Capítulo 27 - Sobre O Quê?

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O encontrou no topo da escada: – Evan!

Ele parou no lugar, mas não se virou: - Achei que tivesse sido claro...

Alicia subiu os degraus de dois em dois até alcança-lo: - Precisamos conversar... – Tocou as costas dele com a ponta dos dedos, testando sua reação.

Ele se manteve imóvel: - Não posso conversar agora...

Não podiam voltar a adiar o que era sério por ser desconfortável: - Por que não!?

Se virando rapidamente, Evan tomou seu queixo com uma das mãos: - Porque eu estou muito perto de fazer coisas que não vão me deixar nem um pouco orgulhoso mais tarde.

- Mas você sabe que não pode guardar o que sente – Segurou a mão dele que tocava sua pele entre as suas. – Fala comigo.

- Agora. Não. – Se virou novamente, rechaçando o contato.

Alicia agarrou um pedaço da blusa dele, tentando pará-lo: - Evan!

Rapidamente ele se virou e se abaixou, agarrando-a pela cintura e fazendo com que desse um gritinho afetado quando a ergueu em seu ombro. – Se lembre que você praticamente implorou por isso – rosnou e começou a andar.

- O quê!? Me solta! – Lembrou-se de quando ele fez a mesma coisa para jogá-la embaixo da água gelada. – Eu juro por todos os deuses que se você me tacar no banheiro você vai se ver comigo!

E assim que terminou o chilique, sentiu o tapa no traseiro mal coberto por seu pijama de patinhos: - Mimada. – Mal teve tempo de protestar e levou outro tapa. – Teimosa. – Outro tapa. – Impossível. – Outro tapa. – E aparentemente surda!

- Você é o idiota surdo aqui! Me põe no chão!

- Ah mas eu vou... – Ele continuou a andar calmamente pelo corredor. – Em breve.

- Me bota no chão agora mesmo, Evan! – Começou a bater na bunda dele também, mas tudo que conseguiu de volta foram gargalhadas.

E não importava o quanto estapeasse ou beliscasse ele, só foi colocada no chão quando ele entrou no quarto. Alicia mal teve tempo para dizer qualquer coisa, pois a porta se fechou em um estrondo atrás dela, fazendo com que pulasse de susto, e um clique suave foi ouvido em seguida, lhe dando a certeza de que estava presa alí com ele. Ao perceber ele avançando em sua direção, Alicia deu dois passos para trás, quase tropeçando nas próprias pernas, até encostar na porta e se apoiar contra ela, sem saber se deveria sair correndo ou se estava exatamente onde queria estar.

Evan espalmou as duas mãos ao lado de seu rosto e a encarou. Vermelho. Selvagem. A mudança de cor, a proximidade e o silêncio dele a enervavam tanto que logo estava trocando de pé, cruzando e descruzando os braços, incapaz de decidir se focava em seus olhos ou em seus lábios.

- Vamos começar – finalmente Evan disse algo e colocou dois dedos contra seus lábios, assim que Alicia ameaçou dizer qualquer coisa, calando-a. – Primeiro... Nunca repita que eu não posso te impedir. Você me conhecer melhor que isso. Se você for fazer algo que eu considero uma escolha ruim, eu vou pegar você, colocar no meu ombro e não vou me arrepender nem por um segundo por estar salvando esse traseiro fantástico que você tem. Fui claro?

Havia algo de muito errado com todas aquelas palavras e que lhe incitava uma ira irracional, mas seu cérebro grudou em choque na parte 'traseiro fantástico' e Alicia não conseguiu gritar nenhum dos protestos que cozinharam em sua mente enquanto o ouvia.

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