Capítulo 60 - Um Prazer

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Os lábios sempre pintados de vermelho de Emmanuelle se partiram em uma exclamação muda, formando um 'O' perfeito, enquanto ela se livrava da sacola que carregava, colocando-a no chão: - Eu não acho que você deva ver essas coisas... – disse e tapou os olhos de Yukari com as duas mãos, abrindo os seus ao máximo em uma varredura do quarto: - Isso é...

- O quê!? – Pega de surpresa, Yukari ficou parada somente por um momento, antes de começar a lutar com suas mãos: - Para com isso, Emma!

- Vocês foram rápidas... – Alicia havia imaginado que demorariam mais. Só que o tempo que passou no banheiro se limpando, foi o quanto elas demoraram para chegar, então não conseguiu arrumar o quarto antes disso. Toalha no chão! Evitando o olhar de Emmanuelle, correu até o lugar e recolheu a peça, indo para a cama em seguida, pois precisava se livrar daqueles lençóis bagunçados e sujos antes que a amiga percebesse ainda mais e resolvesse infernizá-la. – Trouxeram o que eu pedi?

Conseguindo se soltar de Emmanuelle, Yukari apontou para a sacola e tirou dela uma blusa frente única azul, um kit de primeiros socorros e uma maleta de maquiagem: - Trouxemos tudo sim... – murmurou, terminando de mostrar as coisas e coloca-las sobre a cômoda, e se aproximou, olhando a bagunça na cama, com as bochechas corando de forma visível. – E eu não sou tão inocente assim, Emma – Virou-se para trás, lançando um olhar ferino para a garota.

Estava faltando um travesseiro – notou, ao olhar para a cama também, tentando enxergar o que elas veriam. Onde está o maldito travesseiro!? – Alicia procurou ao seu redor, mas só viu peças de roupas espalhadas pelo chão. Tratou de recolhê-las.

- Não se mexe! – O grito que Emmanuelle soltou assustou tanto Alicia quanto Yukari. Sua amiga soltou um grito fino quando foi suspensa no ar, erguida somente por um braço em volta de sua cintura, ao passo que Alicia derrubou todas as peças de roupas de seus braços no chão e olhou a sua volta à procura de qualquer coisa ameaçadora, enquanto tentava alcançar o seu punhal que não estava as suas costas, já que estava de roupão. Emmanuelle soltou um suspiro aliviado: – Quase! Foi por pouco!

- Está doida, é!? – Detida naqueles braços que seriam capazes de segurar o mais forte dos homens, os membros de Yukari se agitavam impotentes, sem encontrar lugar algum para se firmar. – Me solta!

- Quando você entra na cena do crime... – Assumindo uma postura de total seriedade, Emmanuelle deixou Yukari com cuidado no chão ao seu lado. - Você tem que prestar muita atenção onde pisa, pois em qualquer canto pode haver uma evidência ainda não identificada... – Se abaixou e apontou para algo, parecendo muito orgulhosa de si mesma: - Aqui pode-se ver uma prova irrefutável do crime.

Yukari, que estivera tentando ajeitar seu vestido florido que havia esvoaçado, parou em choque, ficando pálida, e deu um passo para trás, ao mesmo tempo que tapava a boca com as mãos: - Quase... pisei...

- Pode imaginar se tivesse pisado?

- Acho que vou vomitar.

Emmanuelle se ergueu e deu alguns tapinhas de leve em suas costas, tentando acalmá-la: - Se controle. A cena do crime já tem o suficiente de fluidos corporais.

Como é que é!? – Alicia não estava entendendo nada da conversa das duas. De onde estava, do outro lado da cama, não conseguia enxergar o que estava aos pés das amigas, então largou a toalha e os lençóis e deu a volta, estancando no lugar quando viu a camisinha usada: – Eu vou matar o Evan! – Praticamente se atirou ao chão, sentindo como se seu rosto estivesse a ponto de explodir de constrangimento, e pegou a 'evidência', indo direto para o banheiro se livrar dela. – Aquele idiota!

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