~♥~Capitulo 48

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Nos dois dias seguintes, Ivy tentou ficar o mais longe possível de Tanner. Não era tarefa fácil, considerando que passava algumas horas por dia na casa dele. Pior ainda, a única coisa que conseguia fazer era pensar sobre a noite juntos. O que ela havia encontrado em seus braços, o que ele a fizera sentir.

Ela estava em uma corda bamba, tentando manter o equilíbrio em uma situação que fora projetada para tirar o equilíbrio dela. Ela o queria, mas não podia tê-lo. Queria dizer a verdade, mas tinha de continuar mentindo. Queria sair, mas não podia suportar a ideia de ir embora.

Como diabos a sua vida ficara tão complicada?

Ah, ela nunca deveria ter dormido com ele. Ela sabia que isso seria um erro de proporções gigantescas. Mas, em vez de pensar com a cabeça, ela deixara o corpo excessivamente faminto seguir um caminho que não lhe levaria a parte nenhuma.

O que ela deveria ter feito era se demitir. Ela sabia disso.

Ou dizer a verdade e deixá-lo demiti-la.

De fato, ela estava decidida a ser honesta com ele e dizer tudo naquela manhã em que chegou e descobriu que ele lhe comprara nada menos que um relógio de diamantes. Como ele poderia crer que ela usaria aquele relógio idiota para começo de conversa? Ele não sabia que ela era uma fazendeira. Mas quantas governantas ele conhecia que usavam relógios de ouro branco cravejados de diamantes?

- Idiota - murmurou ela, tirando um assado do forno e pousando-o em uma bandeja sobre o balcão.

A palavra desculpe era tão estranha assim para ele? Em vez disso, dirigira ao menos duas horas para comprar aquele relógio de diamantes em Lake Tahoe. Será que, para ele, comprar era muito mais fácil do que pedir desculpas?

Ah, certamente deveria ser, pensou ela ao lembrar-se da expressão de expectativa no rosto dele quando a observou abrindo o presente. Ele sem dúvida acreditava que, uma vez que ela visse o relógio cravejado de brilhantes, tudo seria perdoado e ela se arremessaria em seus braços.

Ela não sabia se ria ou se sentia pena dele.

Será que ele realmente acreditava que tudo o que tinha de fazer era atirar diamantes para ela e ela voltaria a ser feliz? Como ele ousava pensar que seria assim tão fácil? Será que ele pensava que ela poderia ser comprada? Será que todas as mulheres na vida dele foram adquiridas a um preço tão baixo? Bem, nesse caso, ele estava a ponto de cair na real com Ivy Angel Holloway.

Contudo, ao pensar nisso, ela percebeu que talvez ele não se importasse. Ele a estava evitando do mesmo modo como ela o evitara nos últimos dias. Ela o ouvia digitando ou resmungando por trás da porta fechada do seu escritório. Mas ele não lhe dirigira a palavra desde que ela lhe devolvera o relógio.

Então, onde isso a deixava?

- Você sabe exatamente onde - murmurou ela. - Você está apaixonada por um homem que ainda não sabe quem você é lealmente.

Um arranhão na porta dos fundos chamou-lhe a atenção e Ivy agradeceu o fim daquela sessão de autopiedade para ver o que eia. Ela abriu a porta para uma noite fria, com o vento soprando forte entre as árvores, e encontrou um cão enlameado olhando para ela com grandes e límpidos olhos castanhos. Uma orelha estava erguida, a outra, dobrada sobre a sua cabeça. Seu pelo estava emaranhado sobre uma caixa torácica bem definida, o que indicava para Ivy que ele não comia havia um bom tempo. Ele não usava uma coleira, mas estava sentado educadamente na varanda, olhando para ela, esperançoso.

Amantes ou Inimigos?Onde histórias criam vida. Descubra agora