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O seu nome virou hino no meu país, e você deitada no meu peito é a tela mais famosa no planeta de quem me ama e não me têm. e se eu sou teu prêmio, me busca, me merece, depois me leva pra casa, me derrete, me beija e me transforma em ouro. até que eu me desfaça nos teus braços. até que sobre pouco de mim. me destrói e recompõe, tijolo por tijolo, me faz casa e mora em mim. bota o Caetano pra tocar nos domingos ensolarados na sacada do teu apartamento, bota uma saia rodada e dança pra mim. teu corpo que flutua no vento feito lenço branco solto na estrada, teu sorriso que flutua nos meus sonhos de verão: quente, úmido e feliz. eu queria escrever um livro que fosse aclamado como o segundo romance mais bonito do mundo, porque o primeiro já era o nosso. eu queria te convencer que me amar pode ser uma semana de carnaval, mas você me olha com os mesmos olhos fúnebres de um dia de finados. você que é meu feriado favorito, você que rabisca planetas no antebraço, você que vai ficar muito mais, que eu quero que fique mas pode não ficar, eu queria te levar ao museu no sábado que vem, queria andar de bicicleta. mas você entra no ônibus e vai embora outra vez, às vezes volta hoje, às vezes nunca mais. te escrevo um poema inteiro, colo na parede do meu quarto: se deixar de ser amor, vai ser pra sempre saudade. mas até que você vá, vamos dançar mais um samba?

conta pra mim qual é teu santo, me apresenta as pessoas importantes. dorme comigo no primeiro final de semana de nossas vidas e em todos os outros também, me encaixa feito engrenagem e me deixa descansar no meio do teu peito, no centro do teu corpo, onde teu coração batuca um ritmo novo e desconhecido. depois pode ir, mas deixa teu cheiro em algum canto dessa casa pequena. não vou te chamar de volta, não vou sofrer com a partida, só quero seguir tendo certeza que o mundo é mais bonito porque, em algum lugar no meio dele, você existe. 

Quimeras AbortadasOnde histórias criam vida. Descubra agora