Percabeth: Vidas De Meio-Sangues Casados

Esquecemos Uma Coisa!

FRANK POV -

- Ok, então você não me odeia mesmo? - Percy perguntou, como se não acreditasse ainda. Estávamos andando devagar pelas ruas de Washington D.C como se fôssemos apenas um grupo de jovens despreocupados e comuns, a não ser pelo fato de que Clarisse carregava na cintura uma tremenda espada, estávamos cheios de poeira por causa das lutas e Grover já atacava quase indiscretamente uma latinha seca de coca diet.
- Não te odeio, já disse.
- Grover, quer parar de comer latas em público? Vai atrair pessoas. - Jason mandou.
- Desculpe, estou com fome. - ele falou de boca cheia.
Clarisse revirou os olhos.
- E então... com quem você vive, Melanie? - Hazel perguntou.
- Com quem vivo? Agora, com ninguém. Minha tia faleceu três dias atrás. Alguém a atacou, deve ter sido bem forte para ela não conseguir se defender. Ela era mestre em kung fu e uma semideusa explêndida, filha de Deméter. Eu era sua aprendiz, no começo não gostava de treinar, mas ela sempre dizia que eu precisava me defender e me preparar para algo de ruim que pudesse vir a acontecer. - Melanie respondeu.
"Por isso os golpes nos monstros." Pensei.
- Aprendiz? Aprendiz? - Leo alarmou. - Você fez um show naqueles caras!
- Valeu. - ela sorriu para ele.
- E seu pai? - perguntei.
- Bom, ele morreu quando eu tinha 13 anos. Acidente de carro. - ela respondeu, indiferente.
- E quantos anos você tem? - Piper perguntou. Nico andava ao lado dela, com as mãos nos bolsos e calado como sempre.
- 19.
- O quê? Nunca frequentou o acampamento? - Annabeth perguntou, sem acreditar.
- Não.
- Como conseguiu sobreviver esse tempo todo? - Clarisse perguntou, também incrédula.
- Eu sempre treinei artes marciais. Alguns monstros atacavam e eu lutava, quando eram mais fortes eu usava uma espada samurai que a minha tia gostava de usar. Mas ela se foi e eu não sei aonde a deixou. Ela me ensinou técnicas de ataque e defesa à mão nua, mas não me deixou nenhum tipo de arma. Como esses esqueletos, por exemplo: se as corujas não tivessem vindo me ajudar eu estaria perdida.
- Se nós não tivéssemos te ajudado, você estaria perdida. - Grover falou. Ela não o respondeu.
- Ei, esquecemos uma coisa! - Leo anunciou e todos pararam.
- Esquecemos de pagar.

PERCY POV -

Depois de passarmos por revistarias, restaurantes, banco e até mesmo uma boate a qual se encontrava fechada (óbvio, Percy, está de dia), Annabeth se aproximou de mim, ela suspirou.
- Oi...
- Oi. - respondi.
- É no próximo quarteirão, pessoal. - Melanie disse.
- Desculpe ter te evitado. Só aconteceu uma coisa que... hum, eu estava estressada. Mas acho que isso não vai afetar nada. - Annabeth falou, dizendo a última frase mais para si mesma.
- Afetar nada? O quê? - perguntei, confuso.
- Nada, Percy. Só ... me desculpe, tá? - Achei estranho, mas quem era eu pra discutir com Annabeth? Ela poderia levantar sua adaga ali mesmo.
- Não vai me dizer que está de TPM? - Questionei sorrindo, para provocá-la e quebrar o gelo. Ela deu um soco de leve no meu braço, sorrindo também.
- Para. Sabe que não me estresso por TPM. - Fiz uma cara muito estranha e ela acrescentou: - Cabeça de Alga, o que foi? Me desculpe por ter me afastado, só precisava de um tempo pra mim e... - Eu devia estar com cara de quem iria chorar mesmo.
- Não é isso, Annie. - A interrompi. Ela olhou pra mim, confusa. - Você socou meu braço machucado.
- Ah! - ela entendeu. - Me desculpe.
Eu estava usando uma jaqueta por cima da camisa, o que escondia os curativos e por isso ela não lembrou do meu corte tão profundo o qual já estava me dando dor de cabeça.
- Tudo bem. - Falei, me controlando. - Então estamos bem agora? - Perguntei. Ela segurou minha mão e virou meu rosto em sua direção, me dando um selinho.
- Isso responde? - Sorri.
Paramos em uma casa grande e antiga de cor verde, com vidros e porta fechados, como se não houvesse ninguém em casa, nenhum carro em frente, nem muitas pessoas circulando por ali.
- É aqui. - Melanie falou à frente do grupo.