CAPÍTULO 12

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Gabriel Medina's point of view

O dia estava claro e ensolarado quando chegamos à casa da minha mãe para o almoço de família. Apesar do clima agradável, eu sentia um leve nervosismo, algo que sempre acontecia antes de esses encontros. Ao meu lado, Marina estava tranquila e animada, uma calma que eu invejava enquanto caminhávamos até a porta de entrada.

A casa, simples e aconchegante, era a mesma que eu lembrava de minha infância, mas agora parecia um pouco menor, talvez pelo tempo que passei fora. Minha mãe, Simone, estava na porta esperando por nós. Seu sorriso era um tanto formal, e pude perceber a tensão em seus olhos.

— Olá, Gabriel. Marina, seja bem-vinda,— disse ela, dando um passo para trás para nos deixar entrar.

Dentro da casa, o cheiro familiar de comida caseira enchia o ar. Meus irmãos e a família de Felipe já estavam lá, reunidos na sala de estar, rindo e conversando. Fui cumprimentado por eles com abraços calorosos e apertos de mão, enquanto apresentava Marina a todos. Ela era um raio de luz, encantando a todos com seu sorriso e sua personalidade cativante.

— Você é ainda mais bonita pessoalmente, Marina. — disse a esposa do meu irmão Felipe, Bruna, enquanto abraçava Marina com carinho. — Estamos tão felizes que você esteja aqui. — Marina sorriu timidamente e agradeceu, claramente apreciando a recepção calorosa.

Enquanto nos sentávamos à mesa para o almoço, notei que minha mãe estava ocupada em servir os pratos e certificar-se de que tudo estava perfeito. Havia uma tensão em seus movimentos, algo que sempre pareceu estar presente em todos nossos encontros desde as intrigas do ano passado.

A conversa durante o almoço começou leve, com tópicos sobre o dia a dia e histórias engraçadas das crianças. Marina se envolveu facilmente na conversa, rindo e fazendo perguntas. Eu observava a interação com satisfação, mas não pude deixar de notar que minha mãe se mantinha um pouco afastada, respondendo com sorrisos contidos e comentários curtos.

Em um determinado momento, enquanto todos discutiam sobre os planos para o fim de semana, antes de mim ir para a Austrália para próxima etapa do campeonato, minha mãe olhou para mim e disse.

— Então, Gabriel, como está o campeonato? Ouvi dizer que você está indo bem este ano. — Sua voz era educada, mas distante.

— Está indo bem, mãe. — respondi, tentando manter a conversa neutra. — As próximas etapas serão desafiadoras, mas estou confiante.

Ela assentiu, mas parecia pouco interessada nos detalhes. Esse tipo de interação não era incomum entre nós, sempre tivemos um relacionamento complicado enquanto eu estava no meu antigo relacionamento, algo que eu nunca consegui entender completamente. Apesar de todos os meus esforços para me aproximar, sempre parecia haver uma barreira invisível entre nós.

Marina, percebendo a tensão, interveio com um sorriso.

— Gabriel está muito animado com as próximas etapas, e eu também. Será uma experiência incrível para nós dois e para o bebê. — Ela olhou para minha mãe com um sorriso caloroso, esperando quebrar o gelo. Minha mãe sorriu de volta, mas ainda de forma contida.

— Isso é ótimo, Marina. Fico feliz que vocês dois estejam juntos nessa. É importante ter alguém ao lado durante esses momentos. — Embora suas palavras fossem gentis, havia algo na maneira como ela as disse que parecia distante, quase como se estivesse falando por obrigação.

Depois do almoço, nos reunimos na sala para tomar café e conversar. Meus irmãos começaram a discutir sobre os planos para o Natal, enquanto Marina e Bruna conversavam animadamente sobre as compras para o bebê. Eu permaneci em silêncio, observando a cena. Apesar das risadas e do clima familiar, eu sentia uma sensação de deslocamento, como se estivesse assistindo tudo de fora. Em um momento em que todos estavam distraídos, minha mãe se aproximou de mim.

— Gabriel, podemos conversar por um momento? — perguntou ela, com seu tom sério.

— Claro, mãe. — respondi, seguindo-a até a varanda. Fiquei um pouco apreensivo, sem saber o que ela queria discutir.

— Eu sei que nosso relacionamento não tem sido fácil. — começou ela, olhando para o horizonte. — Mas quero que você saiba que estou aqui para você e para Marina. Quero que isso funcione, por vocês dois e pelo meu neto. — Suas palavras me surpreenderam. Eu não esperava essa abertura dela.

— Obrigado, mãe. Isso significa muito para mim, — respondi, tentando esconder a emoção em minha voz. — Também quero que nosso relacionamento melhore. Vamos fazer isso juntos, ok?

Ela assentiu, e por um breve momento, senti uma conexão genuína entre nós. Talvez essa fosse uma nova etapa para todos nós, uma chance de reconstruir os laços que foram rompidos ao longo dos anos.

— E como tá sendo essa experiência? — pergunta tentando puxar algum assunto.

— É incrível! Nunca imaginei que sentiria tanto carinho por um serzinho, que nem nasceu ainda. — Falo rindo, lembrando de que eu não conseguia parar de pensar no buchinho, tudo que eu via de criança eu queria comprar, e eu queria passar todo meu tempo livre com a Marina e o buchinho. — Eu to até pensando em levar a Marina para morar lá em casa, eu quero acompanhar de perto o crescimento do bebê.

— Tenho orgulho de você, meu filho. — Disse e percebo a sinceridade na sua fala. — Acredito que seja o melhor para vocês dois. Você vai ser um ótimo pai, filho. — me puxa para um abraço, e eu senti ali, que finalmente tínhamos havíamos resolvido novas intrigas pessoais.

Enquanto voltávamos para dentro, Marina me olhou com um sorriso tranquilo.

— Tudo bem? — perguntou ela, segurando minha mão.

— Sim, tudo bem. — respondi, apertando sua mão de volta. — Acho que estamos todos prontos para um novo começo. —

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On your wave - Gabriel MedinaOnde histórias criam vida. Descubra agora