Voe alto

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Quando alcançamos certa idade cansamos do que antes éramos, cansamos de competir com hábitos tão infantis, cansamos de correr ao invés de ficar, nos tornamos mais fortes em nossas convicções e não abrimos mão da nossa opinião por um agrado qualquer. Isso faz parte do processo de amadurecimento, acontece em alguns casos, com suas famosas exceções.

Me considero tão diferente, me vejo vivendo o que pra mim era utopia, além de amadurecer a gente percebe que é inútil se manter do lado de quem permanece em mesma estaca, de quem nos arrasta ladeira abaixo, de quem não confia em nosso potencial que é humilde não deixando de ser potente.

As pessoas se mordem atrás dos seus medos e por isso elas querem nos encher com seus medos pra que permaneçamos de igual pra igual, elas não suportam o fato de ter asas cortadas enquanto você voa, por isso voe, voe alto, me deixe voar, eu nasci pra voar e não serão vocês medrosos, invejosos, curiosos, cortadores do barato alheio que vão me impedir.

Nunca me agarrei a esperanças ligadas a pessoas, eu sou adulta agora, embora nunca tenha crido ser verdadeiramente criança, o destino me fez dura, eu diria; e eu não lamento, não faz meu feitio lamentar. Não acredito que haja um ser humano sequer nesse mundo de meu deus que torça mais por mim do que meu próprio eu, não é assim? ah, eu sei... tudo bem, devemos dar uma chance as pessoas, devemos acreditar em seus bons sentimentos e dividir com elas nossa vida miserável porque se um dia formos um pouco mais além, essas pessoas segurarão em nossos pés e o nosso vôo embora pudesse decolar, não vai e se for, irá pesado, feio, torto. A gaiola que me prendia ficou por aí, por mais doce que possa ser voar em bando, sozinha eu posso escolher pra onde ir e esse poder de escolha ninguem me tira.

Aos bons ventos.

Quimeras AbortadasOnde histórias criam vida. Descubra agora