Se você acha que é dificil ser cadeirante, vai por mim, é muito pior.
Na minha certidão de nascimento, está escrito que meu nome é Breno, com B de babaca. Bom, pelo menos é assim que algumas pessoas do meu colégio me chamam. Não só no colégio, mas às vezes parece que Fishers toda me acha um. Fishers é uma pequena cidade de Indiana. Tão pequena que quase todo mundo se conhece. Porém, voltando ao assunto colégio, o meu é um grande prédio recheado de grupinhos sociais e mentes vazias.
Se eu entro lá por quatro minutos, recebo centenas de olhares maldosos ou envergonhados. Se eu fizesse uma lista das piores coisas que já aconteceram comigo quando estou lá, poderia salientar: sempre esbarram na minha cadeira de rodas; reclamam que eu atrapalho a passagem deles, sendo que o corredor é terrivelmente grande, porém adolescentes tem a burra mania de querer andar conversando, lado a lado; e nunca sou convidado para as festas ou eventos parecidos. Não que eu me importe com esse tipo de evento feito para os jovens estragarem o fígado, mas seria legal se pelo menos o grupo de xadrez, me convidasse para uma mísera festa do chá.
A verdade é que nunca vou namorar alguém, as meninas meio que correm de mim, ironicamente. Mas tem uma garota na escola que eu faria tudo para ela me notar. Eu até correria uma maratona com muletas apenas para ela saber que eu existo.
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Amor Sobre Rodas
RomanceBreno fez fórmulas, resolveu equações e tentou telefonar para o além do túmulo de Albert Einstein, mas não conseguiu entender. Lesly fez rascunhos em guardanapos, comprou a última versão da gramática e releu os clássicos, mas também não conseguiu en...