Ivy estava finalmente começando a relaxar o suficiente para desfrutar da presença de Tanner em sua fazenda. Quando ela o viu pela primeira vez, seu coração quase parou. Dezenas de pensamentos ocorreram em sua mente, a maioria deles a respeito de como evitar que ele descobrisse que ela era dona da fazenda. Mas ela não tinha com o que se preocupar, afinal de contas. Todos os seus empregados sabiam que ela estava trabalhando para Tanner. E sabiam por quê.
Ela olhou para ele, enquanto caminhavam. Ele observava tudo com atenção e Ivy estava ansiosa para saber o que ele achava de sua casa. Mas ela não podia perguntar. Ivy detestava mentir. E, pela primeira vez desde que o conheceu, ela realmente mentiu para Tanner. Antes, ela tinha sido apenas omissa. Agora, era forçada a mentir ativamente e não se sentia nada confortável com isso.
Mas ela não tinha outra escolha, de modo que só lhe restava tirar o melhor proveito da situação. Agora que ela o tinha em seu território, aproveitaria a oportunidade. Eles compartilharam alguns cachorros-quentes e refrigerantes e, em seguida, ela o levou para conhecer a loja. Uma das vendedoras olhou para Tanner e praticamente se derreteu. Mas Ivy não podia culpá-la, uma vez que se sentia da mesma forma. Toda vez que estava perto de Tanner, seu corpo se iluminava como um espetáculo de fogos de artifício.
Ao pensar nisso, Ivy sentiu uma pontada de culpa antes de conseguir afastar a sensação. Afinal, ela não era exatamente responsável pela reação química do próprio corpo àquele homem. Não era algo que ela pudesse ligar e desligar à vontade. Ainda assim, ela tentou ignorar a sensação causada pela proximidade. Ela não estava procurando o amor, muito menos uma aventura. O que ela queria de Tanner era algo muito mais importante. Ela precisava que ele parasse de ameaçar tudo aquilo que ela amava.
Tanner pareceu impressionado com as peças de artesanato feitas pelas mulheres da cidade e fez perguntas suficientes para que Ivy se certificasse de que ele estava prestando atenção. Havia velas e sabonetes perfumados embrulhados em fita e empilhados em cestas. Havia tapetes e jogos americanos, vasos de vidro e taças de vinho.
- As mulheres da cidade fizeram tudo isso? - perguntou ele.
A maior parte - disse ela. - Mas Dave Benoit faz o vidro, ele tem uma vidraçaria nos fundos de casa. Ele projeta e faz tudo sozinho.
- Impressionante - disse ele, voltando-se para olhar ao redor da loja, com o olhar vagando sobre as mercadorias e os clientes.
- E a loja também fica aberta todo o ano?
- Agora ficamos.
Uma das sobrancelhas de Tanner se ergueu.
Imediatamente, ela estremeceu e se corrigiu.
- Quero dizer, a família Angel percebeu que se a loja ficasse aberta o ano inteiro daria aos seus clientes mais uma razão para visitar o lugar.
Ele olhou para ela e Ivy sentiu algo deliciosamente primal dentro dela outra vez. Ela não tinha a intenção de seduzir Tanner e certamente não estava à procura de um amante, mas havia algo naquele homem que a fazia se sentir...
- Eu a estou deixando nervosa? - perguntou ele.
Ivy riu e balançou a cabeça.
- Que pergunta boba, claro que não.
- Sei. Então por que você está se afastando de mim?
Droga. Instintivamente ela dera dois ou três passos para longe dele.
- Eu estava apenas... - Ela suspirou. - Não importa. Venha, vou lhe mostrar o resto.
Ele sorriu e Ivy fez cara feia. Quando ele passou por ela em direção à porta, ela lançou um olhar para Kathy e para a mãe dela, Anne, que trabalhavam no balcão. Anne lançou-lhe um sinal de positivo com ambos os polegares e deu uma piscadela que fez Ivy se sentir ainda pior. Agora, não era só ela que estava mentindo para Tanner. Seus amigos também estavam conspirando a seu favor.
E não estava ajudando o fato de seu corpo se sentir tão solto e tão tenso ao mesmo tempo.
Ivy manteve um sorriso estampado no rosto enquanto continuava o passeio. Orgulhosamente, ela mostrou-lhe o vestiário das noivas, equipado com três espelhos e um banheiro encantador onde uma mulher poderia se vestir para seu casamento com todo o conforto. Então ela o levou até o gramado junto ao riacho para mostrar-lhe o lugar onde eram realizados os casamentos.
Finalmente, ela parou na área reservada para festas de aniversários infantis. Estavam sozinhos, longe da área principal da fazenda. A música natalina continuava a tocar nos alto-falantes suspensos, mas os sons de vozes eram apenas um murmúrio distante.
Ivy sentiu-se um tanto nervosa e seu corpo mais uma vez começou a desejar ser tocado por ele.
Meu Deus, o que estava acontecendo com ela?
Tanner se aproximou e disse:
- Fico surpreso que as crianças deixem um lugar com tantas atrações e divertimentos apenas para escalar as minhas árvores.
- Você sabe como são os meninos. Eles sempre querem fazer o que não devem.
Ele olhou em tomo.
- Por que vocês não mantêm esta sala aberta para as crianças o tempo todo?