CAPÍTULO 36

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Marina Soarez's point of view

O sol brilhava intensamente no Equador, aquecendo as areias da praia enquanto eu e Gabriel nos preparávamos para a sessão de fotos com Lucas. Aquele era um dia especial, não apenas pelas fotos que seriam tiradas, mas também pela energia que sentíamos ao estar em um lugar tão bonito e significativo para nós dois. A praia estava praticamente deserta, e o cenário era perfeito para capturar momentos que se tornariam memórias preciosas no futuro.

— Pronta, amor? — Gabriel perguntou, me olhando com um sorriso de entusiasmo.

— Prontíssima — respondi, sentindo a leve brisa do mar tocar meu rosto.

Lucas, sempre atento, começou a ajustar a câmera enquanto nos posicionávamos perto da água. As ondas quebravam suavemente na areia, criando um som relaxante que nos ajudava a entrar no clima. Gabriel me abraçou por trás, e eu senti o calor de seu corpo contra o meu. Estávamos tão conectados, tão sintonizados, que parecia que nada poderia nos abalar.

A sessão de fotos foi leve e divertida. Lucas capturou nossos sorrisos, nossos olhares trocados, e até os pequenos gestos de carinho que revelavam a intimidade que compartilhávamos. A certa altura, ele pediu para Gabriel colocar a mão sobre minha barriga, onde Helena já começava a mostrar sua presença. Aquele gesto, tão simples, encheu meu coração de amor e emoção.

O dia tinha sido perfeito. A sessão de fotos na praia equatoriana capturou a essência do que éramos juntos—sorrisos, carinho, e uma conexão que parecia inquebrável. Mas à medida que a noite caía, uma tensão silenciosa começou a se instalar, e eu sentia que algo estava para acontecer.

Após as fotos, fomos a uma resenha num bar à beira-mar, junto com outros surfistas. O clima era descontraído, cheio de risadas e histórias de campeonatos. Tati Weston, minha amiga, estava ao meu lado, rindo e comentando as conversas ao redor. Gabriel estava, como sempre, no centro das atenções. Seu jeito carismático atraía todos, mas naquela noite, algo em mim começou a se incomodar.

— Olha só quem está chegando — Tati comentou, inclinando-se para mim enquanto uma garota se aproximava do nosso grupo. Era Luiza, uma jovem bonita e confiante, e pelo jeito que se dirigiu ao Gabriel, parecia já o conhecer. Eu não a conhecia bem, mas seu interesse em Gabriel era evidente desde o início.

Tentei ignorar no começo. Gabriel estava apenas sendo amigável, como sempre. Mas conforme os minutos passavam, comecei a notar como Luiza ficava cada vez mais próxima dele, rindo de suas piadas, tocando seu braço de maneira intencional. Era impossível ignorar.

Tati, que estava ao meu lado, percebeu minha mudança de humor e me lançou um olhar preocupado.

— Marina, tá tudo bem? — ela perguntou, baixinho, notando minha inquietação.

— Aquela garota está dando em cima do Gabriel — respondi, tentando não deixar minha voz trêmula de raiva.

Tati observou a cena por um momento antes de voltar para mim, sua expressão agora mais séria.

— Homens podem ser meio cegos pra essas coisas. Mas Gabriel te ama. Se tá te incomodando, talvez seja melhor falar com ele.

Eu sabia que Tati tinha razão, mas a cada risada de Mariana e cada toque no braço de Gabriel, minha paciência ia se esgotando.

Finalmente, não consegui mais ficar ali.

— Vou pegar uma bebida — murmurei para Tati, tentando escapar da situação antes que explodisse.

No bar, pedi um suco, tentando me acalmar, mas minha mente estava no outro lado da sala, onde Gabriel e Luiza conversavam. Quando voltei, a situação tinha piorado. Luiza estava ainda mais próxima de Gabriel, agora falando algo no ouvido dele e rindo, enquanto tocava levemente no peito dele. Eu não conseguia acreditar que Gabriel não percebia o que estava acontecendo.

On your wave - Gabriel MedinaOnde histórias criam vida. Descubra agora