Breno

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Eu estava mais nervoso que o normal

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Eu estava mais nervoso que o normal. Como todas as vezes que fui na casa da Lesly tive vontade de correr logo depois de tocar a campainha, mas como em todas as vezes também eu me mantinha firme.
Fui sem celular, chaves ou qualquer outra coisa que poderia tirar minha atenção no baile. Estava apenas com um pequeno buquê de rosas que colhi do jardim de Tia Veronica. As rosas me faziam lembrar de Lesly por conta de sua beleza e perfume. Lesly era tão bonita quanto um campo de rosas bem vermelhas.
Esperei em frente a porta e ouvi vozes, Dona Marília e Lesly concluí.

Enfim, Lesly abriu a porta e a deixou entre aberta. Eu já havia visto ela sem maquiagem, toda enfeitada, mas eu nunca vi nada parecido com ela essa noite. Fiquei perplexo e imóvel. Ela sorriu sem graça e também me encarou. Eu queria dizer tanta coisa a ela, mas às vezes, as palavras não são suficientes.

—Você está lindo. — Lesly falou finalmente.

—Você está mágica. — falei e vi seus olhos lacrimejarem.

Ia entregar seu buquê flores quando alguém abriu a porta rudemente, era dona Marília e quando ela me viu a magia daquele momento se acabou. Acabou tão rápido quanto a velocidade da luz.

—Isso só pode ser um pesadelo. — ela gritou.

—Mãe, por favor hoje não. — Lesly pediu tentando passar pela porta, porém dona Marília puxou seu braço de um modo brusco.

—Você não vai em lugar nenhum com esse garoto está me ouvindo!?

—Dona Marília por favor, eu sei que a senhora me detesta mas... — tentei defender Lesly, mas ela nem me olhava e parecia que eu não existia.

—Marília! — O pai de Lesly falou se aproximando de ambas. — Deixe ela ir. É a vida dela e ela pode muito bem ir ao baile com quem quiser e não quem você quer que ela vá.

—Ela não vai. — Marília falou ainda segurando o braço de Lesly que ficava cada vez mais vermelho.

Mãe!

—Dona Marília! — gritei finalmente. Estava cansada de ficar calado e cansado principalmente dela.— Você está machucando ela.

—Não dirija a palavra para mim — Ela falou tentando levar Lesly para dentro que se contorcia tentando se soltar da mãe. — Você não é ninguém garoto.

—Mãe, a senhora disse que essa seria uma noite especial! Se é para ser especial o Breno precisa estar comigo. — Lesly gritou e assim conseguindo se soltar da mãe.

Dona Marília estava vermelha, tão vermelha quanto o pequeno buquê de rosas que segurava ainda disposto a dar para Lesly. Marília vendo o buquê nas minhas mãos, deu um leve tapa nas rosas e assim fazendo elas caírem no chão.

—Mãe! — Lesly prostetou.

Conclui finalmente. Magia não existia quando não se tratava apenas de Lesly e eu. Eu a amava demais, mas não conseguia encarar. Eu era fraco.

Amor Sobre RodasOnde histórias criam vida. Descubra agora