~♪Capitulo 51

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Ivy teria de ser honesta com ele, contar quem ela era. Mas isso ficaria para outro dia. Tanner King podia não ser um grande apreciador de pessoas, pensou. Mas, ao vê-lo com o cão, ela soube que ele tinha um coração grande e generoso, não importando o quanto fingisse o contrário.

- Muito bem, então - disse Ivy -, se você pretende ficar com ele, então devemos levá-lo ao veterinário e fazer um exame completo. E comprar coleira e guia.

Ela balançou a cabeça lentamente quando o cão terminou a refeição e voltou-se para Tanner, inclinando-se contra ele com um suspiro de alívio por ter sido encontrado e aceito. Rindo, Tanner disse:

- E xampu. Definitivamente xampu.

O cão novamente suspirou de contentamento e se estirou no chão da cozinha, completamente à vontade.

Tanner esperou até Ivy fazer menção de ir embora para casa para dizer:

- Obrigado por me ajudar com o cão. Ele provavelmente não dorme há uma semana. O pobrezinho está praticamente inconsciente.

- Ele gostou da nova cama, então?

Tanner fez uma careta.

- Não. Ele gostou da minha cama. De qualquer modo, obrigado.

- De nada. - Ela pendurou a bolsa no ombro e olhou para ele.

Não estavam sendo educados?

Ele odiava o fato de as coisas estarem tão tensas entre os dois. Ele odiava o fato da incrível noite juntos ter terminado tão abruptamente. Principalmente, ele odiava que aquilo não tivesse se repetido. Apenas o fato de ela estar ali na casa dele fazia o corpo de Tanner ficar tenso e pronto todo o tempo. Agora que ele a possuíra, o desejo que ele sentia, em vez de ser saciado, só havia aumentado. Agora ele sabia como ela era, qual gosto tinha, e ele a desejava cada vez mais.

Droga, ele mal conseguia respirar sem inalar o perfume dela, real ou imaginário. Seus sonhos eram preenchidos com ela e cada momento de vigília era uma tortura. Ele tinha de encontrar uma maneira de trazê-la de volta para a sua cama.

- Sobre a outra noite - disse ele.

- Eu sei - murmurou ela. - Foi um erro.

Ele estremeceu.

- Um erro?

- Meu Deus, sim foi - exclamou Ivy. - Isso nunca deveria ter acontecido, Tanner. Isso só complicou mais as coisas...

Ele também pensara assim no início. Fora por isso que comprara o estúpido relógio. Mas não era. O erro, pensou, fora não voltar a fazer amor com ela.

- Não precisa ser assim - disse ele. - Só será complicado se quisermos. Se nós apenas encararmos as coisas como elas são...

Ela olhou para ele e, à luz brilhante da cozinha, seus olhos pareciam impossivelmente puros e profundos.

- E como são?

As feições dela eram cautelosas, e havia uma sombra de tristeza naqueles olhos lindos. Ele não sabia o que ela estava pensando. Como diabos poderia saber? Mas ele sabia o que queria. Agora, tudo o que tinha a fazer era convencê-la de que ele estava certo.

- Somos dois adultos que se querem um ao outro. Por que deveria ser mais do que isso?

Ela riu tristemente e balançou a cabeça.

- Porque não é o suficiente. Não para mim.

- Pode ser.

- Eu não quero que seja - respondeu ela rapidamente e, em seguida, pousou uma mão no antebraço de Tanner. O calor esparramou-se na pele, e Tanner inspirou profundamente para acalmar a súbita necessidade que lhe revolvia as entranhas. Ele pegou a mão dela e acariciou os nós dos dedos com o polegar até ela estremecer em resposta à carícia.

Ele deveria ter esperado por isso. Ivy Holloway não era o tipo de mulher com quem ele estava acostumado. Ela era uma mulher caseira. Era um tipo de mulher para sempre, não uma que se pega em um clube em um dia e se abandona no outro. O que significava que Tanner estava completamente fora de seu hábitat. Ele não era homem de "para sempre". Droga, ele mal conseguia ficar alguns meses com uma mulher.

Mas ele a queria de uma maneira que nunca quisera ninguém. Então, quem poderia culpá-lo por tentar convencê-la a sair da sua zona de conforto e tentar algo diferente?

- Por que diabos não quer, Ivy? - Ele a puxou mais para perto, sentido a necessidade de tê-la entre os seus braços. Seus dedos se aninharam contra o peito dele e ele a desejou mais do que a sua próxima respiração. - Nós nos damos muito bem juntos. Nossa noite foi ótima.

- Sim, realmente - disse ela, engolindo em seco, como se ela também estivesse sentindo o dilúvio de desejo que rugia através do corpo de Tanner. - Aquela noite foi realmente fabulosa, falando sério. Mas eu não sou exatamente uma garota de aventuras, sabe? Além disso, há outras razões pelas quais isso não deveria estar acontecendo.

Ele sentiu o perfume dela e pensou que nada no mundo cheirava melhor do que sei lá o que ela usava para lavar o cabelo. Ele estava desesperado para agarrá-la. Ele não sabia do que ela estava falando, mas, para Tanner, não havia nenhuma boa razão para virarem as costas para o que acontecera entre eles.

- Eu não disse que foi uma aventura. - Ele sorriu um sorriso repleto de promessas daquilo que ele gostaria de estar fazendo com ela naquele momento. Quando ela não respondeu, ele disse: - Tudo bem. Eu não estou falando de "para sempre", mas não há nenhuma razão para você rotular tudo o que tivemos como uma aventura. Eu estou falando de agora, Ivy. Do que sentimos. Do que queremos. Do que podemos ser um para o outro.

- Sim - disse ela com uma risada, embora sem nenhum humor. - Eu entendo o que você quer dizer. E é justamente por isso que eu não posso. Uma das razões, de qualquer maneira.










'*+Olaaaa amooooress,Firmezaa?

Amantes ou Inimigos?Onde histórias criam vida. Descubra agora