CAPITULO 4

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Marina Soarez's point of view

Minhas mãos estavam tremendo. Eu não sabia como cheguei a esse ponto, o que era pra ser apenas uma noite de diversão, para me distrair e fugir da realidade, acabou me trazendo até aqui. Parada em frente ao surfista, que eu mal conhecia, com um teste de gravidez positivo nas mãos. O silêncio entre nós era dominante, só conseguia escutar meu coração palpitando.

Era claro a surpresa em seus olhos quando me viu entrar pela sala. Claro, por que eu estaria aqui? Aquela noite, nossa conexão foi rápida, a tensão entre nós era praticamente paupável, nossas trocas de olhares foi intensa, mas nada mais que isso. Mas agora eu estava ali, para virar seu mundo de ponta cabeça, da mesma forma que o meu foi.

— Gabriel, preciso te contar uma coisa. — falei, sentindo minha voz vacilar um pouco. — A sós. — Ele franziu a testa, parecia confuso com meu tom mais serio. Não era assim que eu tinha planejado, eu não tinha mais escapatória. Gabriel apontou para as escadas que davam pro andar de cima, o segui até o quarto, em que tudo aconteceu naquela noite.

Sem dizer mais nada, estendi o teste positivo para ele. O surfista olhou para o objeto, e vi a confusão passar por seus olhos antes da realidade atingir seu rosto. Pude ver quando a ficha caiu, a incredulidade, o choque em sua feição.

— Eu estou grávida — digo sem enrolação, o silêncio desconfortável entre nós estava me mandando. Aquelas palavras pairaram no ar entre nós, carregadas de implicações que nenhum de nós estava pronto para enfrentar.

Ele continuava a me olhar, talvez esperando que eu dissesse que era uma piada, ou que isso fosse um erro. Mas eu só conseguia pensar no que aconteceria a seguir. Eu não sabia o que esperar dele, nem mesmo o que esperar de mim mesma. Tudo o que eu sabia era que, a partir daquele momento, nossas vidas estavam ligadas de uma maneira que nenhum de nós havia previsto ou desejado.

— Tem certeza que eu sou o pai? — Lógico que ele duvidaria de cara, eu mesma precisei de uma semana antes de vir contar a ele, para assimilar tudo que estava acontecendo. —  Isso não pode ser meu. A gente só ficou uma vez, Marina. Como você sabe que sou eu?

Eu sabia que essa reação era possível, mas as palavras dele me atingiram como um soco.

— Acha mesmo que eu mentiria sobre isso? — respondi tentando manter a voz firme. — Você foi o único homem que eu transei nos últimos tempos. Não diga assim, porque você me ofende.

Ele respirou fundo, seus olhos vagando pelo cômodo, procurando uma saída. O silêncio era pesado, eu também queria fugir, mas tinha que encarar essa situação de cara. Passamos longos minutos de silêncio, ele não me olhava nos olhos e isso me angustiava. Não sei o que esperar desse silêncio todo.

— Eu acredito em você. — Realmente me surpreendi agora. Não estava esperando por isso, já estava me preparando para ser xingada e expulsa da casa dele. Olho para ele, procurando seu olhar, apenas encontrando pura sinceridade. Sorri internamente, sabendo que pelo menos não me invalidaria. — Mas eu preciso de um tempo para pensar. — Disse balançando a cabeça nervoso, entendia esse sentimento, também entrei numa espécie de negação, não conseguia acreditar que logo na primeira vez que fico com alguém diferente depois de anos, acabei engravidando. Qual a chance disso?

— Te entendo. — coloquei minha mão em seu ombro, percebi seu olhar mudar a direção, deslizando para minha barriga, que estava descoberta, por eu estar usando uma regatinha curta e uma calça de cintura baixa, tinha apenas uma pequena protuberância, quase imperceptível. — Eu demorei a entender que realmente estou grávida. — eu coloquei minha outra mão na minha barriguinha, era muito doido saber que agora eu estava gerando uma vida dentro de mim.

— Eu posso? — pergunta receoso, confirmei com a cabeça, sentindo o toque da sua mão que praticamente cobria minha barriga inteira. Também percebi um sorriso crescendo em seu rosto, senti meus olhos marejados e dei risada de mim mesma por estar chorando pela milésima vez só hoje, percebi que chamei sua atenção, que agora estava rindo de mim também.

— Acho que são os hormônios da gravidez. — falo rindo mas logo limpando as lágrimas de meus olhos.

Gabriel agora parecia estar mais tranquilo, tinha um leve sorriso no rosto e os olhinhos castanhos brilhando. Será que o bebê teria os olhos verdes ou castanhos? Única certeza é que teria o cabelo cacheado, ou pelo menos ondulado.

— Eu sou pai! Meu Deus! Esse ano já começou com tudo. — falou me fazendo sorrir.

VEJO VOCÊS NO PRÓXIMO CAPÍTULO!

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On your wave - Gabriel MedinaOnde histórias criam vida. Descubra agora