Brincando Com Fogo

Capítulo 39 - Evan - Eu Vou

POV: EVAN

Algo estava errado. Evan acordou com uma sensação alarmante que o impedia de voltar a dormir, apesar da sonolência descomunal que sentia. Com seus olhos se fechando sozinhos e quase se rendendo, procurou Alicia ao seu lado, mas encontrou somente o lado dela na cama vazio e aquilo fez com que tentasse espantar o sono mais uma vez, ficando mais alerta.

Sentou-se, com seu corpo insistindo para que em vez daquilo se deitasse, e acendeu o abajur ao seu lado, procurando por algo que indicasse para onde ela havia ido. Sem o Fogo, pegou o celular para checar as horas e viu que ainda era madrugada, que tinha ido dormir há pouco mais de uma hora. Mal percebia que estava se deixando deitar novamente, quando se lembrou que ela nunca saía da cama, a não ser que houvesse algo a incomodando. Forçando seus olhos a permanecerem abertos e empurrando para longe os pensamentos de que deveria voltar a dormir, se levantou e checou o banheiro e o quarto dela, mas estavam vazios.

Havia voltado para perto da cama, para pegar o celular novamente e checar se ela havia deixado alguma mensagem que não havia visto por causa do sono, quando viu o punhal dela em cima da mesa de cabeceira. Alicia não andava sem ele – pensou imediatamente. Se aproximou e, perto da arma, viu a pulseira e o anel que havia dado a ela. Seu coração fez algo estranho em seu peito, como se perdesse uma batida e resolvesse compensar nas seguintes furiosamente culpado pelo descuido, enquanto Evan tinha a certeza que algo estava muito errado, pois nada que Alicia pudesse fazer iria precisar que se desfizesse de todos aqueles itens ao mesmo tempo.

Precisava achar ela.

Preciso dormir.

Não, precisava achar Alicia.

Pegou o celular e instintivamente procurou uma de suas armas, pois nunca andava desarmado mesmo em casa, mas percebeu que faltava alguma coisa e, após uma contagem rápida, notou que algumas armas haviam sumido.

Errado, errado, errado.

Resolveu correr para fora do quarto, em busca de explicações, mas seu corpo e sua mente pareciam em desarmonia; estava tendo dificuldades de se concentrar e seu corpo parecia pesado, não respondendo aos seus pensamentos direito. Quando tudo em que começava a pensar acabava com a ideia de que deveria voltar para cama e dormir, lembrou-se que Yukari havia dito que faria com que tivesse uma boa noite de sono e concluiu que aquilo era o Controle dela ainda atuando.

Só que quando tentou remover o Controle, não conseguiu. Não sabendo se era porque sua mente estava com toda aquela névoa de sono ou porque Yukari era boa demais no que fazia, foi até o quarto dela, decidido a pedir que desfizesse o que havia feito ou acabaria desmaiando de sono no corredor antes de achar Alicia. Quando encostou na porta ao tentar dar algumas batidas nela, ela se abriu revelando o quarto vazio.

Algo estava realmente muito errado, porra.

Começou a ligar para o celular dela e seguiu até a outra porta, que seria do quarto de Emmanuelle, e encontrou o lugar igualmente vazio. Foi até o do Christopher e não havia nada. Ela e todos seus amigos haviam sumido. Três ligações e ela ainda não havia atendido. Com o pressentimento se intensificando ainda mais, desceu correndo as escadas, já mexendo no celular para desligar o alarme, e abriu a porta com um estrondo e foi até o quintal, rapidamente notando que um dos carros havia sumido.

Mesmo com sua mente sonolenta, não demorou muito a ligar todos os pontos e perceber que se ela havia sumido na calada da noite, sem falar nada com ele, só havia um lugar aonde iria.

PORRA.

Tentava pensar no porquê de terem feito aquilo, há quanto tempo haviam ido, o que ele deveria fazer a partir daquele momento, mas tudo em que parecia pensar com clareza eram as inúmeras razões para que fosse dormir só mais um pouco. Precisava do seu cérebro funcionando ativamente na coisa certa, então voltou para a casa e subiu correndo as escadas, indo direito para o quarto de Larissa, que talvez fosse a única capaz de reverter a bagunça na sua mente e deixar que pensasse com direito novamente.