CAPÍTULO 25

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Gabriel Medina's point of view

Com o fim das etapas na Austrália, o calendário da WSL nos deu uma pausa. Finalmente, um mês inteiro sem a pressão das ondas e da competição. Mas o alívio físico não veio sozinho — trouxe também uma enxurrada de sentimentos que me pegou desprevenido. Marina estava grávida de quatro meses, e enquanto nosso relacionamento ainda não tinha um rótulo, a conexão entre nós estava se fortalecendo de uma forma que eu não havia previsto.

Na primeira manhã depois da competição em Bells Beach, acordei com o som suave da respiração dela ao meu lado. Marina dormia profundamente, uma das mãos descansando sobre a barriga que agora começava a se destacar mais. Eu fiquei ali, observando-a em silêncio, tentando absorver o que estava acontecendo na minha vida. Desde que descobrimos a gravidez, tudo mudou tão rápido que eu mal tive tempo para refletir. Mas naquele momento, enquanto o sol da manhã entrava suavemente pela janela, senti uma calma que eu não experimentava há tempos.

Levantei com cuidado, tentando não acordá-la, e fui para a cozinha. Preparar o café da manhã era um gesto simples, mas que me trazia uma sensação de normalidade em meio a tantas mudanças. Quando ela entrou na cozinha, com os cabelos ainda bagunçados e um sorriso tímido no rosto, meu coração deu um salto.

— Bom dia,— ela murmurou, aproximando-se da mesa.

— Bom dia, — respondi, tentando disfarçar a satisfação que sentia só de vê-la ali. — Achei que um café da manhã tranquilo seria um bom jeito de começar o dia.

Ela se sentou à mesa, e comemos em silêncio por um tempo, um silêncio que, de alguma forma, parecia íntimo e cheio de entendimento. Mas eu sabia que não poderíamos continuar assim para sempre, fingindo que não havia questões não resolvidas entre nós.

Mais tarde, enquanto caminhávamos na praia, Marina decidiu quebrar o silêncio que estava começando a pesar.

—Gabriel, eu sei que a gente não tem falado muito sobre o que está acontecendo entre nós... —

Eu parei de andar e me virei para ela, sabendo que aquela conversa era inevitável.

— Eu sei. Acho que ambos estamos tentando entender o que isso significa.

— Sim,— ela respondeu, olhando para o mar, como se as palavras estivessem ali, misturadas com as ondas. — Eu só não quero que isso fique indefinido. Eu preciso de clareza, por nós e pelo bebê.

Assenti, sentindo o peso da preocupação dela, que também era a minha.

—Eu também quero isso. O que temos... é real para mim. Mesmo que não seja oficial, sinto que estamos caminhando para algo mais sério.

Ela sorriu, mas havia uma preocupação nos seus olhos que não passou despercebida.

—E o bebê? Como você está lidando com isso? — ela pergunta, e eu senti que ela queria mudar de assunto para não ficar um clima estranho entre nós.

Essa pergunta me pegou de jeito, mas a resposta já estava clara na minha mente.

— Eu estou me preparando para ser pai. Quero estar presente, ser alguém em quem você e nosso filho possam confiar.

Continuamos caminhando em silêncio, com o som das ondas como pano de fundo. A conversa foi direta, mas trouxe uma sensação de alívio. Não precisávamos de rótulos ou promessas grandiosas naquele momento. O que tínhamos era genuíno, e isso bastava.

Nos dias seguintes, caímos em uma rotina que misturava momentos de tranquilidade com conversas profundas. A convivência diária com Marina foi trazendo uma familiaridade nova, mas acolhedora, algo que eu não esperava encontrar tão cedo. E quanto mais tempo passávamos juntos, mais eu percebia que estava me apaixonando por ela. Não só pela ideia de ser pai, mas pela mulher incrível que estava ao meu lado, enfrentando essa jornada comigo.

Esse mês de intervalo, mais do que qualquer outro, se tornou uma chance de eu me reconectar com o que realmente importa. E enquanto os dias passavam, uma coisa ficava cada vez mais clara: eu não conseguia mais imaginar meu futuro sem Marina e nosso filho nele. E eu estou planejando tornar o que temos em oficial.

VEJO VOCÊS NO PRÓXIMO CAPÍTULO!

On your wave - Gabriel MedinaOnde histórias criam vida. Descubra agora