POV: EVAN
- Finalmente! – Sua mãe atendeu o celular no primeiro toque, deixando notável toda sua ansiedade: - Por que demoraram tanto?
Evan se apoiou no vidro da porta da varanda, onde estava, e olhou para a sala, que estava cheia dos discípulos de Dam que haviam sido abatidos por eles; doze homens e três mulheres, quatro a mais do que o número que haviam percebido no início da missão, estavam deitados no chão e sendo mantidos inconscientes, através do Controle Mental de Jeremy, Michael, Larissa e Yukari, enquanto Neil tentava extrair informações que pudessem ser valiosas. - Tivemos alguns contratempos – disse, fitando a entrada do corredor que levava para o quarto, onde Alicia e Christopher estavam descansando, sob os cuidados de Clementine.
- Alguém se feriu?
Às vezes poderia jurar que sua mãe também tinha alguma Vidência. - Alicia foi baleada, m-
- O quê!? – A deusa gritou em seu ouvido, interrompendo-o, e depois se recompôs: – Digo... – Deu um pigarro. - Como isso aconteceu?
Se havia alguma dúvida que o comportamento de Daya havia mudado completamente em relação a Alicia, Evan já não tinha mais. – Ela está bem agora.
- Tem certeza? Posso enviar um Curandeiro com a equipe que vai remover os prisioneiros.
- Temos alguém aqui capaz disso...
- Ah... É mesmo? – perguntou, genuinamente espantada. – Aparentemente vocês andam se saindo muito bem...
Não tão bem... – Passou a mão pelo rosto, tentando se livrar do mal-estar. Aquela noite já havia sido longa demais, para ter que aguentar sua mãe agindo de forma esquisita: - Você quer me dizer algo? – perguntou, impaciente. – Não estou com humor para jogos, indiretas ou sarcasmos, mãe. Se tem algo para falar, apenas diga logo.
Ela ficou quieta e depois continuou, como se nada importante tivesse acontecido: - De quanto tempo ainda precisam com eles? Meu pessoal já está por perto, só estão aguardando que estejam prontos.
- Me dá uma hora – pediu e depois deu o endereço do lugar onde estavam. - Preciso ir agora...
- Filho...
Respirou fundo: - Sim?
- Tome cuidado.
Aquelas palavras o pegaram de surpresa. Daya poderia não ser uma Visionária, mas tinha um sexto sentido e tanto. - Eu iriei – disse e encerrou a ligação.
Saindo da varanda, foi direto até o quarto para ter mais notícias. Clementine não havia pensado duas vezes antes de usar seu Dom de Cura em Alicia, mesmo estando tão exausta quanto os outros, e ainda estava sentada na beirada cama, olhando-a atentamente em vigília.
- Como ela está? – perguntou, observando que Alicia parecia tranquila em seu sono.
- Já terminei... – disse, lhe dando um pequeno sorriso: - Ela vai ficar bem, não se preocupe.
Fácil de falar, difícil de fazer. Aquela garota tinha o dom de preocupa-lo. Mesmo se a colocasse em uma redoma, era capaz de ela ainda arrumar encrenca e deixa-lo doido.
- Ótimo – disse a Clementine.
Subitamente, ela apertou os olhos e encolheu os ombros: - Talvez devesse dizer isso a mim mesma também... Não posso evitar agir como uma mãe coruja... – Ela acariciou os cabelos de Alicia e depois seus olhos se arregalaram, olhando para a porta: - Vocês precisam da minha ajuda?
- Não. Tudo bem se você ficar aqui – A tranquilizou e olhou para o filho de Yam, que ressoava em seu sono: – Como está o Christopher?
- Ele também está bem... Só bastante exausto. Nada que uma boa soneca e um prato de comida não dê conta.
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Brincando Com Fogo
FantasiBrincando Com Fogo é o segundo livro da trilogia Feita de Chuva. Sua leitura não é recomendada antes da leitura do primeiro (Feita de Chuva). Sinta-se à vontade para me mandar mensagens caso tenha qualquer dúvida :)