O céu já começava a se tingir com os tons escuros da noite quando saímos da livraria, finalmente com o livro que Bella procurava. Era um tomo antigo, empoeirado, com páginas amareladas que prometiam respostas para as perguntas que vínhamos fazendo há semanas. Mas, enquanto caminhávamos pelas ruas de Port Angeles, uma sensação incômoda começou a crescer dentro de mim, como se algo estivesse errado.
— Vamos por aqui, é um atalho. — sugeriu Hope, apontando para uma rua estreita que parecia levar diretamente ao centro da cidade.
Sem questionar, seguimos pelo beco, mas logo percebi que não estávamos sozinhas. Dois homens estavam parados ao fundo da rua, e quando nos viram, começaram a caminhar em nossa direção, suas intenções claramente não eram boas. Olhei para Bella e Hope, sinalizando para que mudássemos de caminho, mas mesmo assim, podia ouvir os passos deles se apressando atrás de nós.
— Belly, lembra-se das aulas de tio Lijah? — perguntei, minha voz baixa e cheia de preocupação, mas tentando manter a calma.
Bella assentiu, sua expressão ficando tensa. — Sim, lembro. Não é todo dia que você cresce aprendendo a se defender e a matar vampiros. — Ela tentou fazer uma piada para aliviar a tensão, mas o nervosismo era palpável.
Hope soltou uma risada curta, mas sem humor, seus olhos já avaliando a situação ao redor. — Tem a adaga?
Bella mordeu o lábio inferior, um hábito nervoso que conhecia bem.
— A adaga estava em outro casaco. — Ela disse com um suspiro frustrado.
Eu fechei os olhos por um segundo, amaldiçoando a falta de sorte. Cada uma de nós tinha uma adaga dada por nosso pai, Klaus, um presente que era tanto uma arma quanto um lembrete de quem éramos e de quem precisávamos ser. Eu sempre mantinha a minha no casaco, Hope na bota, e Bella, geralmente, também no casaco. Mas hoje, Bella estava sem a sua.
— Eu vi vocês na loja de vestidos. — A voz de um dos homens interrompeu meus pensamentos. Seu tom era ameaçador e cheio de más intenções.
— Ei, de quem estão fugindo? — Perguntou o outro, já se aproximando.
Eu tirei discretamente minha adaga do casaco e a entreguei a Bella, mantendo meu olhar fixo nos homens que agora nos cercavam.
— Você irá correr, Bella. — Murmurei com firmeza. — Não queremos que você desencadeie a maldição, a adaga é só para proteção.
Bella assentiu, seu rosto pálido, mas seus olhos mostravam que ela entendia a seriedade da situação. Enquanto isso, mais homens surgiam, bloqueando nosso caminho e nos encurralando.
— Oh, aí estão elas! — Disse um dos novos homens que se juntou ao grupo. — Como vão, garotas? — Sua voz era melosa, mas suas intenções eram venenosas.
Nós três trocamos um olhar rápido, e eu já estava mentalmente planejando nossa fuga. Bella precisava sair dali antes que algo a forçasse a desencadear a maldição dos lobos que corria em suas veias. Não podíamos permitir que ela matasse ninguém, mesmo que fosse em legítima defesa.
Em um movimento quase sincronizado, eu e Hope atacamos os dois homens que estavam mais próximos, criando uma abertura para Bella. Eu atingi um deles com força entre as pernas, fazendo-o cair com um grito de dor, enquanto Hope derrubou outro com um chute poderoso que o lançou para longe.
— Agora! — Gritamos ao mesmo tempo para Bella, que não hesitou em correr para fora dali.
Eu a vi disparar pela rua, mas dois dos homens começaram a persegui-la. Um pânico gelado se instalou em meu peito. Sabia que Bella poderia cuidar de si mesma, mas o medo de que ela acabasse matando alguém e desencadeasse a maldição era esmagador.
— Vamos, caras! Não estavam cheios de si? — Provoquei, abrindo os braços em um gesto desafiador, à la Mikaelson. Eu tirei minha jaqueta, sentindo a adrenalina começar a correr pelas minhas veias.
— Estão com medinho? — Hope zombou ao meu lado, com um sorriso sarcástico que espelhava o meu.
Os homens hesitaram por um momento, mas logo voltaram a nos atacar. Mal sabiam eles o erro que estavam cometendo. Usamos nossa velocidade sobrenatural contra eles, nos movendo mais rápido do que eles poderiam perceber. Eu acertei um deles na barriga com um chute rápido e segurei sua cabeça, batendo-a contra meu joelho com força, fazendo-o cair para trás, o nariz sangrando abundantemente.
Hope, por sua vez, fez um dos homens ajoelhar com um golpe no joelho antes de jogá-lo contra uma lata de lixo próxima. O som do metal se amassando ecoou pelo beco.
— Sabe, eu não costumo me alimentar de pessoas, mas vocês me deram uma vontade de fazer isso! — Comentei, minha voz gotejando sarcasmo, enquanto olhava para Hope com um sorriso.
Hope retribuiu o sorriso, igualmente irônica. — Sim... eles dariam umas ótimas bolsas de sangue.
Antes que o homem à minha frente pudesse reagir, eu o peguei pelo pescoço e mordi, sentindo o sangue quente e metálico escorrer pela minha garganta. Ele gritou em agonia, mas eu não parei até sentir sua força começar a se esvair.
Hope não hesitou em quebrar o pescoço de outro, seu corpo caindo inerte no chão.
O cheiro de sangue enchia o ar, misturando-se ao som abafado da cidade que começava a se acalmar para a noite. Ao longe, ainda podia ouvir os gritos de Bella, mas eu sabia que ela estava longe o suficiente agora. Com os corpos caídos ao nosso redor, troquei um olhar com Hope.
— É melhor irmos atrás de Bella antes que ela faça algo que se arrependa. — Disse, limpando o sangue dos lábios.
— Concordo. — Hope assentiu, e juntas, desaparecemos na noite, prontos para encontrar nossa prima e garantir que ela estava segura.
Eu e Hope corremos pelas ruas de Port Angeles, movendo-nos tão rápido que o mundo ao nosso redor parecia um borrão. Sabíamos que Bella tinha conseguido escapar, mas a preocupação ainda queimava em meu peito.A última coisa que precisávamos era que ela desencadeasse a maldição dos lobos.
— Ela deve estar perto da estrada principal, — disse Hope, sua voz firme, mas acelerada pela adrenalina. — Acha que ela conseguiu despistá-los?
— Bella é mais esperta do que parece. — Respondi, forçando-me a acreditar nas palavras. — Mas precisamos encontrá-la rápido, antes que algo dê errado.
Conforme nos aproximávamos do centro, diminuímos a velocidade, permitindo que nossos sentidos sobrenaturais captassem qualquer sinal de Bella. Finalmente, ouvi sua respiração ofegante em um beco próximo, e nos dirigimos para lá. Quando a encontramos, ela estava encostada contra a parede, com a adaga ainda em mãos, seu peito subindo e descendo rapidamente.
— Bella! — Chamamos em uníssono, aliviadas ao vê-la relativamente bem.
— Vocês... — Bella respirou fundo, tentando se recompor. — Eles estão... — Ela fez um gesto para o beco, onde vimos os dois homens que a tinham perseguido.
Um deles estava inconsciente, mas o outro estava rastejando para longe, claramente ferido. A adaga de Bella estava manchada de sangue, mas parecia que ela tinha conseguido evitar algo pior.
— Você está bem? — Perguntei, me aproximando dela e segurando seus ombros.
— Estou. — Bella assentiu, ainda um pouco atordoada. — Eu não... Eu não matei ninguém. — Suas palavras saíram com um misto de alívio e incredulidade.
— Você fez o certo. — Hope disse, pegando a adaga das mãos de Bella e limpando o sangue no casaco dela. — Mas precisamos sair daqui antes que mais alguém apareça.
Bella concordou e antes de nós três sairmos do Beco dois carros em alta velociadade apareceram e travaram atras de nós ,a luz dos farois ofuscaram um pouco nossos olhos.
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Supernatural Destiny
FanfictionFaith e Hope Mikaelson, irmãs gêmeas com uma herança poderosa, encontram-se arrancadas da turbulência sobrenatural de Nova Orleans e realocadas para a tranquila e enevoada cidade de Forks, Washington. Como primas de Isabella Swan e sobrinhas do xeri...