CAPÍTULO 10

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Marina Soarez's point of view

Acordo meio relutante, o sol entrando pela janela, e a vista pro mar de Peniche. As ondas do mar parecia bater mais forte nas costas rochosas, como se quisessem dar boas vindas ao Gabriel e todos os outros surfistas que chegavam para esse etapa do campeonato. A cidade estava em festa, e o ar cheio de expectativas para a competição. Desde que cheguei aqui, não consigo parar de me encantar com a beleza e a energia desse lugar. Me levanto e percebo que o Gabriel já não estava mais no quarto, provavelmente já foi treinar pra a competição que acontece em algumas horas. Estava um frio de rachar a bunda, bem diferente de maresias. Então resolvo começar me arrumar e depois descer para tomar café no buffet do hotel.

Coloquei uma calça jeans larga, a única que tá me servindo atualmente, coloquei uma regata de algodão, e olhei em volta procurando alguma roupa que me pudesse proteger do frio. Encontrei um moletom do surfista perdido, e resolvi usar, era quentinho e confortável, e tinha seu cheiro impregnado. E fui fazer uma maquiagem básica enquanto gravava um vlog, quando eu escutei a porta do quarto sendo aberta.

— Bom dia, trouxe café da manhã! — Gabriel falou colocando umas sacolas em cima da mesa que eu tava usando como penteadeira. A gente tava dividindo quarto e também a cama, já que não víamos problema em dormir juntos por alguns dias. — Ta bem? Espera, essa blusa é mim? — se inclinou me dando um beijo na testa, e um carinho no buchinho.

— Uhum — falo rindo sabendo que não ele não estava falando serio. — Teu filho tá com frio e nenhuma blusa tá me esquentando o suficiente. — ele se abaixa na minha frente, levantando um pouco a blusa, e eu me arrepiei com seu toque gelado e ele deu risada.

— Esse buchinho tá crescendo demais né? Daqui pouco vamo estar surfando juntos. — e deixou um beijinho ali, me arrepiei todinha. E depois cobriu a barriga de novo com a blusa e deixou um carinho ali. Não esperava esse toque vindo dele. — Pode pegar à vontade, pô! — se refere à blusa dele. E se senta na outra cadeira em frente a mim. — Tá fazendo o que? — pergunta tirando dois cafés quentes de uma das sacolas.

— Um vlog, se quiser posso cortar a parte que você aparece. — pego um dos cafés, tomando um gole já sentindo meu corpo se esquentar.

— Precisa não. — me entrega um pão salgado e outro doce. — Daqui uma hora a gente tem que ir pra praia.

— Não vai comer? — pergunto quando percebo que ele só estava tomando o café.

— Só como depois da bateria — Explica, tirando a atenção do celular para olhar para mim. — Eu contei para minha mãe sobre o buchinho, e agora ela quer te conhecer. — me engasguei ao ouvir. Tipo, do nada tu me fala isso, cara?!

— Que?! Qual foi a reação dela? — pergunto tentando me recompor. E lembro que a reação da minha família foi completamente indiferente, eles simplesmente disseram "beleza, se cuida aí."

— Foi boa até, nem eu esperava. Mas agora ela quer te conhecer. — Falou me olhando preocupado por causo do engasgo.

— Quando? — falo simples. Ao mesmo tempo que eu fiquei nervosa com essa notícia, eu também já esperava que em algum momento eu teria que lidar com isso.

— Quando a gente voltar pro Brasil, até a próxima etapa vamos ter um intervalo de dez dias. — concordo com a cabeça, voltando a comer meu pão. — Não precisa se preocupar.

Deixo quieto e termino de comer, e mesmo ainda faltando alguns minutos, já saímos do hotel indo em direção à praia de Supertubos.

Nunca imaginei que acompanhar o Gabriel uma de suas competições fosse tão emocionante. Rapidamente, chegamos à praia e já encontramos outros surfistas, como Italo Ferreira, que foi muito gente boa comigo. Gabriel ficou mais na dele enquanto eu falava com Italo, mas acho que deve ser o nervosismo da competição.

Gabriel já estava se preparando, ajustando a prancha e conversando com outros surfistas. Eu fiquei o observando de longe, admirando a concentração e a paixão que ele tinha pelo que fazia. Parecia que o mar era uma extensão de sua alma, e eu estava animada para ver o que ele faria nas ondas portuguesas.

A praia de Supertubos estava lotada de espectadores. As pessoas vibravam a cada manobra arriscada, cada onda surfada com perfeição. Fiquei próxima da área dos atletas, junto com outras pessoas que, como eu, torciam e apoiavam seus entes queridos. Quando chamaram o nome de Gabriel, meu coração disparou. Eu sabia que ele estava preparado, mas não pude deixar de sentir um frio na barriga por ele.

Enquanto Gabriel descia pela água, a multidão se silenciou, como se todos estivessem prendendo a respiração. Ele pegou sua primeira onda com uma elegância impressionante, movendo-se com agilidade e graça, como se fosse um com a água. Cada manobra era executada com precisão e força, e a cada momento, eu me sentia mais orgulhosa dele.

Depois da bateria, quando Gabriel voltou para areia, corri para abraçar ele. Não me importando nenhum pouco se ele me molharia.

— Você foi incrível! — exclamei, sentindo a adrenalina dele ainda pulsando. Ele sorriu, ainda ofegante, e me abraçou com força.

— Obrigado por estar aqui comigo, significa muito ter você ao meu lado. — ele disse e eu sabia que ele estava sendo sincero. Deixei um beijo em sua bochecha, e seus rodearam minha cintura.

VEJO VOCÊS NO PRÓXIMO CAPÍTULO!

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On your wave - Gabriel MedinaOnde histórias criam vida. Descubra agora