Capítulo 164 - Apoio

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Ao contrário de ontem, Berlim amanheceu um pouco nublada essa manhã

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Ao contrário de ontem, Berlim amanheceu um pouco nublada essa manhã.

Consegui dormir a noite, mesmo com os gêmeos acordando algumas vezes de madrugada, não foi algo que me tirou completamente o sono. Um pequeno balanço enquanto eles mamavam, era o suficiente para que eles voltassem a dormir poucos minutos depois. Eles estavam passando pelo salto do desenvolvimento dos três meses, então sabia que essa noite por exemplo, eles podiam não dormir um minuto sequer.

O som suave da chuva batendo nas janelas acompanhava o clima nublado que tomou conta de Berlim naquela manhã. A luz cinzenta que se infiltrava pelas cortinas dava à casa um ar tranquilo, quase introspectivo. Depois de semanas de preparação mental para estar aqui, me peguei apreciando o contraste entre o céu nublado e o verde vibrante do jardim lá fora. Parecia que até a cidade estava em um estado de reflexão, assim como eu.

Levantei da cama, me sentindo grata por ter conseguido dormir, mesmo com as interrupções dos gêmeos. Passei os braços ao redor de mim mesma, como se isso pudesse me proteger das incertezas que pairavam sobre essa viagem. Andei até o berço dos gêmeos, onde eles estavam serenamente adormecidos após a última mamada da madrugada. O Alex se mexeu um pouco, mas logo voltou a se acalmar, emitindo um pequeno suspiro, enquanto Ayla parecia profundamente tranquila. Ver os dois assim, tão pequenos e vulneráveis, me encheu de uma sensação de responsabilidade e força.

Estávamos passando por mais um dos saltos de desenvolvimento, e eu já tinha me preparado mentalmente para o que isso significava. Sabia que noites sem dormir se tornariam comuns por um tempo, e que meu corpo ainda estava se ajustando à nova rotina. Mas, por alguma razão, eu me sentia mais pronta para lidar com isso aqui em Berlim do que imaginava. Talvez fosse a necessidade de provar a mim mesma que eu poderia enfrentar esse lugar e continuar a ser a mãe que meus filhos precisavam.

Decidi aproveitar o breve momento de paz para tomar um café na cozinha. Quando cheguei lá, encontrei Brad já acordado, parado em frente à janela, observando o jardim. Ele se virou ao ouvir meus passos, oferecendo um sorriso acolhedor.

— Bom dia, Mia. — Ele disse, com a voz baixa, para não acordar ninguém. — Conseguiu descansar?

— Consegui, sim. — Respondi, servindo-me de uma xícara de café. — Melhor do que eu esperava, na verdade.

Ele assentiu, parecendo satisfeito com minha resposta, mas eu podia ver a mesma preocupação em seus olhos que notei ontem em Maya. Era como se todos estivessem prontos para me amparar, caso Berlim se tornasse um fardo pesado demais para eu carregar sozinha.

— Eu sei que você deve estar com muitas coisas na cabeça... — Brad começou, hesitando um pouco. — Mas se precisar de qualquer coisa, qualquer ajuda com os gêmeos ou apenas conversar, estou aqui, tá?

Sorri, sentindo a sinceridade em suas palavras.

— Obrigada, Brad. Eu realmente aprecio isso. E, até agora, estou lidando bem. Melhor do que esperava, pelo menos.

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