- Acho que deve - disse ela, com os olhos brilhando pelo que tinham compartilhado e pelo que certamente ainda estava por vir.
- Vou ter de encontrar uma maneira de mostrar-lhe o meu apreço, não é mesmo?
- Estou ansiosa por isso - disse ela suavemente.
Tanner não respondeu. Acenando rapidamente para Mike, ele começou a andar em direção à saída da fazenda e à estrada que o levaria de volta para a sua casa.
Mike esperou que ele se afastasse um pouco, agarrou o braço da neta e puxou-o.
- Que diabos você está fazendo, Ivy?
- Oh, vovô - disse ela com um suspiro -, isso está ficando mais confuso a cada dia.
- Você está brincando com fogo, Ivy.
- O quê? - Ela voltou a cabeça para olhar para ele. - O que você quer dizer?
Ele riu.
- Você sabe muito bem o que eu quero dizer. Você está encantada com aquele homem. E sabe disso.
Seu avô sempre fora capaz de ler o seu coração e a sua mente. Era quase impossível manter segredos para ele e, aparentemente, nada mudara.
- Eu não pretendia - disse ela.
- Sim, bem, você se lembra de que a estrada para o inferno é pavimentada com...
- ...Boas intenções, sim, eu sei - disse ela, caminhando ao lado do avô enquanto este se dirigia aos canteiros de mudas. - Eu ia dizer para ele quem eu sou, vovô. Verdade. Ao menos, eu estava pensando em dizer. Mas, agora, ficou complicado.
- Sempre fica quando você começa com uma mentira. Daí, quando chega a hora da verdade, as mentiras são tão grandes que você não consegue contorná-las.
- Você não está sendo muito reconfortante, sabia?
Ele riu de novo e jogou um braço sobre os ombros dela.
- Eu não estou tentando ser. Você não precisa de conforto, Ivy. Você só precisa consertar essa bagunça, isso é tudo.
- Isso é tudo. - Ela suspirou novamente e deixou o olhar vagar pelas cenas familiares ao seu redor. - Quando descobrir a verdade, ele vai ficar furioso. Ele está começando a gostar da fazenda, mas ainda não é exatamente um fã. Daí, ainda há uma chance de ele lançar mão de seu advogado para nos prejudicar.
- Parece não estar tão irritado quanto antes - murmurou Mike enquanto lançava um olhar de soslaio para a neta. - Você sabe a razão?
Ivy emitiu um gemido abafado.
- O quanto você viu?
- Não muito. E obrigado, meu Deus, por não ter me cegado. - Mike ergueu uma mão quando Ivy abriu a boca para se explicar. - De qualquer maneira, não é da minha conta, querida. Você já é crescida. Você pode tomar as suas próprias decisões. Eu só quero me certificar de que você sabe o que está fazendo. Que você mantenha os olhos abertos.
- Eu também gostaria de me certificar disso - admitiu ela.
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