CAPÍTULO 42

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Gabriel Medina's point of view

O sol brilhava intensamente em Teahupo'o, e mesmo com os treinos intensos para as Olimpíadas, eu e Marina conseguimos encontrar um tempo para explorar a ilha. Decidimos tirar o dia para relaxar, longe das pranchas e do mar, e simplesmente aproveitar o paraíso ao nosso redor. Caminhávamos por uma trilha que nos levaria a uma cachoeira escondida, cercada por vegetação tropical exuberante e com o som constante da água caindo ao longe.

Marina estava à frente, como sempre, explorando cada detalhe ao redor, com os olhos brilhando de curiosidade. Ela usava um vestido leve e esvoaçante, que se movia suavemente ao ritmo de seus passos, e seus cabelos estavam soltos, caindo em ondas naturais sobre os ombros. Ela estava radiante, e eu não conseguia parar de olhar para ela.

Enquanto andávamos, notei que alguns homens locais, que também estavam aproveitando a trilha, não conseguiam tirar os olhos dela. Eu não podia culpá-los — Marina era deslumbrante. Mas quando um deles se aproximou um pouco mais e soltou um elogio, uma onda inesperada de ciúmes me atingiu.

— C'est une belle journée! — disse o homem, com um sorriso despreocupado enquanto passava por nós, mas seu olhar se manteve fixo em Marina.

Ela, sempre educada, respondeu com um sorriso:

— Oui, magnifique! Merci! — sua voz era alegre e casual, sem dar muita importância ao comentário.

O homem continuou andando, mas eu senti meu corpo inteiro ficar tenso. Eu sabia que era só um comentário inocente, mas a forma como ele olhou para Marina... algo dentro de mim se incomodou profundamente. Por mais que tentasse ignorar, não conseguia. E essa sensação de incômodo foi crescendo a cada passo.

— Tudo bem, Gabriel? — Marina perguntou, notando meu silêncio repentino. Ela olhou para trás, me observando com um olhar curioso.

— Claro... tudo tranquilo — respondi, tentando parecer despreocupado, mas a tensão na minha voz entregou que algo estava errado.

Ela parou de andar e se virou completamente para me encarar, os olhos avaliando meu rosto como se procurasse por alguma pista.

— Espera aí... — ela começou, cruzando os braços e inclinando a cabeça para o lado. — Você tá com ciúmes?

Eu imediatamente tentei negar, mas a forma como ela me olhava, com aquele brilho travesso nos olhos, me fez perceber que estava perdido. Eu nunca fui de sentir ciúmes, especialmente porque confiava plenamente nela, mas a ideia de outro homem olhando para Marina daquele jeito me incomodava mais do que eu queria admitir.

— Que nada, você tá viajando — menti, tentando parecer convincente, mas meu tom de voz falhou miseravelmente, e Marina percebeu na hora.

Ela arregalou os olhos por um segundo, surpresa, e depois começou a rir, uma risada alta e sincera, que ecoou pela trilha.

— Não acredito! O grande Gabriel Medina, ciumento? Isso é inédito! — ela exclamou, claramente se divertindo com a situação.

Eu revirei os olhos, meio sem graça, mas acabei sorrindo junto com ela. Não tinha como fugir, então resolvi admitir.

— Tá, tá bom, eu admito... — confessei, ainda sentindo um pouco de vergonha. — Eu só não gosto quando outros caras ficam olhando pra você desse jeito.

Ela se aproximou de mim, segurando meu rosto entre as mãos, ainda com aquele sorriso travesso nos lábios.

— Amor, eles só estavam sendo gentis. E além do mais, você sabe que eu só tenho olhos para um surfista em especial — ela disse, a voz suave e cheia de carinho, enquanto me olhava diretamente nos olhos.

— Eu sei, eu sei... — murmurei, finalmente relaxando, mas aquela leve pontada de ciúme ainda estava lá.

Ela me deu um beijo rápido e depois se afastou, balançando a cabeça com um sorriso.

— Sabe o que isso significa, né? — ela perguntou, começando a andar de novo, mas agora me puxando pela mão.

— O quê? — perguntei, ainda sem entender.

— Agora eu posso te zoar pra sempre sobre isso! — ela disse, rindo de novo e me lançando um olhar cheio de malícia.

Eu ri, balançando a cabeça, sabendo que ela não ia deixar essa passar tão cedo. Enquanto continuávamos a caminhar, ela aproveitou cada oportunidade para me provocar, dizendo que ia contar para todo mundo que, no fundo, eu era o ciumento da relação. E, claro, eu não resisti em entrar na brincadeira também.

— Ah, então é assim? — perguntei, puxando-a pela cintura para mais perto de mim. — Agora que descobriu meu ponto fraco, vai abusar, é?

— Com certeza! — ela respondeu, sem hesitar, rindo e me dando um beijo rápido na bochecha. — E vou começar contando pro Scooby!

— Se você contar, eu juro que... — comecei a ameaçar em tom brincalhão, mas ela apenas riu mais alto, completamente despreocupada.

— Vai fazer o quê? — ela provocou, me olhando de soslaio.

— Vou te encher de cócegas até você se arrepender — ameacei, sabendo exatamente onde tocá-la para fazê-la rir até perder o fôlego.

— Tá bom, tá bom! Eu não conto... por enquanto — ela disse, levantando as mãos em rendição, ainda rindo, mas claramente guardando essa carta na manga para usar quando fosse mais conveniente.

Chegamos finalmente à cachoeira, e o lugar era tão bonito quanto eu imaginava, mas nada se comparava à beleza do sorriso de Marina enquanto ela corria para a água, puxando-me junto com ela. E ali, entre risos, provocações e beijos, o ciúme desapareceu completamente, deixando apenas o amor e a cumplicidade que sempre compartilhamos.

VEJO VOCÊS NO PRÓXIMO CAPÍTULO!

On your wave - Gabriel MedinaOnde histórias criam vida. Descubra agora