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~¦¦ΔIvy suspirou, sabendo que o avô não desistiria de tentar dissuadi-la. Desde quando ela chegou da casa de Tanner, havia uma hora, Mike estava resmungando e reclamando.- Vovô, nós já falamos sobre isso.
- Eu falei - respondeu ele. - Mas você não ouviu.
- Eu também falei - disse ela. - E eu tomei a minha decisão. Assim como você me ensinou a fazer, lembra-se?
A carranca do avô apenas aumentou.
- Não é justo usar minhas próprias palavras contra mim.
Ivy sorriu. O avô sempre estivera ao lado dela. Ele fora uma constante em sua vida desde a primeira semana em que ela e sua mãe se mudaram para a casa dele após a morte do pai de Ivy. Ela tinha 10 anos e o velho ocupara o vazio deixado por Tony Holloway, tomando-se ao mesmo tempo pai e avô de Ivy. Ela costumava passear com ele durante horas na fazenda de árvores. Desde cedo ela fora instruída sobre onde plantar, quando plantar e quando cortar. Ela trabalhara ao lado dele e dos empregados da fazenda cortando os pinheiros em forma de árvore de Natal.
Motivo pelo qual Mike se sentiu muito à vontade ao decidir se aposentar, mudar-se para a Flórida e deixar a fazenda de árvores nas mãos de Ivy.
O único problema era que Mike estava tendo um pouco de dificuldade para deixar de se preocupar. Especialmente com o problema de Tanner King pairando sobre as suas cabeças.
- Nos últimos dois meses, o sujeito vem tentando fechar a fazenda, Ivy. Não vejo por que o fato de você trabalhar para ele possa melhorar a situação.
Ivy sorriu.
- Para citar meu avô: eu não destruo os meus inimigos quando me faço amigos deles?
Mike bufou e balançou a cabeça.
- A frase é de Abraham Lincoln.
- Sim, mas era você quem sempre dizia isso para mim.
- Então eu deveria me sentir melhor sabendo que em algum momento você realmente me ouviu?
- Exatamente! - Ivy atravessou a sala, sentou-se no divã de couro marrom na frente dele e pousou as mãos sobre os joelhos.
- Você disse que confiava em mim para cuidar da fazenda. Para proteger o legado da família Angel. Você falava sério?
- Claro que falava sério, mas...
- Então isso significa que você acredita que eu posso tomar as decisões certas, não é mesmo?
- Sim, mas...
- Vovô... Ou você confia em mim ou não. Então, qual vai ser?
- Você sabe usar as palavras certas quando isso lhe convém, não é mesmo, Ivy? - Ele estendeu a mão, acariciou o rosto da neta e suspirou. - Você é igualzinha à sua mãe. Também nunca consegui ganhar uma discussão com ela.
Enquanto Mike se queixava mais um pouco, Ivy passou um minuto simplesmente desfrutando do som da voz do avô. Em poucos dias ele estaria em um voo para a Flórida. Mesmo que ela tivesse de o amarrar em sua poltrona.