Inesperado

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NICO POV -

Mantive as mãos nos bolsos e não falei nada de início, porém Will apenas me encarava.
- Qual o problema? - perguntei, quebrando o silêncio.
- Só queria me certificar de que estava bem, depois de ter viajado numa missão.
- Estou bem, obrigado. - Falei, sério. Permaneci parado.
- Escuta, eu queria pedir desculpas por... você sabe. Ter terminado tudo inesperadamente. Só achei que relações assim não durariam pra sempre.
- E não durou. - respondi.
- Por quê você é sempre assim tão frio? Você sabe que esse ar de durão não funciona comigo. A verdade é que sinto sua falta.
Assenti.
- Sei que você precisa concluir a missão com Percy e os outros, mas só quero dizer que lamento por ter acabado tudo sem um motivo e sei que o deixei bastante abalado. Independente do que você escolher, eu ficarei feliz. Nunca vou deixar de amá-lo, DiAngelo. E eu sei que depois da perda da Bianca, do sofrimento interno que passou por Percy, eu sei que o que eu fiz foi imperdoável, mas sempre estarei torcendo por sua felicidade e... - O calei com um beijo.
Sentir seus lábios depois de tantos anos era um alívio pra mim, mais alívio era saber que Will não tinha conseguido me esquecer e estava ali, na minha frente, dizendo que ainda me amava.
- Filhos de Apolo falam demais. - sussurrei.
Quando me afastei, percebi um Will bastante confuso.
- Quíron está me esperando na Casa Grande. Voltarei para você depois de enfrentar um deus menor no Olimpo. Cuide-se, Solace. - Falei, já acenando de costas, não antes de ver um sorriso feliz se estendendo nos lábios do loiro. Então desapareci em sombras rumo à reunião com Quíron.

ANNABETH POV -

Alguma coisa estava muito errada. Eu não enjoava tão facilmente. Grover nos levou para o chalé 3. Percy disse que se sentiria melhor lá. Assim que ele abriu a porta se dirigiu para a fonte de água salgada que seu pai lhe dera de presente.
- O que vai fazer, Cabeça de Alga? - perguntei.
- Só há um remédio que Will nunca se lembra de me dar. - ele falou e colocou as mãos na água que saia do chafariz, fazendo-a passar por todo seu corpo.
Grover e eu observamos. Percy aparentava ter 17 anos de novo: mais forte, impossível. Eu ainda me sentia fraca, então sentei numa das camas do chalé de Poseidon.
- Você está bem? - Percy perguntou, completamente seco e já afastado da fonte.
- Sim, só preciso descansar um pouco. Não posso recuperar as forças com água como você. - tentei sorrir. Ele ainda me olhava preocupado.
- Grover, você pode ficar com ela? - ele perguntou.
- Aonde você vai? - perguntei.
- Para a Casa Grande, oras. - ele respondeu. Era impossível discutir com o Percy quando ele decidia algo por impulso. Então não falei nada. Apenas me deitei. Grover se sentou em outra cama.
- Vou esperar você voltar. - Grover falou. Percy agradeceu.
- Volto logo. - Ouvi ele dizer antes de fechar a porta.
- Não quer dormir um pouco? - Grover perguntou.
- Não, só estou um pouco cansada. - respondi, mas, para ser sincera, eu me sentia muito cansada. Olhei para a escrivaninha ao lado da cama e meus olhos encontraram uma garrafa de água. Me levantei e bebi. Me senti enjoada outra vez. Tomei outro gole e, de repente, senti uma vontade estranha de comer... a ficha caiu - e eu esperava que eu estivesse errada. Achei engraçado a minha vontade de comer doces, pois eu não era tão chegada a alimentos que faziam mal. Com dificuldade me levantei, pois eu não tinha mais dúvida da causa do meu mal estar, pois o desejo inesperado explicava tudo. Um desejo desesperado de comer comida azul.
- Grover. - chamei. - Preciso voltar pra enfermaria.

Percabeth: Vidas De Meio-Sangues CasadosOnde histórias criam vida. Descubra agora