Brincando Com Fogo

Capítulo 57 - Evan - Família

 POV: EVAN         

Com a ajuda do elemental de Eletricidade de Alicia, desativaram mais uma vez a eletricidade da região, para que não deixassem nenhuma pista para trás de para onde iriam, devido às inúmeras câmeras no prédio e nas redondezas. Se apressaram pelas escadas tão quanto era possível, devido ao mesmo acesso ter sido escolhido pelos moradores, já que os elevadores não estavam funcionando, respondendo polidamente todos os bom dias, fingindo ouvir as reclamações matinais e comentários sobre o tempo e tentando agir da forma mais 'normal' possível.

Quando enfim chegaram na garagem, mantiveram um olhar constante por sobre o ombro e atenção a todo e qualquer movimento a sua volta, enquanto Evan esquadrinhava o lugar procurando um carro que servisse. Cor neutra. Insulfilm. Modelo novo. - Aquele –apontou, puxando Alicia pela mão até o carro escolhido.

Viu ela se debruçar contra a janela do carro escolhido, tentando ver seu interior, enquanto dava a volta no carro e se concentrava para Controlar o metal e conseguir destrancar a porta. Assim que ouviu o barulho que indicava que havia sido bem sucedo, ouviu Alicia chiar, descrente: - Maldita seja...

Todo seu corpo se contraiu em alerta e olhou para os lados, já em busca do perigo e empunhando a pistola que carregava, até se deparar com... Bem, não era o deus que estavam tentando evitar encontrar, mas ainda assim era uma surpresa e tanto: - Mãe!?

Armada até os dentes, Daya estava encostada contra um carro logo à frente do que haviam escolhido: - Eu ouvi que vocês dois poderiam estar precisando de um carona... – Ela bateu com as mãos no capô do automóvel e depois balançou um chaveiro no ar para Evan.

- O que está fazendo aqui? Como achou a gente? – perguntou, guardando a arma no coldre e se aproximando da deusa. Preocupado com a reação de Alicia à presença de sua mãe, relanceou o olhar para ela, esticando a mão para trás para que o alcançasse, e viu que ela apertava os lábios com desgosto.

Voltou a prestar atenção na deusa, quando ela se afastou do carro e o encontrou no meio do caminho, colocando as mãos em suas bochechas: - Você está bem? E você? – Também questionou Alicia.

- Eu!? – Alicia, que havia acabado de segurar sua mão em um aperto firme, esticou todo o corpo para trás, aturdida com a pergunta.

- Sim, você, menina!

Evan olhou para os lados, por um segundo cogitando a hipótese de estar sonhando, pois Daya parecia de fato preocupada com o bem-estar dela e ansiosa por sua resposta.

- Estou bem... – Evan respondeu e acabou falando por Alicia também, pois ela havia petrificado no lugar, de boca aberta e olhos arregalados: – Estamos os dois bem.

Daya se virou para Alicia e torceu os lábios, lhe dando um olhar da cabeça aos pés, parecendo em dúvida quanto a questioná-la, mas perguntou mesmo assim: - Você se feriu?

- Eu... estraguei meu ombro!? – Viu Alicia exasperar-se. E, com a deusa ainda mantendo um olhar expectante, ela continuou a informar: - Tomei dois tiros também, mas... – Os olhos de Daya se abriram ao máximo, em puro terror, e fez com que vacilasse em sua explicação por um momento, mas logo ela continuou: – Não acertou lugar nenhum vital e eu estou bem agora! Seu filho cuidou de mim!

- Ah... – Daya levou uma mão ao peito e fechou os olhos, suspirando aliviada. – Que bom... – E quando os abriu novamente, vendo a cara de total espanto que nem Evan ou Alicia conseguiam esconder, ela se recompôs: - Digo... – Ajeitou a jaqueta que usava e ajeitou a postura: – Seus amigos estavam muito preocupados. – E ao ver Evan erguer uma sobrancelha em acusação, pegando-a mentindo precariamente em flagrante, ela acrescentou para Alicia, enchendo a voz de descaso: - Você não poderia morrer antes de eu agradecer apropriadamente por ter ajudado a salvar a vida do meu filho, ratinha.