Faith e Hope Mikaelson, irmãs gêmeas com uma herança poderosa, encontram-se arrancadas da turbulência sobrenatural de Nova Orleans e realocadas para a tranquila e enevoada cidade de Forks, Washington. Como primas de Isabella Swan e sobrinhas do xeri...
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POV.Bella Swan
O silêncio da floresta ao redor da casa dos Cullen parecia mais denso do que o normal. Eu podia sentir o peso dos últimos dias em meus ombros. As discussões, as decepções, os silêncios prolongados... Tudo parecia se acumular, tornando o ar ao meu redor sufocante. Desde a última conversa com Edward, a dor de nossa separação emocional só aumentava. Ele tinha tentado várias vezes se aproximar, mas, para mim, algo dentro de mim havia se quebrado.
Estava claro que ele estava por perto, mesmo que ainda não o visse.
Eu suspirei e fechei a porta da frente da casa com cuidado, mantendo meu olhar distante, focado na linha de árvores que rodeava a propriedade. Não demorou muito para que o som quase imperceptível dos passos dele chegasse até mim. Ele sempre se movia como uma brisa, leve e quase indetectável, mas eu sabia. Sempre soube.
— Bella.
O som de sua voz, suave e cheio de hesitação, fez meu coração apertar. Mesmo com a distância que eu havia imposto, a voz dele ainda tinha esse efeito em mim. Mas eu não virei para olhar. Não ainda.
— O que você quer, Edward? — perguntei, tentando manter minha voz firme, sem trair as emoções que fervilhavam por dentro.
— Quero... conversar — ele respondeu, a voz quase um sussurro. — Precisamos conversar.
Suspirei, lutando contra a sensação de que essa conversa seria mais difícil do que eu imaginava. Me virei lentamente, finalmente encarando-o. Seus olhos dourados estavam cravados em mim, cheios de uma angústia que ele não podia esconder. Ele parecia diferente... mais vulnerável.
— Sobre o quê, Edward? — perguntei, com uma dureza que nem eu mesma esperava. — Já não conversamos o suficiente? Porque tudo o que sai dessas conversas são promessas quebradas.
Ele avançou um passo, parando a alguns metros de mim, como se estivesse testando o limite de minha paciência.
— Eu errei — ele admitiu, sua voz se quebrando levemente. — Eu sei que te magoei. Sei que te afastei. Mas eu preciso que você entenda... tudo o que eu fiz foi para te proteger, Bella.
Senti a raiva borbulhar dentro de mim ao ouvir aquelas palavras. "Proteger". Sempre essa desculpa, sempre esse argumento.
— Proteger? — As palavras escaparam com um misto de ironia e dor. — Você acha que me deixar no escuro, me afastar, foi a forma certa de me proteger?
Ele baixou a cabeça por um momento, claramente perturbado pelas minhas palavras, mas logo levantou o olhar novamente, com uma intensidade renovada.
— Eu achava que estava fazendo o certo. A última coisa que eu queria era te ver sofrer, Bella. Eu faria qualquer coisa para evitar isso... até mesmo me afastar.
Havia uma sinceridade na voz dele que me deixou sem fôlego por um segundo, mas eu não podia ceder. Não depois de tudo.
— E o que você não percebe é que me afastar foi o que mais me machucou — minha voz tremeu, com a dor transbordando. — Você acha que o que você sente é mais importante do que o que eu sinto? Que sua forma de amor é o único jeito certo de amar?
Ele deu mais um passo em minha direção, o desespero evidente.
— Não, Bella. Não é isso. Eu só... eu tenho medo. Medo de que estar perto de mim te destrua.
— Mas você já me destruiu, Edward. — As palavras escaparam antes que eu pudesse contê-las, e eu vi a dor atravessar seu rosto.
O silêncio que se seguiu foi pesado, como se todo o ar tivesse sido sugado da floresta.
— Eu não quero te perder — ele disse, a voz baixa, mas firme. — Não quero viver em um mundo sem você.
Senti as lágrimas queimando atrás dos meus olhos, mas me recusei a deixá-las cair. Ainda assim, aquela confissão mexeu comigo de um jeito que eu não esperava. Havia uma parte de mim que ainda o amava profundamente, que queria acreditar que poderíamos consertar tudo. Mas também havia uma parte que estava cansada... cansada de lutar por uma relação que parecia se sustentar em mágoas.
— Eu não sei se consigo voltar a ser como era antes — admiti, minha voz suave agora, quase como se eu estivesse falando comigo mesma.
Edward deu mais um passo à frente, agora a poucos centímetros de mim, sua expressão cheia de determinação.
— Não precisa ser como antes, Bella. Eu só... quero uma chance de ser melhor. De ser alguém em quem você possa confiar de novo.
Fiquei quieta, absorvendo suas palavras, tentando processar o que aquilo significava para mim. O ar entre nós estava carregado de tensão, de incerteza. Era como se estivéssemos à beira de um precipício, e eu ainda não sabia se estava pronta para pular.
— Você quer que eu confie em você, Edward? — perguntei, minha voz mais suave agora. — Eu não sei como fazer isso depois de tudo o que aconteceu.
Ele parecia prestes a dizer algo, mas, antes que pudesse, o som de uma risada vinda de dentro da casa nos interrompeu. Era Emmett, provavelmente ouvindo alguma piada sem noção. O som cortou a tensão entre nós como uma faca.
— Acho que você tem companhia — murmurei, aproveitando o momento para dar um passo para trás, me distanciando de Edward. Eu precisava de espaço. Precisava de tempo.
— Bella, por favor... — Edward começou, mas eu levantei a mão para interrompê-lo.
— Não agora, Edward. Eu preciso... pensar. Sobre tudo.
Ele assentiu, mas o desespero em seus olhos não passou despercebido. Eu me virei lentamente, sentindo o peso de suas palavras ainda me perseguindo enquanto caminhava em direção à porta.
Ele não tentou me seguir dessa vez. E, de certa forma, isso me deu algum alívio. Eu precisava de um momento sozinha, para refletir sobre o que realmente significava voltar a confiar em Edward Cullen... e se eu ainda estava disposta a tentar.
