Lesly

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Eu procurei. Procurei pelas minhas gavetas de meia, calcinhas e luvas. Procurei pela minha escrivaninha que constantemente estava bagunçada. Procurei pelo meu armário da escola, mas ele não estava lá. Meu livro de anotações pessoais havia sido perdido.
Dentro de um uma sensação de angústia que minha mãe havia achado tomou conta de mim. Lá tinha pensamentos meus, coisas íntimas que apenas eu poderia saber. Durante o jantar fiz uma pergunta hipotética se caso algum dos meus pais havia entrado no meu quarto. Felizmente os dois não entraram. Quando fui julgada o pôr que da pergunta, respondi que um dos meus livros havia sumido.

—Você procurou direito? — Daniela me questionou enquanto eu olhava no meu armário pela sétima vez só naquele dia.

—Procurei até em lugares que eu não deveria procurar falei e fechei o armário. — Não está aqui. Não está em lugar nenhum.

—Lesly, eu sei que é um presente de Breno e tal, mas não fique assim. Você pode comprar outro...

—A questão não é em si o presente e sim as coisas que escrevi ali. — suspirei.

—Daniela, gritou Ronan vindo do outro lado do corredor, junto a ele estava Breno que assim que me viu soltou um sorriso que foi retribuído. Ronan se ajoelhou no chão em frente a Daniela. Antes te de conhecer eu era só um idiota, mas agora eu sou um idiota apaixonado por você. Quer vir comigo ao baile? — Ronan se levantou e abraçou Daniela com uma risada. — Fala se não mandei bem. Breno que me ensinou.

—Só para constar, se apaixonar te deixou mais idiota. — Breno falou e Daniela riu.

—Mas é claro que vou com você.

Ronan piscou para Breno que soltou uma leve risada. Suspirei impaciente o que foi notado por Breno.

—Aconteceu alguma coisa Lesly? — Breno perguntou. Ele estava com as sobrancelhas curvadas, o que queria dizer que ele estava preocupado. Sim, eu acabei aprendendo a ler as expressões faciais dele.

—Ela perdeu o diário. Daniela falou antes de mim.

—Não é um diário! — protestei. — Mas enfim, não sei onde está. Procurei por todo canto.

O rosto de Breno ficou corado. Ele pegou sua mochila que estava ao lado de uma das rodas da cadeira e de lá pegou o meu livro. Assim que vi peguei das mãos de Breno.

—Mas como?

—Eu juro que não sei como foi parar nas minhas coisas. Provavelmente foi quando fazíamos a caderneta de exercício — Ele não tirava os olhos dos meus. Isso significava verdade. Era para ter te entregado antes, mas tudo o que aconteceu me deixou desorientado.

—Você leu?

—Não. São coisas suas, não minhas.

Não precisei demais nada. Eu acreditava em Breno. Não havia como não acreditar.

Eu acredito em você. Obrigada por ter guardado. — falei sorrindo. O guardei em meu armário e agradeci Breno novamente por algumas três vezes seguidas.

—Bom, caso encerrado — Daniela disse e pegou as mãos de Ronan
Parece coisa daquele seriado que Ronan é viciado e que me fez assistir por três horas seguidas. Some uma coisa, o outro acha.

—Não é bem assim...

—Vamos para a aula. Vocês querem ir conosco? — Daniela enfim perguntou.

Amor Sobre RodasOnde histórias criam vida. Descubra agora