria, e uma profunda aceitação. Olhei para tela e vi a pequena vida que estava crescendo dentro de mim, e eu soube, sem sombra de dúvidas, que estava exatamente onde deveria estar.

Peguei meu celular gravando para poder ver e lembrar depois. Eu simplesmente estava sem palavras, emocionada demais para descrever a sensação de estar vendo um mini serzinho dentro de mim. Filmei também o Gabriel, que olhava fixamente para tela, percebi o quão comprometido ele estava com aquilo. Reparei bem sua feição, e os quase imperceptíveis olhos marejados assim como os meus. Agora ele não era apenas uma celebridade, que fazia parte do meu ciclo social. Ele era o pai do meu filho, ou filha, e estávamos nessa jornada juntos.

Quando a consulta terminou, me sentei novamente, e não precisava de palavras, apenas uma troca de olhares para saber o que estávamos pensando. Saímos da clinica lado a lado, sem pressa, apenas aproveitando o momento de tranquilidade e emoção. O surfista me ajudou a entrar no carro, que era relativamente alto, e depois foi pro banco do motorista, colocando sua playlist num volume agradável, e foi dirigindo até sair do estacionamento da clinica.

— Estou feliz que esteja aqui comigo — Falo quebrando o silêncio entre nós.

— Eu também, Marina. Nós vamos conseguir fazer isso funcionar. — respondeu com convicção. Ele olhou rapidamente pro celular que vibrou em seu colo, relutei muito para não olhar, mas minha curiosidade falou mais alto, e vi que o contato tava escrito "pequena gigante" — A Sophia quer saber se você quer ir lá para casa. Tive que contar para depois da nossa conversa de ontem. — se explicou quando sentiu meu olhar nele.

— Não quero atrapalhar mais vocês..

— Você não atrapalha nada. Agora eu que estou te convidando para almoçar lá em casa. Tá morrendo de fome, que eu sei. Tem que alimentar o buchinho.

Rio da forma que ele falou, e assinto, concordo em ir para a casa do surfista. Já mando mensagem para Adriana, avisando que almoçaria na casa de Gabriel.

— Como a gente faz em questão de contar a todo mundo? — pergunto olhando para paisagem de maresias pela janela do carro. — Eu só contei para Adriana e para minha assessora, ela disse que por enquanto, que não está muito aparente eu posso esconder da mídia.

— E eu só contei para a Sophia. Em relação a mídia a gente pode contar depois que o buchinho estiver maior. — ele batucava os dedos no volante no ritmo da musica.

— Isso não vai atrapalhar seu trabalho? — sabia que tinha o lance dos patrocinadores, e a mídia em cima dele, eu realmente não fazia questão dele assumir publicamente. Acredito eu que uma atitude vale muito mais que uma postagem no Instagram, e olha que esse é o meu trabalho.

— Os patrocinadores só ligam se atrapalhar meu desempenho, e isso eu tenho certeza que não vai acontecer. Mas é uma escolha sua, você é a mãe.

— Por mim, eu prefiro manter em segredo o máximo que eu puder, pelo menos por enquanto. — percebi seu olhar em mim, enquanto o meu estava observando as ruas de maresias. — Se puder, por agora eu queria manter só entre os mais próximos.

— Então, tudo bem. — volta sua concentração a estrada, reparei que o surfista pensava em alguma coisa e tentava achar uma forma de falar. — Eh... eu tava vendo umas pranchas para criança, e fiquei apaixonado numas. Ai passei numa loja parceira minha antes da consulta e comprei uma. — Disse rindo tímido.

— Ai meu Deus! Serio? — Gabriel assentiu apontando para o porta malas, onde eu conseguia ver apenas uma pontinha da prancha, mas que dava ver que era branca e tinha a borda e uma listra em um verde claro, quase musgo.

— Claro, pô! Meu filho ou filha vai surfar desde a barriga.

— E eu que lute com o bebê chutando depois né?

Era bom que agora a gente parecia estar em sintonia, não temos um relacionamento, muitos menos uma história, mas sinto que posso ter uma segurança com ele, vamos passar por tudo juntos.

VEJO VOCÊS NO PRÓXIMO CAPÍTULO!

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• adoro os momentinhos delesss AHHH 😫

On your wave - Gabriel MedinaOnde histórias criam vida. Descubra agora