- Eu sei, tenho um calendário. Não precisa me lembrar.
- Eu só estou dizendo que, se quisermos que o primeiro desses jogos fique pronto para o Natal, você terá de o entregar no prazo. -- Nathan suspirou. - De outro modo, vamos prejudicar a produção. Não podemos atrasar, Tanner.
- Ficará pronto. Só não me fale de Natal, está bem? - Ou sobre loiras lindas e inteligentes. Ele nada falou sobre Ivy. Ele não precisava ouvir as brincadeiras do primo a esse respeito. Nathan era um lendário garanhão que tivera mais mulheres em sua vida do que Tanner conseguira acompanhar. Se ele ficasse sabendo do que Mitchell aprontara para Tanner desta vez, não pararia de falar a respeito. Além disso, ela não ficaria ali muito tempo.
- Certo - disse Nathan. - Veja, eu tenho uma reunião em 15 minutos com os distribuidores. Eu vou falar sobre o seu jogo e sobre o novo PC da King. Portanto vamos continuar firmes no projeto, está bem?
- Relaxe, Nathan. Eu sei como isso é importante. Para nós dois.
Sua empresa de jogos de computador já tinha mais sucesso do que ele poderia imaginar. Tanner transformara a sua empresa em um fenômeno mundial, e a parceria com o primo levaria a King Games à estratosfera. Exatamente onde ele queria estar.
Tudo o que ele tinha de fazer era se concentrar.
E, de alguma forma, manter a mente distante da mulher no andar térreo.
Duas horas depois, as compras já haviam sido entregues, e a maior parte já estava escondida nos armários surpreendentemente numerosos.
Ivy estava completamente apaixonada pela casa de Tanner King. Especialmente, pensou, pela cozinha.
Ah, é claro que ela amava a própria coxinha. A casa em estilo vitoriano em que ela crescera era sisuda, formal, mas ainda assim ela a adorava. Havia lembranças gravadas em cada centímetro quadrado e ela não a trocaria por nada. Mas, se fosse para trocar, ela aceitaria a casa de Tanner King em um piscar de olhos.
- Francamente! O sujeito tem uma cozinha linda de morrer e se mantém com cerveja e salgadinhos. Não admira que precise de ajuda. - Ela estava falando sozinha, o que era compreensível, porque a casa estava tão quieta que, caso não o fizesse, poderia começar a se sentir um tanto assustada com o silêncio.
Ela não sabia explicar como ele trabalhava em uma atmosfera tão estéril. E jamais seria capaz de entender como ele conseguia inventar aqueles jogos complicados, repletos de humor e magia, enquanto trabalhava em um buraco negro de solidão.
Ivy gostava das pessoas. Ela adorava estar no meio das coisas. Fazendo parte da vida. Ela acordava muito cedo e, todas as noites, ressentia-se de ter de fechar os olhos para dormir. Havia tanta coisa a fazer. Tantos planos. Tanto a sonhar. Ela sentia como se nunca fosse ter tempo suficiente para realizar tudo o que pretendia.
O que tomava ainda mais difícil entender por que um homem como Tanner King escolhera viver afastado do mundo. Difícil de imaginar por que alguém desejaria viver assim.
Tanner King vivia em Cabot Valley havia dois meses e ninguém sabia nada sobre ele. Nem mesmo Merry Campbell, que era conhecida por ser capaz de desvendar a história de vida de uma pessoa durante um cafezinho. Para isso, entretanto, a pessoa teria de ir à cidade e dar uma passada na loja de Merry para tomar um café.
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