Epílogo

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20 Anos Depois


A minha velha mesa de madeira, que havia ultrapassado gerações na antiga casa da minha tia, agora dava uma luz mais rústica ao meu escritório. Sobre a mesa em seu lado esquerdo, havia um mini computador cheio de nomes e mais nomes, e do lado direito, havia dúzias de porta-retratos.

Eu sempre gostei de fotos. Não de ser a pessoa boba que dá um sorriso para uma lente, mas sim, de ser a pessoa que avalia aquela imagem e a admira. Afinal, o bom da fotografia é que ela não tem alterações, mesmo que alguém mude.

Meu olhar se arrastou por cada rosto ou paisagem, que preenchiam os velhos quadrinhos de madeira. Aquelas fotos eram mais que lembranças, era a curta metragem da minha vida. Passei o olhar pelas fotos de pessoas que entraram na minha vida no passado e a também as novas.

Peguei o porta-retrato onde a imagem de um garotinho de 5 pequenos anos estava exposta

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Peguei o porta-retrato onde a imagem de um garotinho de 5 pequenos anos estava exposta. Engraçado, aprendemos mais coisas com crianças do que com adultos.

—Tio Breno! —uma voz fina e estridente tomou conta do meu escritório. A velha porta de madeira se abriu e Augusto entrou correndo e me recebeu com um caloroso abraço.

—Já falei que é professor Xavier. —Ronan falou entrando em seguida no escritório com uma enorme bolsa infantil cheia de desenhos de carrinhos no ombro.

—Cale a boca. —falei com um sorriso.

Logo, Augusto estava no meu colo. Ele adorava a ideia de ficar na cadeira de rodas. Aliás, em uma cadeira de rodas motorizada que se locomovia apenas com a ação do aperto de um botão. A cadeira era tão mais prática, que me condenei por não ter investido em uma antes.

Ronan colocou a pesada bolsa sobre a minha mesa e se sentou em uma das poltronas que ficava em frente.

Meu amigo continuava o mesmo, magrelo e com o sempre sorriso sincero. A única coisa diferente, era a singela aliança que levava na mão esquerda. Aliança que também era levada por sua esposa, Daniela.

—Você quer contar pro tio Breno o que aconteceu hoje? —Ronan perguntou tentando conter a risada para Augusto.

O garotinho logo assentiu positivamente e se aconchegou no meu colo.

—O que houve? —perguntei.

—Hoje a professora nos pediu para demostrar nossos talentos —Augusto começou a falar e foi acompanhado pelo meu olhar curioso. —Alguns coleguinhas cantaram, outros fizeram piadas e alguns até dançaram.

—E você? O que fez?

—Falei todas as tabuadas em menos de 20 minutos. —Augusto falou risonho.

As risadas altas entre Ronan e eu tomaram conta do escritório. Dei um abraço como cumprimento em Augusto e falei sobre a possibilidade de um grande matemático na família Ernesto.

Amor Sobre RodasOnde histórias criam vida. Descubra agora