CAPÍTULO 52

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Gabriel Medina's point of view

Levar Helena para casa foi como atravessar uma linha de chegada que eu nem sabia que estava correndo. Tudo tinha mudado desde o momento em que a vi pela primeira vez, e agora, enquanto dirigia de volta para Maresias, com Marina ao meu lado e nossa filha no banco de trás, o mundo parecia se mover em câmera lenta. Cada curva na estrada, cada árvore que passávamos, tudo parecia mais brilhante, mais vivo. Como se o simples fato de levar Helena para casa tivesse colorido o mundo de uma maneira diferente.

Marina estava silenciosa, observando a paisagem pela janela, mas eu podia ver o cansaço em seus olhos. Ela ainda estava no resguardo, o corpo dela precisando de tempo para se recuperar, e por mais que eu quisesse que ela descansasse, sabia que ela estava tão animada quanto eu para chegar em casa, para começar essa nova vida juntos.

O sol estava brilhando forte quando finalmente chegamos em nossa casa, a mesma casa onde tínhamos passado tantos momentos felizes, e agora, aquele lugar se tornaria o lar da nossa família. Estacionei o carro com cuidado e fui até a porta do passageiro, abrindo-a para Marina.

— Deixa que eu pego ela — murmurei, beijando a testa dela antes de me inclinar para pegar a cadeirinha onde Helena dormia serenamente.

Ela era tão pequena, tão frágil, mas ao mesmo tempo, emanava uma sensação de paz que preenchia cada canto da casa quando entrei com ela nos braços. Marina veio logo atrás, e eu podia sentir a emoção dela, o mesmo tipo de alegria nervosa que eu estava sentindo. Nós dois trocamos um olhar, aquele olhar de entendimento mútuo que parecia se fortalecer a cada dia desde o nascimento de Helena.

— Bem-vinda ao seu lar, minha filha — sussurrei, colocando a cadeirinha com cuidado sobre o sofá.

A casa estava silenciosa, mas não por muito tempo. Tínhamos planejado um pequeno almoço para a família e os padrinhos da Helena, algo íntimo, apenas com as pessoas mais próximas. Marina e eu decidimos que queríamos que todos conhecessem nossa filha de uma forma tranquila, sem muita agitação, especialmente porque Marina precisava descansar e se recuperar.

Não demorou muito para que os primeiros convidados começassem a chegar. Minha mãe, Simone, foi a primeira a aparecer, seguida de perto por Charlão, Sophia, Felipe, Bruna e a pequena Ana Lua. Lucas e Adriana, padrinhos da Helena, chegaram logo depois, trazendo uma energia vibrante que parecia acalmar qualquer nervosismo que pudesse estar presente. Todos estavam animados, os rostos brilhando de expectativa ao entrar na casa e ver nossa pequena pela primeira vez.

— Gabriel, meu filho, ela é tão linda — disse minha mãe, as lágrimas enchendo seus olhos enquanto se aproximava da cadeirinha. Havia uma ternura em sua voz que eu não ouvia há muito tempo.

— Ela realmente é — concordei, sentindo uma onda de orgulho enquanto olhava para Helena.

Sophia se aproximou em seguida, os olhos brilhando ao ver a sobrinha pela primeira vez. Bruna segurava Ana Lua, que estava curiosa, esticando os bracinhos para tentar tocar a prima.

— Olha só quem está aqui, Ana Lua — Bruna disse suavemente para a filha. — Essa é sua priminha, Helena.

Ana Lua olhou para Helena com olhos grandes e curiosos, como se estivesse tentando entender quem era aquela nova pessoa na família. Eu me aproximei, abaixando-me para que ela pudesse ver melhor.

— Cuidado, tá bom? Ela ainda é muito pequena — avisei, sorrindo ao ver o quão atenta Ana Lua estava.

O resto da manhã foi passado assim, em uma espécie de felicidade serena. Todos estavam encantados com Helena, especialmente Adriana e Lucas, que não conseguiam tirar os olhos dela. Adriana segurou Helena nos braços com uma ternura que parecia vir de uma conexão profunda, algo que eu sabia que era especial entre padrinhos e afilhados.

— Vocês dois fizeram um trabalho incrível — Lucas disse, sorrindo para mim e Marina. — Ela é perfeita.

Marina, que estava sentada ao meu lado, sorriu de volta, exausta, mas radiante. Eu podia ver o alívio em seus olhos, o mesmo alívio que eu sentia por finalmente estarmos todos juntos em casa, rodeados de amor e apoio.

O almoço foi simples, mas delicioso, com pratos que sabiam a casa, a família. Sophia tinha preparado algumas das comidas favoritas de Marina, e Bruna trouxe um bolo que parecia ter saído de uma confeitaria de tão bonito. Todos comeram, riram e compartilharam histórias enquanto Helena dormia tranquilamente no quarto ao lado, como se soubesse que estava em casa.

Depois que todos comeram, houve um momento em que todos nós simplesmente ficamos sentados na sala, em silêncio, aproveitando a companhia uns dos outros. Olhei ao redor, vendo as pessoas que mais significavam para mim e percebi que, por mais que as competições, os títulos e as viagens ao redor do mundo fossem importantes, nada se comparava a isso.

Eu senti a mão de Marina na minha e virei para vê-la olhando para mim com uma expressão de pura felicidade. Era o tipo de olhar que dizia mais do que palavras jamais poderiam.

— Acho que finalmente estamos completos, né? — murmurei, inclinando-me para dar um beijo suave em sua testa.

— Sim — ela respondeu, os olhos brilhando. — Agora sim.

O dia passou rápido, mas cada momento foi gravado na minha memória. Quando todos finalmente foram embora, Marina e eu ficamos na sala, sozinhos com Helena, aproveitando o silêncio da casa que agora parecia mais cheia, mais viva.

Eu me sentei no sofá, com Helena adormecida em meus braços, enquanto Marina descansava ao meu lado, com a cabeça encostada no meu ombro. A tranquilidade daquele momento era algo que eu sabia que iria guardar para sempre.

— Ela vai ter tanto amor, Gabriel — Marina sussurrou, sua voz suave, quase como um sussurro. — E isso é tudo o que eu sempre quis para ela.

— Ela já tem — respondi, sentindo o peso das palavras. — Ela já tem.

E assim, com Helena nos meus braços e Marina ao meu lado, senti que tudo estava no lugar. Não havia mais nada que eu pudesse pedir. Eu era pai, noivo e estava cercado pelas pessoas que mais amava. A vida, com todas as suas voltas e reviravoltas, tinha finalmente nos levado para onde precisávamos estar.

Era o começo de algo novo, algo belo. E eu estava pronto para cada momento que viesse, sabendo que não importa o que aconteça, estaríamos sempre juntos. E isso era tudo o que importava.

VEJO VOCÊS NO PRÓXIMO CAPÍTULO! QUE É O ÚLTIMO, INFELIZMENTE.

On your wave - Gabriel MedinaOnde histórias criam vida. Descubra agora