CAPÍTULO 37

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Gabriel Medina's point of view

Acordei com o sol equatoriano começando a invadir o apartamento alugado onde estávamos. As lembranças da noite anterior ainda estavam frescas na minha mente. Apesar de termos conversado e resolvido nossa briga, o clima entre mim e Marina ainda não estava totalmente tranquilo. Havia uma tensão no ar, algo que precisava ser resolvido de uma maneira diferente, mais especial.

Eu me levantei com cuidado, tentando não acordá-la. Ela ainda dormia profundamente, com a expressão serena, e eu queria manter assim até ter tudo pronto. Tomei um banho rápido e me vesti antes de sair para preparar uma surpresa. As ruas estavam tranquilas, e o ar fresco da manhã me ajudava a clarear as ideias. Passei por uma floricultura pequena e aconchegante, onde comprei um buquê de flores tropicais—vibrantes e cheias de vida, como a Marina. Depois, comprei algumas velas de baunilha, o aroma favorito dela.

Antes de voltar para o apartamento, parei em uma padaria local para pegar um café da manhã especial: frutas frescas, pães quentes e suco natural. Queria que, quando Marina acordasse, sentisse o quanto a amava e como queria que aquele dia fosse especial para nós dois.

Quando abri a porta do apartamento, minhas expectativas foram frustradas. O quarto estava vazio, e a cama desarrumada indicava que Marina havia acordado há pouco. Coloquei as sacolas no chão e me virei para o banheiro, mas ele também estava vazio. O pânico começou a se instalar—onde ela poderia estar?

— Marina? — chamei, minha voz ecoando pelo silêncio do apartamento.

Antes que eu pudesse pensar no que fazer, ouvi a porta se abrir rapidamente. Marina entrou, com uma expressão preocupada no rosto, que logo se transformou em alívio misturado com frustração ao me ver.

— Gabriel, onde você estava? Acordei e você não estava aqui... — ela disse, cruzando os braços, claramente abalada.

— Eu... estava preparando uma surpresa para você — confessei, sentindo a decepção no ar por não ter conseguido concluir tudo a tempo. — Queria que você acordasse com tudo pronto, mas parece que não fui rápido o suficiente.

Ela olhou ao redor do quarto, finalmente percebendo as flores, as velas e as sacolas de café da manhã. Seus olhos suavizaram, e o sorriso que apareceu em seus lábios me fez perceber que, mesmo sem ter saído como o planejado, meu esforço não foi em vão.

— Gabriel, você fez isso pra mim? — sua voz estava mais suave agora, dando alguns passos na minha direção.

— Sim, fiz. Queria que hoje fosse especial para nós dois, depois do que aconteceu ontem — expliquei, segurando suas mãos. — Sei que as coisas ainda estavam meio estranhas entre a gente, e queria mudar isso.

Marina suspirou, seus olhos brilhando com emoção.

— Eu fiquei preocupada quando acordei e não te vi. Pensei que algo tinha acontecido... Mas agora, vendo tudo isso, sinto que fui boba por me preocupar. Você é tão incrível, Gabriel. Não mereço todo esse esforço — disse ela, sua voz embargada.

— Claro que merece, Marina. Você merece isso e muito mais — respondi, puxando-a para um abraço.

Ela se aconchegou em meus braços, e por um momento, ficamos em silêncio, apenas apreciando a presença um do outro. O clima tenso começou a se dissipar, substituído por uma sensação de entendimento mútuo. Percebi que, mesmo com a surpresa "estragada", o que realmente importava era a intenção por trás de tudo.

— Desculpa por ter estragado a surpresa — murmurou contra meu peito, e eu ri suavemente.

— Você não estragou nada, Marina. Na verdade, acho que tornou o momento ainda mais especial — respondi, beijando o topo de sua cabeça.

Ela se afastou um pouco, olhando para mim com um sorriso tímido.

— Ainda posso aproveitar o café da manhã surpresa? — perguntou, e eu vi o brilho nos olhos dela voltar, aquele brilho que sempre iluminava o meu dia.

— Claro que sim. Vamos aproveitar juntos agora — respondi, guiando-a até a mesa onde organizei as coisas.

Nos sentamos juntos, comendo e conversando, enquanto a leveza voltava ao nosso relacionamento. Cada mordida, cada gole de suco parecia selar a reconciliação. Sabíamos que estávamos bem, mais próximos do que nunca.

Depois do café, sugeri que fossemos até a praia. Marina adorava caminhar pela areia, sentir o vento no rosto, e eu sabia que isso traria ainda mais calma para nós. Andamos pela orla, de mãos dadas, o som das ondas quebrando suavemente ao nosso lado. Aos poucos, sentia que a conexão entre nós estava mais forte, como se aquele pequeno contratempo tivesse nos feito perceber ainda mais o quanto precisávamos um do outro.

Quando voltamos ao apartamento ao entardecer, o céu estava tingido de tons alaranjados e rosados. O dia havia começado com um pequeno mal-entendido, mas terminava com a certeza de que estávamos mais unidos do que nunca.

Deitados na cama, prontos para dormir, me virei para Marina, que estava abraçada a mim, um sorriso sereno nos lábios.

— Amanhã, vamos acordar juntos, sem surpresas, sem preocupações — sussurrei, e ela assentiu, fechando os olhos.

— Só eu e você, Gabriel — respondeu ela, sua voz carregada de carinho e tranquilidade.

Adormecemos abraçados, o coração leve e a certeza de que, independentemente do que acontecesse, sempre encontraríamos um caminho de volta um para o outro.

VEJO VOCÊS NO PRÓXIMO CAPÍTULO!

On your wave - Gabriel MedinaOnde histórias criam vida. Descubra agora