⚓Capítuloo 22

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Três dias depois, Tanner continuava com problemas com o seu jogo. Culpou a Ivy, é claro. A mulher estava em toda parte. E mesmo quando ela não estava realmente em casa, o cheiro dela permanecia ali.

As flores frescas que ela trouxera e espalhara por toda a casa. Os sanduíches que ela fizera e deixara embrulhados para ele na geladeira. A fruta fresca que ele se acostumara a mordiscar enquanto vagava pelas salas vazias em busca de inspiração.

Para onde quer que olhasse, Ivy estava ali.

Ele sabia que deveria estar tentando encontrar uma maneira de se livrar dela. Em vez disso, passava a maior parte do tempo se perguntando quando ela voltaria. Uma situação perigosa, mas que ele não parecia ser capaz de evitar.

Até mesmo a fazenda de árvores de Natal parecia diferente ultimamente. Ele notou que o volume das malditas canções natalinas baixara muito, pelo que ele era tremendamente grato. Agora, a música incessante não era mais do que um zumbido de fundo, em vez da insuportável barulheira a que ele estava acostumado. Mas ficou curioso em saber por quê.

Outra coisa: ele estava acordando mais cedo depois que Ivy começara a trabalhar ali. A única explicação para tal mudança era que seus sonhos estavam tão cheios daquela mulher que seu subconsciente o acordava mais cedo para que tivesse mais tempo ao lado dela.

Não que ele estivesse fazendo uso desse tempo extra. Não. Ele estava determinado a manter uma boa distância de Ivy. Ela era inteligente, engraçada e sensual o suficiente para fazê-lo querer agarrá-la toda vez que ela entrava em uma sala. Mas o fato é que não arriscaria uma aventura breve com uma mulher que tinha a palavra "permanente" praticamente estampada em sua testa.

Ivy era cercas brancas e crianças agarradas às suas pernas.

Tanner era um homem solitário e gostava de sê-lo.

Os dois nunca se encontrariam.

Balançando a cabeça, ele pegou uma caneta e bateu-a contra o bloco de desenho à sua frente. Ele se concentrou sobre a imagem do cavaleiro na tela de computador, de pé em um campo estéril, coberto de pedras e grama seca, com o corpo de um monstro malvado aos seus pés.

- Se o cavaleiro usar a espada encantada contra o monstro, então terá de haver uma consequência - murmurou Tanner, olhando para o cavaleiro como se o problema fosse culpa do personagem.

Mas a verdade era que ele não conseguia se concentrar. Os pensamentos sobre Ivy prevaleciam, não importando o quanto ele lutasse contra eles. Droga, como manter a mente voltada para os problemas enfrentados pelo herói de seu jogo quando ele sabia que Ivy Holloway estava lá embaixo?

Ele passou a mão na cabeça. Uma mulher não deveria produzir esse tipo de efeito em um homem. Pelo amor de Deus, há menos de uma semana ele nem sabia que ela existia!

- Monstro - murmurou. - Mantenha a sua mente voltada para o maldito monstro morto.

Amantes ou Inimigos?Onde histórias criam vida. Descubra agora