Capítulo 168 - Em Paz

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O peso das palavras de Maya parecia esmagador, sufocante

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O peso das palavras de Maya parecia esmagador, sufocante. Um turbilhão de emoções tomou conta de mim — raiva, medo, compaixão... Confusão. Como Marvin, o homem que quase tirou nossas vidas, poderia querer "encerramento"? Que tipo de paz ele achava que eu poderia lhe dar?

Pedri, como sempre, parecia sentir cada oscilação do meu humor. Ele apertou minha mão mais forte, sem dizer nada, mas eu sabia o que ele estava tentando transmitir: Estou aqui. Não importa o que você decida, eu estou com você.

— O que você vai fazer, Mia? — A voz de Maya estava baixa, sem a dureza habitual, mas repleta de seriedade. Ela sabia o quão difícil isso era para mim. — Você sabe do motivo agora, e se isso for demais para você, podemos ir embora. Não precisa fazer isso.

Eu respirei fundo, ainda segurando a mão de Pedri como se ele fosse minha âncora. Eu queria que ele dissesse algo, que me desse uma direção, mas, ao mesmo tempo, eu sabia que essa decisão tinha que ser minha. Tinha que ser algo que eu pudesse carregar para o resto da minha vida, sem arrependimentos.

— Eu vou falar com ele. — Respondi, a voz firme, mas o coração acelerado. — Preciso colocar um ponto final nisso. Não posso carregar isso para sempre, Maya. Preciso... Preciso ouvir o que ele tem a dizer.

Pedri apenas assentiu, respeitando minha escolha, embora eu pudesse ver o peso da preocupação em seus olhos. Ele sabia que esse momento era crucial para mim, e não havia nada que ele pudesse fazer além de me apoiar.

Maya deu um pequeno aceno de cabeça, como se estivesse me encorajando também, antes de olhar para os médicos à distância. Ela sabia que a decisão era minha, e agora era apenas uma questão de tempo.

— Vamos. — A voz de Maya estava mais leve, mas carregada de uma certa urgência. — Quanto mais rápido fizermos isso, mais rápido você pode seguir em frente. — Repetiu novamente.

Ela, que estava agachada na minha frente, se levantou, passando as mãos pelos cabelos. Sei que naquele momento, talvez ela estivesse se culpando um pouco. Ela percebeu a doença do Marvin antes que todos nós, ela sabia do laudo dele e não o ajudou enquanto ainda tinha tempo, e então, o pior aconteceu... E agora, estamos aqui.

— Maya. — A chamei. — Não é sua culpa. Você não podia fazer nada.

Maya parou de mexer nos cabelos por um momento, mas não me olhou de imediato. Seus ombros estavam tensos, e eu sabia que ela estava lutando contra a própria consciência. Respirei fundo, tentando encontrar as palavras certas. Nós sempre fomos muito próximas, e eu conhecia aquela postura defensiva melhor do que ninguém. Ela estava se culpando.

— Maya. — Repeti com mais firmeza, levantando-me e aproximando-me dela. — Você não podia prever tudo o que aconteceria. Você não é responsável pelo que ele fez.

Ela balançou a cabeça, finalmente cruzando os braços e soltando um suspiro pesado.

— Eu sabia que havia algo de errado com ele, Mia. Eu vi os sinais. Eu li o laudo. E o que eu fiz? Nada. — Sua voz tremeu levemente, embora ela tentasse manter o controle. — Se eu tivesse agido antes, talvez... Talvez nada disso tivesse acontecido.

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