A parte difícil de conviver com o outro é faze-lô entender, mas não a mais difícil, a mais difícil é entender o outro, prostar-se diante do outro, tentar ao menos que seja compreender o que quer dizer, temos a mania, quiça a força de não questionar o que nos foi ensinado, a maneira "correta" perante uma sociedade que determina seguir um padrão para encaixar-se. Mas como? como poderíamos nós, seres questionavelmente pensantes, mas indubitavelmente mutantes, seguir a risca um tipo de comportamento, uma ideia, uma expressão pelo resto de nossa vã existência? Creio ser raro, todos os dias nós acordamos dispostos a algo diferente, e devemos, isso mesmo... devemos mudar; faz bem a alma, as suas energias, ao seu corpo, a sua mente, inquestionavelmente faz bem mudar e não é nenhuma vergonha admitir, embora sejamos previamente educados para bater o pé, como quem faz birra diante de alguma mudança do outro, nós também mudamos. Se pra melhor ou pior isso é relativo, bem e mal é tão relativo... Quando paro para me questionar sobre esse divisor que é ser boa ou má, entro em questões profundas sobre mim, sobre quem somos aos olhos dos outros, e nesse pensamento interrogado, me pergunto se vale a pena vivermos em virtude de alguns que estão tão prontos para julgar nossos atos como quem aponta uma arma e atira, será que vale a pena, eu lhe indago e sigo com a minha resposta pra tal indagação: Não. Quer saber porquê não? Se não quiser, pare por aqui e vá ler outros escritos, nos meus eu te farei pensar e argumentar em meu favor. Não devemos viver em condenação por não sermos aceitos, quem pode me julgar se sou apaixonada por uma pessoa do mesmo sexo? quem pode me julgar aos possíveis males que provoco a mim? quem pode me julgar pelo meu porte físico? Por que as pessoas tem esse hábito de querer ser melhor que as outras? de superioridade perante outra? Nunca vou entender de fato, e quando eu entendesse todas as minhas questões internas, poderia então acabar pra mim, já que a vida movo em busca de respostas e de mais questões pois me fazem refletir, reflexão das boas. As perguntas vem para nos fazer pensar, e eu proponho que ao ler minhas letras que formadas agora por um sistema, mas em folhas garranchadas tem o mesmo do que eu quero dizer, como dizemos não importa, o importante é dizer, eu digo, enfim... pense, reflita não só comigo, mas com você, será que você faz sua parte para entender o outro tanto quanto gostaria de ser entendido?
Meus textos são devaneios e devaneios não precisam de um roteiro, embora eu queira segui-lo para não acabar desconexo, não tenho a obrigação de faze-lô conexo, o faço por pura graça, não a graça de risos, a graça como aquela de palavras que nós dizemos e sentimos que faz sentido pra nós, que pode fazer sentido pra outra pessoa, que pode por ajudar a quem busca questões, a quem se permite receber questões. Ser questionado por si é uma das melhores maneiras de descobrir quem realmente se é, e é aquela velha história, somos muito melhores quando somos nós mesmos. Se ainda não teve oportunidade ou ocasião que o fizesse externar quem realmente você é, o que você realmente pensa, no que acredita... o faça, mas o faça sabendo que irá receber julgamentos por tal, irá de qualquer forma parecer "ruim" pra uns e outros, mas nesse momento é onde você sentirá que ao explanar seu eu, tudo fica leve, como um dente de leão ao vento.
Há delicias e dores, como mel e fel, contudo em tudo há.
PS: nunca tome as dores como intermináveis, lembre-se que tudo que emite, recebe.
Be ready. Just do it.
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Quimeras Abortadas
De TodoDevaneios, ilusões, pseudo-conclusões, questionamentos. Sou o que escrevo.