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Estávamos arrumando nossas coisas para sair

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Estávamos arrumando nossas coisas para sair. Jasper e Alice tinham descido para fazer o check-out, deixando apenas eu, Bella e Hope no quarto. A atmosfera estava tensa, cada movimento parecia cuidadosamente calculado, como se o menor som pudesse alertar algum perigo invisível. Estávamos tão próximos de partir, mas ao mesmo tempo tão expostos.

De repente, o toque do celular de Bella quebrou o silêncio. Nós três congelamos no lugar, virando a cabeça ao mesmo tempo para o aparelho que vibrava na mesa de cabeceira. O visor piscava, indicando uma ligação de casa. Isso, por si só, já era estranho, pois Bella não havia avisado à tia Renée que tinha voltado para Phoenix, e certamente tio Charlie também não teria feito isso. Então, quem estava ligando? E por quê?

— Bella, você vai atender — disse calmamente, mantendo meu olhar fixo no celular. — Coloque no viva voz e finja que você já mandou uma mensagem para sua mãe, dizendo que estava de volta a Phoenix.

Bella me olhou com um misto de dúvida e medo, mas concordou, apertando a tecla de atender. Ela respirou fundo antes de falar.

"Ei, mãe, estou feliz que você recebeu minha mensagem. O que você está fazendo em casa? "— perguntou ela, sua voz firme, mas com uma leve tremedeira que apenas nós, que a conhecíamos bem, podíamos detectar.

Por um breve momento, não houve resposta, mas então a voz de tia Renée ecoou pelo quarto, desesperada, chamando por Bella.

"Bella, Bella, Bella, onde você está?"

Minha testa se franziu automaticamente. Havia algo estranho na forma como a voz soava. Era familiar, mas ao mesmo tempo... errado. E por um segundo, eu tive a impressão de ouvir outra voz ao fundo, uma voz que me causou calafrios. Uma voz que não deveria estar ali.

Fiz um gesto para que Bella continuasse.

" Calma, mãe. Está tudo bem" — respondeu Bella, mantendo a calma, mas seus olhos me encaravam com um brilho de puro terror.

" Bella... "— A voz de tia Renée se repetiu, mas dessa vez, lá estava ela de novo, aquela outra voz abafada, que foi rapidamente cortada. Mas eu a reconheceria em qualquer lugar. Era a voz de nossa mãe.

Minha mente girou em um turbilhão de emoções. Isso era impossível. Nossa mãe estava morta. Como a voz dela poderia estar naquela ligação? Bella, igualmente confusa, seguiu com a encenação.

" Eu vou explicar tudo depois, mãe. Você está aí?" — disse ela, fingindo inocência.

E então a verdade se revelou.

"Forks High School não protege a privacidade de seus estudantes muito bem!" — A voz de James invadiu o quarto, cada palavra dele pingando com malícia. —
" Foi muito fácil para Victoria descobrir seu endereço anterior. Bela casa que você tem aqui. Eu estava preparado para esperar por você... mas então sua mamãe chegou, toda preocupada após receber uma ligação de seu querido papai. E tudo funcionou direitinho."

Meus músculos se retesaram instantaneamente. Ele estava em nossa casa. Ele tinha Renée. Ou pelo menos, queria que acreditássemos nisso.

Fiz sinal para Bella continuar com a encenação.

" Espere! Não toque nela! "— Bella fingiu pânico, sua voz subindo um tom. Ela estava fazendo um bom trabalho em soar desesperada.

James riu do outro lado da linha.

"Você ainda pode salvá-la. Mas precisa afastar-se dos seus amigos. Traga as duas garotas também. Consegue fazer isso?"

Eu acenei para Bella, sinalizando para que concordasse com o que ele dizia.

"Onde devo encontrá-lo?" — perguntou Bella, sua voz carregada de falsa ansiedade.

"Que tal o vosso velho estúdio de balé?" — respondeu James, em um tom provocador. —
"E eu vou saber se você trouxe alguém com você. Pobre mamãe... vai pagar o preço por qualquer deslize."

E então a linha ficou muda.

Por alguns segundos, o quarto ficou mergulhado em um silêncio quase insuportável. Cada uma de nós absorvia o que acabara de acontecer.

— É uma gravação — falei finalmente, minha mente acelerada enquanto processava a situação. — Aquela voz de Renée... e a de nossa mãe... são de uma fita. Gravaram quando íamos ter nosso primeiro espetáculo de balé.

Hope assentiu, relembrando a mesma memória.

— Eu lembro... você estava tão nervosa que queimou nossos tutus — disse Hope, um sorriso irônico nos lábios. — E eu acabei estourando um espelho no camarim por estar tão ansiosa. Bella se escondeu porque não queria participar.

— James foi esperto... mas também cometeu um erro — continuei, pensativa. — Ele parou a fita antes que nossa mãe pudesse terminar de falar. Isso entrega o blefe dele.

Bella parecia ainda estar tentando se recompor da tensão, mas já entendia o que eu estava sugerindo.

— Temos um trunfo agora — afirmei, levantando-me do sofá e caminhando até a mala. — Está na hora de estrear as adagas que papai enviou.

Eu abri a mala e retirei quatro adagas, as lâminas ,feitas de um material capaz de ferir todo o tipo de ser sobrenatural, brilhando sob a luz do quarto. Entreguei uma para Hope e outra para Bella, enquanto as outras duas guardava nos suportes que carregava nas laterais das coxas.
Rapidamente me abaixei escrevendo uma coisa rápida no rabisco feito por Alice e me levantei .

— Vamos. — A adrenalina já corria pelas minhas veias enquanto me aproximava de Bella, preparando-me para a próxima etapa.

Sem dar tempo para hesitações, peguei Bella nos braços no estilo noiva e, com um aceno de cabeça para Hope, ativamos nossa velocidade vampírica, saindo do hotel em um borrão imperceptível. Estávamos indo direto para o confronto. James queria jogar, mas nós estávamos prontas para virar a mesa.

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