- Ah, realmente é - concordou Patsy. - E, como moro em Sacramento, seria loucura tentar usar floristas e músicos da cidade quando posso conseguir tudo o que preciso por aqui mesmo, em Cabot Valley.
Ivy sorriu satisfeita. Aquilo era exatamente o que ela estava esperando ao expandir a sua fazenda. Seus amigos e vizinhos se tornariam parte da empresa e toda a cidade acabaria se beneficiando.
As duas mulheres continuaram a falar sobre os planos para o casamento enquanto atravessavam a fazenda.
Talvez, Mitchell e Ivy estivessem certos, pensou Tanner. Talvez ele tivesse sido muito reservado ao se mudar para Cabot Valley. Talvez não devesse ter procurado o xerife para reclamar da fazenda de árvores e, sim, lidado diretamente com os proprietários.
Ele olhou pela janela do escritório. Do seu ponto de vista, podia ver um canto do estacionamento onde dezenas de carros agrupavam-se por trás de uma fileira de arbustos. Definitivamente era um negócio em expansão importante para os moradores da cidade.
Então, talvez, o que ele deveria fazer era conversar com os proprietários, pensou. Descobrir uma maneira de resolver aquilo. Não que ele estivesse desejando fazer amigos. Mas não havia nenhuma razão para fazer inimigos também.
Era tarde e ele ainda não tinha começado a trabalhar. Que melhor momento para dar um passeio e conhecer os vizinhos?
Poucos minutos depois, ele fazia parte da cena da qual ele vinha reclamando nos últimos dois meses. Ali, as músicas natalinas eram impossíveis de serem ignoradas.
Olhando em torno, Tanner percebeu que realmente estava fora de seu elemento. No entanto, teve de admitir que não era tão ruim quanto ele pensava que fosse. O tumulto de vozes ao seu redor, misturando-se à inevitável música de Natal, não era assim tão difícil de aceitar.
Ele nunca estivera em uma fazenda de árvore de Natal, e ver todos aqueles tipos de árvores diferentes espalhados à sua frente era bonito. Crianças corriam para cima e para baixo e seus gritos e risadas ecoavam no ar.
Ele não sabia a diferença entre um pinheiro e um abeto, mas podia ver que o lugar era bem cuidado. Ao olhar para a antiga casa-grande da fazenda, algo lhe disse que a família Angel levava a sério a preservação de seu patrimônio. Aquela casa em estilo vitoriano deveria ter, pelo menos, cem anos, mas a pintura azul-celeste com frisos brancos estava impecável. Havia vasos de flores na varanda, outros pendurados em ganchos presos ao teto. Os vidros da janela brilhavam à luz do sol e a porta estava aberta aos visitantes. Ele balançou a cabeça, espantado com o fato de os proprietários não estarem preocupados com alguém entrando na casa para roubar alguma coisa. Mas, ao que tudo indicava, a vida no interior era muito diferente da vida em Los Angeles.
- Posso ajudá-lo em alguma coisa?
Tanner voltou-se para o jovem que sorria para ele.
- Não, obrigado. Só estou olhando.
- Seja bem-vindo. Mas se você precisar de algo ou se encontrar uma árvore que deseje adotar, é só dar um grito e alguém vai atendê-lo.