POV: EVAN
- Evan – Atendeu a ligação rapidamente, já imaginando quem era e como seu humor estaria.
- Pode falar agora? – A voz de Alexander soava irritada, como esperava.
- Sim... – Ele havia ligado antes, mas só havia tido tempo de garantir que tudo estava correndo bem na busca da base de Dam, antes de Evan desligar o telefone e pedir que ligasse depois. - Alguma novidade?
- Não. Estamos aqui com as garotas seguindo e esperando o filho de Yam terminar a varredura.
- Hum... – murmurou, divagando entre expectativa e receio. Quanto antes achassem a base, mais rápido tirariam Clementine, Jeremy e Michael das mãos de Dam; entretanto, com isso teria que decidir logo sua posição quanto a Alicia fazer aquilo tudo sozinha.
- Ok, pode começar a explicar então – Alexander exigiu, após sua resposta reticente: - Cospe logo tudo de uma vez, sem enrolação.
Relutante, se sentou, encostando-se no tronco da árvore que havia sido um dos motivos de escolha daquela casa. No quintal, havia um carvalho enorme e antigo, uma força da natureza que ganhou sua atenção que o viu e, sendo ligado ao elemento Terra como era, lhe trazia uma conexão intensa e uma paz inexplicável. Enfiou os pés na terra, abrindo seus sentidos para o seu elemental, absorvendo toda firmeza que lhe dava: - Eu sonhei com a minha morte... – revelou ao amigo. – E Alicia também.
Com o silêncio que se seguiu, novamente se pôs a lembrar, inutilmente tentando ver aquilo sob um novo ângulo, tentando jogar alguma luz sobre a verdade por mais que quisesse escondê-la: havia sido uma premonição bem direta e sua vida estava em risco.
Estivera tentando gravar todos os detalhes do sonho para nada se perder: lembrava-se de ver os olhos de Alicia sobre os seus e de admirar suas feições, até olhar para sua boca e perceber que ela desesperadamente tentava lhe dizer algo, que não conseguia ouvir; em um momento viu ela erguer horrorizada as mãos cobertas de sangue e depois voltar a pressioná-las em seu corpo; e foi então que percebeu que estava deitado no chão de algum lugar, com uma luz forte demais os envolvendo e do frio que sentia, com todo o calor do seu corpo escapando sem controle.
E logo em seguida acordou assustado, ao ouvir o celular tocando com a primeira ligação de Alexander, depois de ter apagado ao lado de Alicia na cama, exaustos após o começo de dia turbulento que haviam tido e de toda 'atividade' que haviam feito.
- Ainda assim p-
Alexander começou a digerir o que havia sido dito, mas Evan cortou logo sua primeira esperança: - Tivemos o mesmo sonho, ao mesmo tempo.
- Merda...
- Pois é...
- Ok, me dê os detalhes.
Se apressou em explicar seu sonho e depois em explicar o que Alicia havia contado sobre o seu, quando ela finalmente conseguiu se acalmar: - Ela está comigo em algum lugar que lembra um hospital, um cômodo branco e que parece asséptico... mas também disse que não acha ser um hospital, porque não tem equipamentos e eu não estou sendo atendido, não estou recebendo nenhum cuidado médico. Diz que me vê deitado no chão, perdendo sangue, enquanto ela tenta parar o sangramento; que ela fala comigo, mas eu não respondo, não me mexo.
Alexander esperou alguns segundos antes de quase gritar em seu ouvido: - Isso é tudo!?
- Infelizmente... – respondeu, esfregando os braços, tentando se livrar dos arrepios incessantes que começavam assim que se lembrava da sensação de estar morrendo, de sentir a vida abandonando seu corpo lentamente.
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Brincando Com Fogo
FantasyBrincando Com Fogo é o segundo livro da trilogia Feita de Chuva. Sua leitura não é recomendada antes da leitura do primeiro (Feita de Chuva). Sinta-se à vontade para me mandar mensagens caso tenha qualquer dúvida :)