Você acha certo? Só me responda se acha certo, sei que as vezes somos propensos a fazer aquilo que julgamos errado mas, é muito triste pra mim saber que não vou te abraçar como sempre fiz e passar a mão na sua cabeça louca e dizer que tudo bem, que quero o seu bem (claro que isso segue sendo verdade) entretanto, espero você estar pronta, sempre vou estar aqui, te disse isso a última vez, que eu ainda achava crer não ser a última, fizemos um discursinho bobo pra parecer que nos veríamos de novo e todo aquele repertório de boba que sempre gastei com você. Gastei muito com você, feito um cachorrinho morto de fome, perseguindo os passantes na rua na esperança de uma migalha que fosse, eu andei atrás de você. Eu tinha fome de ti e me escondia e me mostrava de acordo com a sua vontade, com o seu humor, disposta a receber como prêmio o seu amor. Se me arrependo disso? não, foi pra mim tão bom, quanto um vício quando é alimentado, faz bem naquele momento, te enche de prazer, alegria e euforia, mas depois deixa pra trás rastros que você nunca consegue apagar, disse ali em cima que é triste pra mim não poder te abraçar, te ver ou sequer ouvir tua voz (que pra mim segue sendo a mais doce desse planeta inteiro) mas eu não sigo a vida triste, entende? é triste não ter você acompanhando meus dias e minha rotina que depois, sem você, mudou um tanto, é triste como pena, que aliás, me leva a crer que era pena o que você tinha, não é? É isso, nunca foi amor. Você apenas via aquele cachorrinho faminto, sentia compaixão e o dava uma dose de carinho, uma pontada de esperança, eu fui tola, mas não lhe culpo, juro. Tento pensar que você também estava/ está na tentativa de encontrar algo que te preencha, o que de fato não era, não foi e não será "eu" ou o que sou. Fui tola em diversas coisas entre nós, ou quis me fazer de. pra que eu pudesse colocar a culpa no amor, e você me contou seus medos, sua tentativa de proteção, seu receio em se entregar de novo. Quer saber? medo todo mundo tem, eu também tenho, depois de você, ainda mais. O amor é sempre esse campo imprevisível, onde as pessoas se lançam simplesmente porque não há outra forma de viver se for sem amor. Não há, tá ouvindo? Você ama alguém? Já consegue sentir isso de novo? ou de verdade? Algum dia já amou, se não estiver amando agora, não precisa dizer que amou a mim, vou ficar feliz se você disser que pelo menos sente amor, sabe? porque é ele que eu desejo pra você, o sentimento mais bonito que eu desejo pra você (mas também desejo a todos, até aos rostos desconhecidos que eu vejo pela rua) pelo menos por saber que você não é desprovida de sentir e que imagino que tenha aquele coração enorme que eu acreditei que você teria, e acredito que tenha. Desconfio que haja um coração perdido em meio à sua loucura e imprevisibilidade. Tem que ter, não? Debaixo dessas inconstâncias todas tem que ter um coração. Tem que ter, pra validar ao menos aquela vez em que você disse baixinho que gostava de estar comigo. É o coração que diz essas coisas, certo? Vejo potencial em você. Um dia, ou talvez já tenha acontecido, alguém diretamente do planeta dos loucos vai conseguir te tocar lá no fundo e seu coração vai derreter (eu queria ter sido isso para você, se quer saber) você vai virar uma dessas lunáticas apaixonadas e começar a achar sentido nas canções de amor, anota aí. Não, não é praga, é só a lógica da vida e o amor nunca seria praga pra ninguém. Você não pode viver pra sempre assim, um dia você vai ver que a entrega é a melhor sensação que alguém pode ter. Aí talvez você lembre de mim, que entreguei as melhores e piores partes tudinho na sua mão, por isso não te culpo, vê? Porque te entreguei sem preparo, quando vimos estávamos nos, vivendo uma psicodelia-amor. Gosto de metáforas e vou implanta-las aqui para dizer que pra mim, você foi como um efeito de algo psicodelico, gostoso, vantajoso até. Mas que acabou rápido demais, em bem menos que quinhentos dias. Gosta de smiths? é, pois é, esse filminho clichê e nostálgico, Summer me lembra você, quando te conheci não lembrava, claro. Pra mim você era o amor da minha vida, assim como o Tom acreditava que Summer era quando a conheceu, mas você sabe como ele e eu acabamos nessa história. Eu já estou de longe, longe demais pra você me alcançar, não que você queira, acredito ser a última coisa que você quer a essa altura do campeonato, mas estou longe, não deixando de estar com a nossa pseudo-história tão perto quanto a minha respiração que sai pelo meu nariz e alcança ainda quente os meus lábios ao respirar. Mas, a campainha da sua casa não já não funciona pra mim, eu deixei de ser o cachorrinho a espera, porque conveniência não é um papo que muito me atrai. Meus sentimentos e os seus sempre foram em intensidades completamente distintas, mas eu, da forma que posso, lhe desejo intensidades ainda maiores, maiores do que você imagina, e aí talvez um dia você possa compreender o que tentei te dar. Vou colocar esse coração mole que carrego numa forma, mas nunca vou deixar que ele endureça, porque se deixar embrutecer é uma coisa dolorida e sem fundamento, o mundo já está em abstinência demais de intensidade e amor. Eu realmente não sei se você vai sentir minha falta e entender tudo o que eu tentava te dizer quando te abraçava no escuro das suas lágrimas e dizia que tudo bem, tudo bem, eu fico, eu cuido, eu quero. Eu tentei, mas não serei ninguém no seu show particular. Eu deixei algumas anotações minhas com você, partes daquilo que eu sentia e senti, não sei se as guardará, se as jogou na lata do lixo, eu não sei nada sobre você, não mais. Mas soube o suficiente pra dizer que você é uma menina que potencial, e vai vencer quando quiser e no quiser vencer. Pode anotar na sua agenda, por mais que você não acredite, eu vou emanar das minhas melhores energias pra que você seja imensamente feliz, pois o que desejo a você, quero também pra mim, e jamais emanaria o mal, pra alguém que disse amar e amei. Você é uma moça corajosa, e seu coraçãozinho de chocolate branco, é doce, menina. Entregue-o não para quem saiba aprecia-lo, mas pra quem não o deixe derreter. Se ainda lhe escrevo, em monólogo, é por saber que diálogos já não existem entre nós. E nos monólogos eu posso lhe dizer, aqui só pra mim, sem você saber que: Não importa o que você deseja ou quem você deseja, deseje sempre do mais fundo do seu ser, mergulhos são sempre perigosos, mas quando voltamos a superfície, percebemos que é lá no fundo que encontramos os tesouros, as vezes, perdidos em nós mesmos.
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Quimeras Abortadas
РазноеDevaneios, ilusões, pseudo-conclusões, questionamentos. Sou o que escrevo.