Percabeth: Vidas De Meio-Sangues Casados

O Desembarque

PERCY POV -
Esquerda, direita, uma girada na espada e nunca, nunca, realmente nunca baixar a guarda. Finalizei a luta com a Quimera cortando-o horizontalmente com um único golpe. O monstro se desfez em pó. Algumas pessoas, que antes passavam por ali, pararam para observar a luta. Embora a névoa estivesse cobrindo a realidade, algumas pessoas me dirigiam olhares mortais, outras estavam assustadas e outras tiravam foto. "Espera aí, tirar foto da névoa? Agora temos a conclusão que câmeras não são à prova de névoa.", pensei.
- Alguém chame o segurança! Esse rapaz está ficando maluco! - ouvi uma senhora dizer.
- Onde já se viu, espancar outro jovem com um bastão de baseball!? - uma moça questionou.
Um bastão? Sério? Bom, poderia ser pior. Eles poderiam ter nos imaginado cortando as gargantas dos montros com sabres de luz.* (Filme - Star Wars*)
- A namorada dele é brutal, da mesma forma que ele. Devem estar bêbados para baterem nesses pobres homens. - Um senhor comentou.
Pobres homens? Bêbados? Namorada? Sério? Annabeth é minha esposa, ok? Me respeitem. Quero que o universo saiba disso. E como eles podem estar nos imaginando batendo em homens jovens com bastões de baseball? Até eu, com minha tremenda dislexia, consigo enxergar mais legível que isso.
Direcionei meus olhos para a luta de Annabeth. Ela ainda se esforçava contra o minotauro, percebi que já havia um corte feio em um dos braços dele e ele, com certeza, já estava furioso. Ele empurrou Annabeth outra vez, sua força bruta era uma desvantagem para ela. E então ele arrancou o pneu de mais um carro por ali estacionado, o pegou e o jogou contra ela, que desviou, e rapidamente recuperou o equilíbrio, dirigindo-se a ele. Ela me olhou, percebendo que minha luta acabara. De repente, fomos surpreendidos com Annabeth sendo jogada mais uma vez. O pneu, antes arrancado, fora jogado em seu estômago. Corri.
ANNABETH POV -
Senti uma dor intensa no estômago quando o pneu, que vinha em alta velocidade, me atingiu. O maldito minotauro me ergueu, segurando-me pelo pescoço. Apertou-o intensamente e eu não encontrava mais ar, então, onde antes estava o minotauro, formou-se pó. Caí em pé e, em minha frente, vi Percy em sua pose de batalha, com contracorrente em mãos.
Respirei fundo. Que droga. Esse monstro estava mais esperto do que costuma ser. Usou sua força contra mim e meus golpes pareceram inúteis. Me senti um pouco frustrada, mas contente porque o cabeça de alga estava ali comigo. Sorri pra ele. Ele deu seu meio sorriso, que era discreto, porém lindo. Percy desativou sua espada no mesmo momento que desarmei a minha. Ele olhou a tela do seu relógio recém-concertado.
- Temos que ir, já está tarde. - ele disse.
- Está bem. - eu disse.
Percy olhou por cima do meu ombro e arregalou os olhos.
- Temos que ir mesmo. - Ele correu pegando sua mala. Peguei a minha às pressas.
Percy saiu empurrando algumas pessoas, abrindo caminho entre a multidão, apenas o segui. Dei uma olhada para trás. Cerca de oito seguranças corriam em nossa direção. Percy destravou o carro, abriu a porta de trás e jogou sua mala ali mesmo e correu para ligar o carro, joguei minha mala, fechando a porta e em seguida correndo para o banco do carona. Os seguranças estavam próximos à saída do aeroporto e se colocavam mais à frente do nosso carro. Percy saiu queimando pneu, agora existia uma corrente humana na nossa frente. Percy acelerou.
- Ficou louco? Vai matar os caras? - falei.
- Calma.
Ele se aproximava mais. Mais. Mais.
- PERCY!
Os seguranças soltaram as mãos da corrente que formaram. Os que estavam nas pontas se afastaram. Percy pisou no freio. Me apoiei no porta-luvas, pois meu corpo foi impulsionado para a frente e eu ainda estava sem cinto de segurança, assim como meu cabeça de alga, que se apoiou no volante para não se machucar também. Ele girou o carro radicalmente numa manobra de 360º. Foi o tempo dos outros guardas saírem da nossa frente. E então o doido do meu marido acelerou para saída. E enfim, nos dirigimos para o hotel.