Lesly

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Guardei minhas coisas e fui em direção à porta da saída da escola. passei por Sandra, Tiffany e Marina que estavam conversando com alguns garotos nos armários. Sandra me viu e veio atrás de mim com o uniforme de torcida bem passado.

—Lesly vem cá. — ela gritou.

Não parei e continuei andando. Sandra puxou meu braço fazendo meu material escolar cair.

—Eu falei para você esperar.  

Tinha prometido para mim mesma que não falaria mais com Sandra e ignoraria ela como se fosse um panfleto qualquer. Peguei meus livros que haviam caído, enquanto Sandra ainda estava na minha frente. Antes dela dizer qualquer coisa, saí porta afora. Senti meu estomago revirar quando vi o carro da minha mãe estacionado em frente da escola e para piorar; ela estava conversando muito animada com Hugo. Rezei em todas as religiões possíveis para que os dois não me vissem. Tive a brilhante ideia de ir pra casa pelo outro lado da rua, assim mamãe não me veria. Passei com cuidado entre alguns arbustos, porém foi em vão. Ouvi uma vozinha masculina gritando meu nome. Era Hugo que apontava e gritava meu nome. O meu plano foi por água abaixo.
Me aproximei do carro.

—Lesly! Estava aqui falando com Hugo sobre o novo negócio que o irmão dele fundou. Não é uma maravilha? — falou mamãe animada. Ela colocou as mãos no ombro de Hugo, que parecia que estava se divertindo com tudo aquilo.

—Legal. Agora vamos. — falei abrindo a porta do carro e jogando minha mochila.

—O que é isso, Lesly? Que modos são esses? Não vai dizer nada para Hugo? — mamãe me reprendeu e vire os olhos. 

—Não.

—Tudo bem, dona Marília. Lesly não quer falar comigo desde o final de semana. — Hugo disse soltando um sorriso cínico. Queria deixar ele sem aqueles dentes perfeitos.

—Por quê? — mamãe falou dirigindo a pergunta para mim.

—Vamos embora! — gritei irritada, porém ela me ignorou.

—Lesly! Hugo é seu namorado, só quero saber...

—Ele não é mais meu namorado, OK? Podemos ir pra casa agora ou vou ter que ir a pé mesmo?— falei abrindo a porta do carro. Por um minuto, pensei que mamãe iria desmaiar, mas ela apenas se despediu com aceno para Hugo e entrou no carro.

Durante o caminho todo ficamos em silêncio. Ela me olhava pelo retrovisor.

—Querida, imagino como você deve estar mal. — mamãe disse na metade do caminho.

—Não estou. — falei sincera.

—Hugo é um rapaz tão bom, atencioso e educado. — ela falava como se o conhecesse de épocas.

—Ele não é isso. Você não o conhece. 

—Mas vocês formavam um belo casal...

Suspirei e coloquei meu fone de ouvido. Não estava com vontade de ouvir minha mãe elogiando Hugo. Entre muitas músicas aleatórias, adormeci com o rosto encostado no vidro gelado do carro. 

Amor Sobre RodasOnde histórias criam vida. Descubra agora